Boa leitura!
Vincenzo
Eu realmente acreditei que seria um lance passageiro, que o desejo iria diminuir com o passar do tempo. Que a cada encontro meu interesse iria reduzindo até não restar mais nada. Pelo contrário, ele aumenta cada beijo, a cada toque. Quanto mais tempo eu fico com Bianca mais tempo eu quero ficar.
Já faz um mês desde que voltamos de Veneza, uma das viagens mais incríveis que eu já fiz. Descobrir outras nuances de Bianca, ela é perspicaz, sempre tem uma resposta na ponta língua. É engraçada e uma ótima ouvinte. Sua curiosidade me lembra de uma criança, a todo tempo fazendo perguntas querendo saber a história por trás de cada monumento ou construção. Mas, sem dúvidas sua face mais surpreendente é a de uma mulher romântica. Esse lado me fascinou.
Desde que voltamos tentamos manter nossa "relação" da forma mais discreta o possível. Eu não estou disposto a assumir um relacionamento e tão pouco ela demonstrar interesse em tornar oficial o que temos.
Estou a manhã toda no escritório cuidando dos preparativos para Vindima. Sem dúvidas é a festa mais aguardada para todas as vinícolas. A vindima é o começo da colheita das uvas e da produção dos vinhos. Todos os anos na Vila Salvatore fazemos uma festa para abrir a colheita. Sempre temos muita música, dança, comida. Fazemos a tradicional pisa das uvas, como se faziam antigamente, apesar de ser algo simbólico, uma vez que grandes produtores como nós usamos maquinas, afim de, acelerar o processo de esmagar as uvas.
Abro o cofre que era do meu pai, procurando por alguns documentos, muitas vezes a minha mãe entra no escritório e organiza, a maneira dela, as coisas e me faz perder um grande tempo procurando por tudo. Coloco a arma que pertencia ao meu pai em cima da mesa e volto a me concentrar em encontrar esses documentos.
_Pode entrar! _Falo alto ao ouvir batidas na porta e minutos depois o cheiro inconfundível de Bianca invade a sala, reconheceria seu cheiro em meio a uma multidão. _Algum problema, Bianca?
_Como sabe que sou? _Ela diz espantada e eu apenas sorrio dando os ombros. _Eu preciso de uns remédios novos para os animais, o estoque está quase em zero.
_Faça uma lista que eu providencio tudo! _Falo virando pra olha-la e vejo que ela está com a arma na mão. _Cuidado para não atirar no seu pé!
_É sua? É uma linda arma! _Ela sorrir avaliando a pistola em sua mão e destrava ela sem qualquer dificuldade, me deixando espantado. _Acho que é um ótimo momento para cumprir a minha promessa de atirar na cabeça do seu pau! _Ela mira entre as minhas pernas sorrindo divertida.
_Bianca, não brinca com isso, porra! Pode disparar!
_Vincenzo fodão Salvatore, está com medo de uma mulher com uma arma na mão?
_Sim, uma mulher que com certeza nunca deve ter atirado na vida! Me dá essa arma aqui! _Falo me aproximando dela que me sorrir provocadora.
_Acha que não sei usar essa arma? _Sua risada me deixa confuso. _Eu sou a melhor atiradora que vai conhecer a sua vida. Aprendi ainda criança, devia ter 11 anos quando peguei em uma arma pela primeira vez. Eu nunca erro um alvo!
Suas palavras me deixam surpreso e eu me pergunto porque uma garotinha de 11 anos estava aprendendo a atirar ao invés de estar brincando.
_Quanto imaginação! _Provoco-a e vejo aquele olhar de predadora que ela sempre tem quando é desafiada.
_Desafio aceito! _Ela diz sorrindo, travando a arma e colocando sob a mesa. _Onde posso provar que sou melhor do que você com uma arma na mão?
_Já sei o lugar perfeito! _Digo animado. Vou levar ela para uma parte mais afastada da Villa Salvatore, onde não possibilidade de ferir ninguém.
Faz alguns meses que eu não pego em uma arma, desde que sai da Interpol. Eu amo a sensação de acertar o alvo, a adrenalina, o cheiro da pólvora. Essa adrenalina que manteve a minha mente sã depois da morte da Kiara. Eu entrei no exército com o desejo de levar um tiro e ir me encontrar com ela. Sim, eu basicamente estava tento me suicidar. Mas, com o passar dos meses as dores físicas por causa dos treinos, as missões ocupavam a minha mente e eu só conseguia pensar em qual seria minha próxima missão, meu próximo alvo. Eu fui um dos melhores agentes da Interpol, nunca entreguei uma missão incompleta. Quando meu pai morreu, eu ia pegar o meu próximo caso, seria em conjunto com o FBI, iriamos desmontar um esquema de tráfico humano. A minha missão era encontrar uma golpista, chamada Alessa Valente, algumas fontes disseram que ela tinha algum laço com uma tal de "caçadora", e ela poderia encontrar quem precisamos. Sem contar que essa Alessa, é procurada por aplicar diversos golpes em alguns velhos ricos da Itália.
_Terra chamando Vincenzo, vamos logo. Estou louca para ter um pouco de ação! _Ela pega a arma colocando na parte de trás da sua calça jeans.
Pego a minha arma que fica dentro do meu cofre também e coloca na parte de trás da minha calça. Seguro na mão de Bianca e saio com ela do escritório. Passo na cozinha e pego tudo o que vou precisar enquanto Bianca me espera na garagem.
_Bianca, se estiver com medo, não precisa fazer isso! _Falo chegando até ela guarda tudo no porta malas do carro.
_Medo? O medo que deveria me temer! _Ela diz olhando para frente cheia de si. Essa mulher é uma caixinha de surpresas. _Eu só tenho um medo na vida. Que é perder as pessoas que mais amo nesse mundo. O resto eu enfrento de peito aberto. Quem já viveu no inferno como eu aprende que para sobreviver não pode ser fraca.
_Teve uma vida difícil. Você não fala do seu passado, mas pelo o pouco que já comentou comigo, pude notar que aconteceram coisas bem ruins com você! _Falo entrando no meu carro com ela, seguindo para uma parte distante da Villa.
_Não tive mesmo. Eu sou a segunda mais velha de quatro irmãos. Tinha uma vida normal com a minha família até os meus cinco anos, quando mamãe morreu no parto da minha irmã caçula. Eu e meu irmão mais velho passamos a cuidar das nossas irmãs caçulas. _Ela conta perdida em suas lembranças e eu começo a temer o que vem a seguir. _Meu pai, se é que aquele monstro merece esse título, se tornou o próprio diabo, aprendi ainda criança como me virar e proteger os meus irmãos. Eu e meu irmão apanhávamos o tempo todo, e por qualquer razão. A minha irmã caçula chorava de fome e eu não sabia o que fazer, porra, eu tinha 5 anos. Uma vizinha começou a ajudar a gente com ela, e pelos menos ela ficava segura e longe daquela casa. Dona Rosa nós ajudou com ela até ela fazer dois anos, que foi quando ela morreu, a mulher era uma santa, fez pela gente tudo o que podia. Depois da morte dela que as coisas ficaram ainda mais fodidas para gente.
_E onde esse desgraçado do seu pai está? _Falo sentindo meu corpo arder em ódio e desejo de matar esse desgraçado.
_Morto! _Ela diz sem qualquer sentimento na voz. _E antes que pense, não fui eu quem o matou, por mais que meu desejo fosse esse. Alguém chegou antes de mim e fez o serviço. Eu lembro da vontade que eu sentia de acertar um tiro no meio da sua testa, enquanto ele dormia, completamente bêbedo e drogado. Eu só não o fiz porque iria ser separada das minhas irmãs. _Seu tom é sombrio ela fala como uma assassina, com a voz tão gelada como um ice Berg.
_E onde estão suas irmãs agora?
_Vivendo a vida delas. Eu cuido delas de longe! _Ela não dá mais detalhes e sei que tem muito mais coisas em seu passado, mas, ela ainda não confia em mim para contar e aceito isso.
Estaciono o carro e saímos eu e ela. Aqui é um campo aberto, com uma verde e alguns pés de fruta. Vinha aqui sempre fazer piquenique a com a Kiara.
_Podíamos ter trago uma cesta de piquenique! _Bianca diz sorrindo encanta pelo o lugar.
_Eu trouxe! _Falo tirando tudo do carro forrando uma toalha no chão em baixo de uma arvore e ela me ajuda a tirar as outras coisas do carro. _Não tem nada muito elaborado, sai pegando tudo o que eu vi na cozinha! _Falo coçando nuca meio constrangido por não ter organizado tudo antes.
_Os melhores passeios são esses, feitos de última hora! _O sorriso que ela tem nos lábios deve ser a nona maravilha do mundo. E eu me sinto um bastardo sortudo por ser causador dele.
Tem tantas coisas que Vince não sabe sobre Alessa! Ansiosos para saber a reação dele quando descobrir?
Comentem muito e votem!
Até sábado.
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Alessa -Série irmãos Valente (Livro 1)
Roman d'amourQuatro irmãos que foram obrigados a viverem separados para se manterem a salvo. Apesar de distante eles são capazes de tudo para protegerem uns aos outros. Os irmãos Valente fazem de tudo um pelo o outro. Os irmãos Valente não tem medo. Um por todos...