—— A A R O N ——
Á noite havia caído e o céu nublado ameaçava chover. Olho para o relógio em meu pulso enquanto corria pelas ruas vazias sentindo o vento gélido ir contra minha pele suada tentando me concentrar. A música alta em meus ouvidos é uma medida drástica para silenciar minha mente.
Minha respiração acelerada mantinha uma disputa ferrenha com meu ritmo cardíaco em debate pelo tempo que estava perdendo. Olho para frente na tentativa de me tranquilizar, mas não adiantava, a minha cabeça explodia a cada passo que eu dava.
Quando avistei minha casa parei em frente a mesma e me alonguei pela última vez. Assim que entrei meu pai estava sentado no sofá, ele me lançou um olhar analítico diante do qual já sabia do que se tratava.
— Você se atrasou, de novo.
— Foi mal, acabei perdendo a noção do tempo.
— Sempre que marcamos de jantar em família você faz de tudo para não comparecer, por que?
— Eu já falei que...
— Sem mais desculpas esfarrapadas seu irresponsável. — Falou irritado.
— Ouvir isso vindo de você é como um maldito disco arranhado. — Usei o tom irônico e dei de ombro indo em direção as escadas.
— Aonde você pensa que vai? Não terminamos essa conversa.
— Mas eu sim.
— Encontrei isso no seu quarto, acha que sua mãe vai gostar de saber que o filho anda se drogando? — Perguntou me fazendo parar de andar para olhar. O mesmo segurava um sache de ecstasy entre os dedos.
— Quem mandou você entrar no meu quarto e ainda por cima vasculhar?
— Esqueceu de quem é a casa?
— Sua casa? — Dei uma risada nasal em forma de deboche. — Qual é, o seu
medo de perder as propriedades era tão grande que implorou rastejando para voltar.— Isso não tem nada a ver com o que estamos conversando.
— Sinceramente, depois de tudo que você aprontou com minha mãe, não sei como ela ainda voltou pra você.
Ao me virar para sair, avistei a mesma parada no meio do corredor ouvindo toda a conversa. Ela tinha uma expressão decepcionada, mas aparentemente conformada. Era sempre assim.
— Você deveria ser como sua irmã.
Ouço meu pai gritar, mas caminho até as escadas ignorando-o. Quando abri a porta do meu quarto me deparo com Maggie deitada sobre a cama. Confesso que tomei um susto.
— Por que do nada todos resolveram invadir o meu quarto? — Revirei os olhos.
— Então quer dizer que você tem que ser igual a mim?
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Under Storm
RandomAaron Miller é um BadBoy talentoso, inteligente e festeiro. Tornou-se o quarterback do time de futebol americano de sua escola, o capitão que sempre consegue o que quer. Sexo, notas altas, reconhecimento e vitórias. O seu lema é não se apaixonar por...