Capítulo Quarenta e Oito

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[*Antes de lerem, só vou deixar avisado que eu mudei a data do casamento do Ian e da Mona de uma semana, pra um mês, porque essa parte estava me incomodando demais kkkk. Mas isso não vai afetar em nada a história. Boa leitura!]

*

- Ei, você é a garota do vídeo? – um garoto que parece ter uns treze anos, pergunta à Holly, a pegando na saída da escola.

Holly fuzila o garoto com o olhar.

- Não, é a porra da sua mãe! – ela responde, de saco cheio.

O menino sai correndo para se juntar ao seu grupo de amigos tão pirralhos quanto ele, rindo sem parar.

Beatriz observa Holly sair andando da escola a passos duros, com um olhar assassino para qualquer um que surgir à sua frente.

Ela não a culpa por se sentir assim. O dia foi maçante para Holly. Aquele garoto não tinha sido o primeiro a perguntar se ela era a garota do vídeo. Vários garotos, inclusive da sala delas, encheram seu saco hoje, mas ela sempre respondia que não.

Mesmo assim, não podia evitar os cochichos ao seu redor e as indiretinhas maldosas dos colegas. Mesmo Beatriz lhe dando apoio o tempo todo, ela teve que ficar a maior parte do dia com fones de ouvido e capuz para se proteger dos ataques.

- Odeio todas essas pessoas – diz Holly, infeliz, saindo da propriedade da escola.

Andando ao seu lado, Beatriz lhe abraça.

- Pelo menos o dia acabou – Beatriz a tenta confortar – agora você pode ir pra casa relaxar.

Holly balança a cabeça.

- Isso nunca vai acabar, Beatriz – ela fala com desânimo – você não entende? Depois que um vídeo vai a público, já era. Eu vou ser atormentada pelo resto da minha vida.

- Não pensa assim – insiste Beatriz – as pessoas esquecem. E ninguém tem certeza que é você. Logo eles vão se enjoar do assunto e te deixarão em paz.

Holly não diz nada. Beatriz sabe que ela não está acreditando nisso.

Beatriz segura no seu braço, parando-as no meio do caminho.

- Olha, se precisar de qualquer coisa, eu estou aqui, tá bom? – Beatriz olha dentro dos olhos dela, querendo que ela tenha certeza que pode contar com ela – se você se sentir triste ou precisar conversar, me chama.

Holly assente e Beatriz a abraça de novo. Ela sabe o quanto Holly é solitária por causa da ausência dos pais, e entende o que é não tê-los ali para te dar apoio. Ela quer deixar claro que Holly não está sozinha.

- Obrigada – Holly seca uma única lágrima que deixa escapar. Ela é muito forte para aguentar tudo isso sem desabar.

O celular de Beatriz apita no bolso da sua mochila. Uma, duas, três, quatro vezes seguidas, forçando ela a interromper o abraço com Holly.

- Quem será que está tão desesperado para falar comigo? – Beatriz resmunga, tirando a mochila das costas e pegando o aparelho do bolso.

- Espero que não seja mais pessoas falando do meu vídeo – Holly murmura, de mau-humor.

Beatriz olha na tela e vê que todas as mensagens são da sua tia, pedindo sua opinião sobre o casamento.
Beatriz revira os olhos.

- É só minha tia – ela conta à Holly – ela está louca porque o casamento está muito em cima e ela tem que arrumar um monte de coisas ainda. Bem, ela não devia ter decidido se casar tão rápido – ela comenta, ficando rabugenta.

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