HACKER
Olhando pra trás eu não consigo dizer se eu me perdir ou me encontrei,25 anos nas costas e uma bagagem braba na mente. Entrei nessa vida por acaso mesmo,sempre fui amarradona em tecnologia,hackear era um hobby pra mim. Meu primo Buba sabia que eu hackeava, e um dia me pediu um favor desses e eu fiz,no mesmo dia ele me disse que eu ia trabalhar com ele e aí tudo mudou,eu aprimorei o que já sabia e me firmei mermo no mundo do crime. Era novinha pô,15 anos,minha avó e minha mãe tentou de tudo pra me tirar,nunca conseguiram. Minha avó até hoje não gosta,me pedi direto pra sair dessa vida,diz até que ora por mim. Eu entendo a preocupação dela,mas essa foi a vida que me escolheu, o crime me escolheu.
Não é Disney como muitos pensam e muitos menos status,aqui é como se fosse uma prova de fogo todos os dias,mas não nego eu amo. Aqui eu tenho uma família,resenho com os caras e sempre curtindo como se fosse o último dia de vida,afinal,pode ser que seja o último mesmo.
Agora mesmo estou curtindo aqui na praça com os caras já enconstei o meu aqui,minha única paixão fora a tecnologia é som automotivo. Sem igual!
Um olho no celular e outro no movimento,falo com todos e confio em nenhum. Ainda troco uma idéias maneiras com Buba e Nego que é de outra favela,também não abro muito espaço por quê os filha da puta gasta demais,pesa na minha mente legal.
Buba: Hacker? -eu olho pra ele. - Tá na hora de sossegar já,tá ficando velha.
Hacker: Nem vem de idéia. -tava bebo esse fudido,não sabe beber e fica enchendo a mente da vagabunda.
Buba:Abraça o papo.
F
im de qualquer funduço é a mesma coisa,sempre com uma no carro. Dessa vez marquei pra pegar ela na esquina,só que andar de bonde. Quando estou perto da esquina escuto uma cantoria e desalecero deixando o carro quase sem movimento,só vejo duas garotas cantando e rindo uma da outra,uma eu conheço que é Ciba,minha mó gente boa,só é doida do juízo,a que ta com ela não conheço não e se conheço não lembro,bonita demais. Balanço a cabeca em negação e acelero o carro,parando na esquina, Amanda já entra sorrindo e cheia de dedos me beijando e falando putaria,ela é uma ficante antiga.
Moro com minha avó,ela em baixo e eu em cima,tem uma escada por fora já pronta pra quando eu levo alguém,fico rendendo homenagem não. Sei que ela não dorme enquanto eu não chegar ou ligar,deixo Amanda no quarto e vou lá em baixo falar com ela. Chego na pontinha de pé no quarto e ela abre logo o olho.
Vó Dirce: Minha filha,chegou bem? -ela fala ainda sonolenta
Hacker: Oi,vó. Cheguei sim! Bênção?
Vó Dirce: Deus te projeta minha filha. -assinto e dou um beijo nela,apago a luz e subo.
Tô indo dormir levinha,um sexo bom deixa qualquer um em paz. Amanda tá agarrada em mim,a sorte é o ar-condicionado porquê o grude que ela tá. Já avisei pra não misturar sexo com sentimento.
Acordo com o radinho apitando sem parar,caralho! Jogo uma água no corpo e saio pra tomar café na rua,minha vó faz,mas Amanda tava aqui.Só estresse na cabeça,nego acha que ser bandido é ter peça na cintura e postar foto em rede social. Acha que uma peça na cintura te torna o imbatível.
Entro na sala do Buba e tá todo mundo reunido. Buba tá com uma ideias de invasão do dono da 13,fácil não é,mas cara burro do caralho também,da até raiva de hackear qualquer coisa dele.
Buba: Já sabe de tudo hoje né? -assinto. -Vamos sem pressa,quem come quieto,almoça e janta. -ele fala acendendo um cigarro e se encontrando na cadeira. Uma coisa que eu não gosto é de fumar,nunca gostei,meu negócio é uísque e resenha.
Russo: Tá pegando essas frases na onde? Você sabe ler?-já começo a segurar o riso e balanço a cabeça em negação. Buba é escaldado demais.
Lima: Mermão,ele coloca no aplicativo de ler. Diz a ele,Buba. -ele faz batendo na cabeça do Russo e todo mundo já tá de risinho.
Buba:Que bom que vocês têm duas opções né,se o tráfico cair os dois vira palhaço.- ele fala dando sorriso falso e levanta abrindo a porta. -Trabalhar vagabundos.
