36 | Então talvez

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"Talvez nós sempre tenhamos sido feitos para nos encontrar, como se tudoisso fosse o nosso destino"

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"Talvez nós sempre tenhamos sido feitos para nos encontrar, como se tudo
isso fosse o nosso destino"

James Arthur

—— A M É L I A ——

A luz do dia já está fraca marcando o fim da tarde, o céu estava limpo e o clima era agradável. O vento frio batia contra meu rosto balançando meus fios enquanto caminhava em direção à minha casa presa em meus pensamentos, estava me recordando daquela maldita sensação novamente, respiro fundo me escorando em uma parede tentando controlar minhas emoções.

— Papai!

Ouço uma garotinha gritar do outro lado da rua atraindo minha atenção, ela correu em direção ao adulto que lhe olhava alegremente segurando um urso de pelúcia e se agachou abrindo os braços fazendo-a pular em seu colo abraçando-o, tamanha era sua afobação. Um sorriso involuntário se formou em meus lábios e desviei o olhar para o chão.

Sinto sua falta...

Meus olhos se encheram de lágrimas conforme me lembrava dos momentos e por um instante desejei estar em frente à minha antiga casa, sentada na calçada com o meu pai, naquela rua deserta, onde não tinha ninguém para nos atormentar, apenas sozinhos conversando sobre o destino. Passei as pontas dos dedos em minha bochecha limpando as lágrimas que desciam e suspirei fundo. Dizem que o tempo cura tudo, ou bom, quase tudo.

Ouço meu celular vibrar tirando-me de meus devaneios e abro um sorriso automático ao ler uma mensagem do Aaron. Afastei-me da parede e voltei a andar pela calçada dando uma última olhada na garotinha brincando com o ursinho que acabou de ganhar e peguei a chave da minha casa.

Subi os poucos degraus que tinha na entrada e antes de destravar a porta tentei reunir todos os resquício de coragem que ainda me restavam, a minha mãe chegou mais cedo que o previsto, não sei o motivo, mas sempre que isso acontecia ela ficava de mal humor. Giro a maçaneta para o lado abrindo a porta e vejo algumas malas no chão.

Uma música animada tocava baixo e estava vindo do outro lado do cômodo, caminhei até a cozinha me deparando com minha mãe usando um avental e de cabelos amarrados segurando uma vasilha enquanto mexia a massa com uma colher. Ela dançava no ritmo da música e assim que percebeu a minha presença ergueu seus olhos para mim.

— Você chegou. — Deixou a vasilha de lado e se aproximou me puxando para um abraço. — Estou terminado de fazer uma torta.

— Aconteceu alguma coisa? Você não deveria está viajando?

— Gostei do cabelo, novo visual?

— Não tenta mudar de assunto.

— Não estou — Sorriu — Eu só pedi para me liberarem antes do previsto, como foram seus dias? — Pegou uma colher e passou no molho. — Prova um pouco do recheio.

Under StormOnde histórias criam vida. Descubra agora