Capítulo Cinquenta

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[*Primeiro dos dois capítulos postado hoje ❤️]

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Na terça-feira, Angeline se joga num banco de pedra das muitas mesas redondas que tem no pátio da escola, com uma cara azeda de infelicidade. Ela não quer estar na escola naquele dia, mas foi obrigada por sua mãe. Está cansada só por sair da cama. Tudo o que ela quer é encontrar Diego, mas sem internet ou celular é impossível. Mesmo que ela pegasse o celular de alguém emprestado, o número dele está na agenda do celular dela, e ela não sabe de cor. Se ele não a procurar, ela não o encontrará. E pelo visto, ele ainda não tinha tentado vir atrás dela.

Ela coloca os óculos escuros e apoia a cabeça em um dos braços, odiando sua vida e mais do que tudo, odiando sua mãe carrasca. Por que isso está acontecendo com eles? Por que seus pais não os ouvem, não dão uma chance deles provarem que o que sentem é amor de verdade? Por que tinham que simplesmente tratá-los como duas crianças imaturas e os deixar separados como se eles não pudessem ficar juntos? Eles não fizeram nada de errado, não eram irmãos de verdade. Só tiveram a infelicidade de seus pais terem se casado.

- Angeline! – exclama Holly, ao chegar perto dela.

Holly dá a volta na mesa e joga os braços em torno da amiga, a abraçando forte.

Angeline não tem a mesma reação que ela. Seu humor está tão ruim, que ela prefere não ter que falar com ninguém, nem mesmo com as melhores amigas.

- O que aconteceu com você? – Holly pergunta, preocupada, se sentando no banco ao lado dela – fiquei tão preocupada. Beatriz e eu te mandamos um monte de mensagens, mas você não respondeu nenhuma. Estava precisando tanto de você, amiga. Minha vida está uma bagunça...

Angeline revira os olhos de saco cheio. A vida dela está uma merda e ela não está afim de ouvir as lamentações fúteis de Holly, nem de mais ninguém, porque mais ninguém está sofrendo tanto quanto ela.

- Olha, Holly, eu agradeceria se você me deixasse sozinha, tá bom? – ela corta Holly como uma faca bem amolada – não estou com humor para ouvir você reclamando dos seus pais ausentes que não te dão atenção. E, ah, como você sofre naquela casa enorme só para você! Eu bem que queria ter toda a privacidade que você tem e ainda poder reclamar de barriga cheia – Angeline solta tudo de forma venenosa.

Holly fica sem palavras, a mágoa evidente no seu rosto. Angeline sabe que foi um pouco dura demais, mas não vai voltar atrás no que diz. Ela bem que quer ter os problemas de gente rica que Holly tem.

Holly abre a boca para dizer alguma coisa e depois desiste. Ela levanta de um salto da mesa e sai dali a passos largos, do jeito que Angeline quer.

Mas Angeline não fica sozinha por muito tempo, pois logo em seguida, chega Beatriz na mesa dela.

- O que aconteceu com a Holly? – ela pergunta, vendo o caminho que Holly faz, feito um furacão, para dentro do prédio da escola.

- Tá fazendo drama – diz Angeline sem tato, olhando para suas unhas com esmalte descascando.

Beatriz franze as sobrancelhas.

- Você acha que a Holly está fazendo drama, com tudo o que está acontecendo com ela? – Beatriz devolve, meio alarmada.

Angeline bufa.

- Que foi? Papai esqueceu de ligar pra ela de novo? – ironiza ela.

Beatriz a olha sem acreditar no jeito que ela está agindo. Angeline não está nem aí. É até melhor se ela ficar com raiva e ir embora como a Holly.

- Você não viu o vídeo que está circulando por aí? – pergunta Beatriz.

Angeline fica ainda mais impaciente.

- Não, eu não vi nenhum vídeo porque minha mãe confiscou meu celular! – ela solta, despejando a raiva da mãe em cima de Beatriz.

Beatriz assente com os lábios comprimidos.

- Isso explica tudo.

Beatriz pega seu celular e coloca no tal vídeo, e o estende para que Angeline o veja.

Meio sem vontade, ela pega o celular de Beatriz. Ela vê o vídeo de uma menina se masturbando e fica perturbada por Beatriz ter um vídeo desses no seu celular. Então nota a mecha de cabelo ruivo roçando no ombro nu da garota, nem-tão-estranho-assim.

- É a Holly? – ela pergunta com a cabeça girando.

- Shhh – pede Beatriz, pegando o celular de volta – é, mas ninguém sabe com certeza – ela fala baixo – o pessoal só está presumindo que seja ela. E isso já basta para a estarem atormentando.

Angeline se sente incomodada consigo mesma.

- Você tinha que ter visto como foi horrível ontem. Todo mundo zombando dela, fazendo gracinhas e falando dela pelas costas – Beatriz continua – isso sem falar das redes sociais que ela teve que excluir todas porque não aguentou a pressão de tanta gente julgando ela.

Agora sim, Angeline se sente culpada. Ela tinha sido uma escrota com Holly.

- Eu sou uma vaca – ela fala, e se levanta da mesa – vamos atrás da Holly.

*

Angeline falou sem pensar e agora tem que consertar as coisas 😬

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