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"Você é meu profundo fim, mantenha-me respirando

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"Você é meu profundo fim, mantenha-me respirando. A
única coisa me mantendo fora
do túmulo é você"

Nessa

—— A A R O N ——

As vezes sinto que o abismo está cada vez mais perto, e se eu pudesse dizer em qual momento da minha vida me perdi, diria que foi quando aceitei vir morar com o meu pai. No começo não gostei muito da ideia de conviver sob o mesmo teto que o Miller, mas minha mãe quis recomeçar e largar tudo que tínhamos reconstruído em Londres.

Voltar a morar com o meu pai depois de tudo que já aconteceu só piorou a nossa relação. As brigas se tornaram cada vez mais constantes nos últimos anos e agora o maldito quer controlar a minha vida sem dar a mínima para o que é o melhor pra mim, só importa os benefícios que ele irá ganhar.

Merda...

Minha mãe não parava de me ligar. Já estava adiando ter que conversar com o meu pai desde que ele voltou de sua viagem, mas eu preciso parar de fugir e enfrentá-lo sem medo. Questionar a sua intromissão no meu futuro. Estou cansado, frustrado e psicologicamente ferrado com toda essa merda. 

Escorei-me do lado de fora da escola e acendo meu cigarro dando uma longa tragada soltando com muito prazer, a fumaça de meus pulmões fechando os olhos apreciando de forma agradável a nicotina se mesclar ao meu sangue acalmando meu nervos que estavam mais do que exaltados.

Deus, como eu posso ser tão covarde? Como eu posso ser tão covarde dessa maneira? O peso que sinto nos meus ombros,  nem se compara  ao aperto incessante no meu peito. Ás vozes em minha cabeça não paravam de gritar e a merda da nicotina não fazia mais o efeito que eu tanto precisava.

— Droga! — Resmunguei queimando o dedo na brasa do meu cigarro. — Isso não está dando certo.

Meus olhos percorram a minha volta pousando em um garoto distante que estava perto das árvores entregando um papel para um rapaz e guardou o dinheiro que recebeu em seu bolso do moletom abrindo um sorriso satisfeito

Traguei o cigarro mais uma vez antes de jogar o maço no chão, pisando no mesmo para que ele se apagasse e me
desencostei da parede notando que o
garoto  estava se afastando. Enfiei as mãos no bolso soltando a fumaça pelo nariz e comecei a me aproximar dele sem que percebesse a minha presença

— Eaí, Phelps.

— Aaron. — Franziu o cenho surpreso
ao lhe dirigir as palavras — Precisa de alguma coisa?

— Notei que você estava fazendo uma entrega para um dos alunos e...

— Olha cara, eu já dei a minha palavra de que não vou vender para nenhum dos rapazes do time, não quero causar problema com você.

Under StormOnde histórias criam vida. Descubra agora