Dona da casa:Então é isso? Sua imunda,porca,suja! -olhei sem entender.- Com o espírito do homossexualismo dentro da minha casa,sua imunda! -veio pra perto de mim botando o dedo na minha cara. - Essa é a sua falta de coragem né,suas folgas repetidas,você vindo de ressaca pro trabalho,sua safada!Ingra:Primeiro,me respeite! Abaixa o tom de voz pra falar comigo e tira o dedo da minha cara.-falei baixo e calma com ela. - Segundo,minha vida pessoal não interessa. Você não tem nada haver com a minha vida! -tava ja vermelha. - Espírito do homossexualismo? Onde saiu isso?
Dona da casa:Não mente,não mente que eu te vi agora você se beijando com outra mulher!-olhei pra ela.- Já tinham me avisado,mas eu não quis acreditar! -gritava.
Ingra:Sim,eu namoro uma mulher. Idai? Alguma dia já deixei meu trabalho por conta da minha orientação sexual? Já deixei de fazer alguma coisa sem fazer por isso? Me diz!
Dona da casa: Não quero saber! Você vai embora da minha casa agora,sua sapatona dos infernos. Vai queimar no fogo do inferno bem longe de mim!
Ingra:Fala direito comigo,sua cachorra!-fui com tudo pra cima dela.-Eu namoro com uma mulher sim,sou lésbica sim,com muito orgulho. Trabalhei aqui durante dois anos,nunca você me deixou faltar por doença,nunca me deixou sentar na mesa pra almoçar com você,nunca me pagou as horas extras,nem me pagou pelo serviço de babá que eu sempre fiz pelo seus netos mimados e eu não falei nada porque zelava pelo meu trabalho mas agora vejo que fiz errado.-grudei no cabelo dela e trouxe pra perto de mim. Tava cheia de ódio!- Mas você falar da minha orientação sexual,não não! Sua vaca cheia de dinheiro e podre,você sabe pra onde você vai desse jeito?-ri sarcástica.- Para o inferno! Vai sentar do ladinho do demônio.
Dona da casa:Eu vou te denunciar! Você vai sair daqui sem receber nada,vai bancar seu desejo por mulher como? Sapatona! -riu e eu meti um soco na boca dela que só sentir o melaço na minha mão. -Eu vou te denunciar!
Ingra:Denuncia,eu vou amar falar pro delegado como você ainda tá no tempo da escravidão. -soltei ela.- Agora sobe e pega minhas contas,eu quero o dinheiro na minha mão agora! -gritei e ela foi subindo. Certeza foi ligar pra família,foda-se também!
Depois de uns vinte minutos ela apareceu com o dinheiro,contei e dava cinco mil e oitocentos reais,melhor que nada.
Dona da casa:Guarda o dinheiro pra pagar advogado,vai ser presa por agressão. -riu.
Ingra:Se preocupa não que da minha vida cuido eu.
Sai daquela casa cheia de ódio,botei o meu dinheiro na bolsa e fui pra casa da minha mãe vendo vermelho.
Já cheguei abrindo o portão que tava sem cadeado,pela porta da frente,maior som alto e muita zuada de conversa.
Pra minha não surpresa,tava os três bebendo e comendo no sofá,a casa toda suja e eles rindo atoa.
Sabe aquela sensação de arrependimento? Eu me dediquei a trabalhar por elas esse tempo,saia do trabalho cansada pra vim limpar aqui,tirava meu luxo pra dá a elas e olha o que eu recebo,nem pela porta da frente eu podia entrar na casa que meu pai trabalhou feito um desgraçado pra comprar.
Meti a mão no relógio da luz,assustei eles e tirei o som da tomada.
Ingra:Vida boa em mãe!-ri e ela arregalou os olhos.- Tô falando sério pra você,nunca falei tão sério,se eu souber de verdade que foi você que contou pra minha patroa que eu era lésbica por maldade,pra ela me tirar do trabalho e eu me sentir culpada,pode se considerar uma mulher amaldiçoada. -fui pra perto delas e me sentei na cadeira.
Mãe de Ingra:Tá maluca Ingra? Falando assim comigo,perdeu o juízo?
Yzabelly:Tá mostrando as asas agora,Ingra? A namorada autorizou foi? -riu debochada.
Ingra:Tô,tô maluca sim! Maluca de ter dado tanto luxo a duas ingratas,muita vida boa pra receber isso da minha própria mãe! -levantei e fui até a Yza.- O meu papo com você é outro,eu vou te amassar Yza,para de mandar indireta pra mim em Twitter. Eu não tenho medo do cara que você fica. -falei e caminhei até a porta.
Antes de sair me lembrei de ontem.
Ingra:Não era você que não gostava de bandido mãe? Tava fazendo o que na rodinha ontem?ri. Apontei para os três.- A partir de hoje vocês estão sendo observados por mim,qualquer passo em falso é tchau e bença pra vocês. -bati a porta.
Tava me tremendo de ódio.Como que até quarta eu tava vivendo um sonho e em plena sexta feira tô assim? Meu Deus!
Decidi que ia na casa da mãe Lúcia,precisava de um consolo. Bati no portão e um neto dela veio,me lembrei do Pipoca.
Mãe Lúcia:Veio na hora certa. Tem recado pra você.-me deu um abraço e um beijo.- Vai beber um copo de água e me encontra na minha sala,sossega o coração.
Bebi a água,lavei o rosto e fui pra sala dela. Não sou de nenhuma religião mas respeito todas!
Mãe Lúcia:Não precisa me contar,eles já me disseram tudo e mandaram recado.-assenti e ela segurou minha mão e olhou no fundo dos meus olhos. -Eles disseram que você precisa ser forte por quê agora é a hora da sua colheita,eu vi muita luz no seu caminho minha filha!-eu não conseguia falar nada.- Eu vi muita coisa boa mas também vi que seu coração anda apertado,um medo de não conseguir...-abaixei a cabeça.-Olha pra mim. Você confia na sua mãe Lúcia?
Ingra:Sim,muito!
Mãe Lúcia:Então! Você vai conseguir,vai ser quando menos esperar. Eles também disseram que você tá apaixonada...-riu e balancei a cabeça confirmando.- Esse é o amor da sua vida,é com ela que você vai viver nessa vida.-sorri. - Mas isso não significa que vocês não vão se perder pelo caminho,mas não se preocupa porque o que é nosso nunca vai embora.
Ingra:Mãe Lúcia? Eu conheci um homem igual ao meu pai,mesma fisionomia e jeito...-antes de falar tudo ela me interrompeu e levantou da cadeira.
Mãe Lúcia:Seu coração é sua bússola,siga-o.-beijou minha mão.-Vá em frente,não temas! Seu pai mandou beijo.
2/5 da maratona.
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Beijo na boca.