Naquela mesma segunda-feira, à tarde, Angeline está no seu quarto, folheando uma revista antiga de adolescentes, quando sua mãe entra no seu quarto sem bater.
- O almoço está pronto – a mãe de Angeline fala sem emoção – e é melhor você vir almoçar – ela lhe lança um olhar mortal antes de sair outra vez do quarto dela.
Angeline faz uma carranca, odiando a forma como a mãe entra no seu quarto sem pedir permissão, sem respeitar sua privacidade. Agora ela é assim, desde o fatídico dia que descobriu ela e Diego juntos na cama.
Angeline está vivendo praticamente em cárcere privado. No sábado, ela gritou durante horas, batendo na porta, e ninguém veio atendê-la, nem mesmo para saber se ela estava bem, se não tinha se ferido ou algo do tipo.
Depois de um tempo, Angeline desistiu e caiu deitada no chão frio do seu quarto. As lágrimas não pararam quando ela estava gritando e continuaram a vir, silenciosas, enquanto ela estava no chão, ainda pelada, enrolada no seu cobertor, se recusando a colocar uma roupa. Se eles iam deixá-la trancada, ela ficaria do jeito que quisesse.
À tarde, sua mãe finalmente abriu a porta do seu quarto. Angeline se sentou em alerta, mas a expressão brava da mãe não era um bom sinal. Aline tinha ido ali apenas para chamá-la para almoçar. Mesmo sabendo que ela não estava de bom humor, Angeline tentou convencê-la a lhe deixar ir atrás de Diego, que tinha partido há horas.
- Você não vai atrás desse garoto – a mãe falou em uma voz dura e altiva, que irritou Angeline.
Ela virou a cara e disse que não estava com fome. Se sua mãe não ia dar o que ela queria, ela também não faria o que ela queria.
Aline, então, saiu do quarto batendo a porta com toda a força e a trancou de novo. Angeline voltou a espernear e a jogar coisas pelo seu quarto por estar sendo mantida refém dentro daquela casa, enquanto o amor da sua vida estava sabe-se lá aonde.
Muitas horas depois, Angeline estava com fome e fraca demais para continuar gritando. Mesmo assim, quando sua mãe veio lhe chamar para comer alguma coisa, ela se recusou de novo, como forma de protesto.
Deitada na cama, sem roupa, embaixo da coberta, ela ignorou a mãe até ela ir embora e a deixar trancada. Ficou olhando por horas para a parede amarelo-pastel, pensando em como ela odiava essa cor que sua mãe tinha escolhido, e em como a odiava agora também.
Em dado momento, Angeline caiu no sono, com uma exaustão induzida pela fome. Ela acordou umas seis horas da manhã, com a bexiga cheia e a barriga vazia. Por mais que quisesse continuar seu protesto, ela precisava mesmo usar o banheiro. Vestiu um pijama, tonta de fome, e se virou para a porta. Ainda estaria fechada? Ela teria que gritar para poder usar o banheiro? Minha nossa, em que ponto sua mãe tinha chegado?
Ela tentou girar a maçaneta e descobriu que a porta estava destrancada. Seu coração bateu forte de alegria. Ela abriu a porta lentamente e olhou para a escada que levava a sala e a cozinha. E a porta de entrada. Ela teria coragem de sair de casa atrás de Diego? E como iria encontrá-lo? Sua mãe tinha cortado o Wi-Fi da casa e seu celular tinha ficado no quarto de Diego, junto com suas roupas – ela tinha certeza que sua mãe já o tinha pego a essa hora. Seria louca o bastante em andar por aí sem rumo, procurando ele por todos os cantos?
- O que você está fazendo? – perguntou a mãe de Angeline, parada no batente da porta do seu quarto, usando um robe de seda branco, os braços cruzados e o rosto impassível.
Angeline fez cara feia para ela, por ser tão enxerida.
- Estava querendo ir no banheiro – ela apontou para a porta do banheiro ao lado do quarto da mãe – será que eu posso, ou você prefere colocar um penico no meu quarto? – ela falou, malcriada.
![](https://img.wattpad.com/cover/258402713-288-k283331.jpg)
VOCÊ ESTÁ LENDO
Secrets - Atrações Secretas | ✓
Teen Fiction|| Indicação +18 - Cenas de Sexo Explícito || ELAS PARECEM GAROTAS BOAZINHAS, MAS NÃO SÃO... Aos 15 anos, as vidas de Beatriz, Angeline e Holly vão tomar um novo rumo. É tempo de crescer, de deixar a vida de criança para trás, de ter novas experiênc...