Capítulo 4

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Boa leitura! 

Alessa/Bianca

Quando eu cheguei as vinícolas Salvatore, fiquei impressionada com o tamanho das terras, os pés de uva são de perder de vista, parece ser um lugar muito tranquilo para se viver. Ter chegado bem cedo, e ser convidada para ficar aqui fazia parte dos meus planos.

Puta merda! Que olhar foi aquele que o Vincenzo me deu, o cara me secou tanto que eu tive que tomar um suco para hidratar.

Por falar em Vincenzo Salvatore, o homem é ainda mais gostoso pessoalmente. Forte, musculoso, com uma barba bem-feita, uma voz grossa que me deixou excitada. O perfume dele é forte, amadeirado. É impossível olhar para ele não quer ser fodida com força. Transar com ele não vai ser nenhum sacrifício.

_Quando quiser e estiver pronta, podemos ir, para conhecer a propriedade! _Ele diz me olhando e eu saio dos meus pensamentos libidinosos sobre o homem na minha frente.

_Podemos ir agora! _Falo sorrindo e ele sem levanta e eu faço o mesmo. _Obrigada pela recepção Sra. Salvatore! _Falo sorrindo para Graziela, eu sinto que ele pode me ajudar muito.

_Quando voltar seu quarto já estará pronto! _Ela me diz sorrindo e eu me despeço saindo com Vincenzo.

A mansão dos Salvatore é belíssima, é toda feita de pedras e deve ter uns 200 anos. Se por fora parece uma dessas casas de filme de época, o lado de dentro é o oposto, a casa mescla muito bem modernidade com tradição.

_Se importa de irmos andando? _Vincenzo me questiona e eu nego com um aceno de cabeça. Preciso ir com calma, eu vi que o efeito que causei nele, mas ele não parece ser um homem fácil de seduzir. Ele é muito educado, um cavalheiro eu diria, mas seus olhos são frios, e ele não sorrir muito.

Conforme vamos andando ele vai me explicando um pouco de como funciona vinícola, descubro que eles não produzem apenas vinhos aqui, produzem geleias, queijos, e tem uma bela criação de cavalos de raça.

_Quantos anos tem Bianca? _Ele diz depois de um tempo que estamos caminhando.

_25! E você?

_30.

_Muito jovem para cuidar de tudo isso sozinho! _Comento e ele me olha.

_Não faço todo trabalho sozinho, tenho ótimos funcionários! Sem eles seria impossível manter tudo aqui funcionando!

_Ainda sim, você que comanda tudo aqui! Muitas pessoas dependem da sua boa gestão! _Sorrio e ele me olha confirmando com a cabeça. _Mas, pelo o que vejo você está fazendo um ótimo trabalho, fala dessa terra com muito amor e respeito.

_Essas terras estão na minha família a mais tempo que eu possa contar. Eu amo tudo aqui, muitas dessas pessoas me viram crescer, são como minha família também! _Ele sorri e me fita. _Por que escolheu Verona?

_Verona é cidade dos apaixonados! _Brinco sorrindo. _Mas, eu vim porque a oferta de trabalho era muito boa.

_Verona é a cidade dos amores fadados a morte! _Suas palavras são cheias de dor e me pergunto o que será que houve com ele?

_Romeu e Julieta? _Falo olhando para ele e olho para frente sentindo o sol aquecer a minha pela, e cheiro de terra úmida e uvas maduras. _Linda história, porém, muito trágica. Um amor que supera a morte, é coisa de livro.

_Não acredita no amor? _Ele diz surpreso e sinto seus olhos sobre mim e continuo olhando para frente.

_Como posso acreditar em algo que nunca senti? _Minhas palavras são sinceras, de fato nunca me apaixonei. E não acho que alguém poderia amar uma mulher como eu, se soubesse toda a podridão que a minha alma carrega.

_Nunca se apaixonou? _Paramos de andar e ficamos um de frente para o outro. Apesar de eu não ser uma mulher baixinha, preciso erguer a cabeça para olhar melhor o rosto de Vincenzo que deve ter quase dois metros de altura.

_Não! _Falo passando a língua nos lábios, e vejo seus olhos seguindo cada movimento meu. Ele me deseja, todavia, cada um dos meus movimentos é para causar esse tipo de sensação nele. Tudo em mim é milimetricamente usado para seduzi-lo.

_Não perdeu nada, por não se apaixonar! _Ele diz amargurado e volta a caminhar. _Acho que você pode ir até onde os animais ficam, eu preciso resolver algumas coisas! _Ele diz andando a passos largos se afastando de mim.

O que disse de errado? O homem fugiu como seu eu fosse o próprio diabo!

Caminho em direção aos estábulos que ele tinha me mostrado minutos atrás. Eu nunca vi na minha vida cavalos tão grandes. Me lembro da época em que mamãe ainda era viva, alguns tios dela tinham um pequeno sitio em Nápoles, e eu adorava ir até lá andar a cavalo, a minha mãe era maravilhosa. A mulher mais doce do mundo.

Me aproximo de um cavalo de pelos brancos e faço carinho nele, mergulhando no meu passado.

Eu era muito feliz na época em que minha mãe, Rita Valente, era viva. Meu pai era um bom homem, trabalhador. E mamãe costurava e cuidava de mim e dos irmãos. Quando ela engravidou de Donatella, ficamos tão felizes, mais uma menininha para tirar o juízo do meu pai e de Ettore, meu irmão mais velho. Eu tinha cinco anos e me lembro bem desse dia, papai chegou com Donatella nos braços, mas mamãe não veio com eles. Ela tinha morrido no parto.

Depois disso meu pai se tornou um alcoólatra e um viciado em drogas. Se envolveu com gente da pesada, chegava em casa fora de si e descontava toda sua raiva da vida em mim e em Ettore, as minhas irmãs mais novas sempre ficavam escondidas dentro do armário para não serem vítimas do seu cinto. Ele levava os malditos amigos dele para casa, e eu via os olhos de cobiça daqueles homens sobre mim, malditos! Eu era uma criança tinha 8 anos. O irmão do meu pai, meu tio Enrico, sempre que estava na cidade ia para casa cuidar de mim e de meus irmãos, os dias em que ele passava com a gente, eram dias de paz. Lembro de tê-lo visto com uma arma e pedi para ele me ensinar a usa-la, eu tinha 12 anos na época, e um dos filhos da puta, amigos do meu pai tinham tentado me tocar, mas, eu tinha conseguido fugir. Meu tio me ensinou a atirar, na verdade ele ensinou para mim e meus irmãos de tudo um pouco, sei manejar facas, sei lutar, mas ninguém é tão como eu com uma arma na mão, talvez Ettore possa comparar.

Ouço vozes se próximas e afasto os meus pensamentos, eles me levam para uma parte da minha vida que eu não quero lembrar. Aqui eu sou Bianca Mancini, uma veterinária. E não Alessa Valente, uma golpista. 

Alessa -Série irmãos Valente  (Livro 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora