Capítulo 33

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Boa leitura! 

Vincenzo

Leio a carta sem me importar com as lagrimas molhando o papel, foi uma despedida e eu não estou preparado para dizer adeus. Tudo o que ela fez e passou para proteger as irmãs, ela me disse várias vezes que faria de tudo por elas, que ela faz de tudo por aqueles que ela ama, mas, não achei que esse tudo, fosse até morrer.

Ela levou um tiro por mim, a bala era para ter me matado, mas ela se colocou na frente de um tiro para me proteger e eu não sei o que pensar sobre isso. As mentiras que ela me contou, quem ela fingiu ser, tudo parece tão minúsculo agora. Todas as lembranças dela nesses últimos seis meses, as suas palavras durante o passeio de gondola, em Veneza: "porque por mais que suas ações fossem torpes, seus motivos foram nobres", ela falava dela, dos motivos dela.

As horas passam lentas, noto o entra e sai de médicos, mas ninguém nos diz nada. Olho para Joseph e me pergunto se ele é o mesmo homem da qual ela menciona na carta.

_Foi você? _Olho para ele, que agora me encara confuso. _Que ensinou a ela como ser uma golpista?

_Do que você está falando, filho? _Minha mãe olha para mim e para Joseph.

_Fui eu! _Ele me olha firme e depois olha para a minha mãe. _Podemos conversar? A sós.

_Vamos tomar um café! _ A minha se levanta e sai com ele. Ultimamente vejo os dois passando muito tempo juntos, só espero que não seja o que eu estou pensando.

A polícia chega querendo meu depoimento e eu não estou com cabeça para isso. Por sorte sou amigo do chefe de polícia e ele aceita colher meu depoimento em outra hora. Eu matei aqueles homens e não me arrependo disso. Meu único arrependimento por assim dizer, foi não ter matado o desgraçado do Paolo, antes que ele atirasse em Bianca, que dizer, Alessa.

_Cadê a minha irmã? _A Martina entra no hospital e me olha em completo desespero. _Cadê a Alessa? Me diz? _Ela grita e seus olhos estão repletos de lagrimas.

_Martina... _Tento me aproximar dela e a mesma dá um passo para trás negando.

_Ela morreu? Não mente para mim, Vincenzo!

_Ela não morreu! _Eu preciso acreditar que ela não morreu. Ela não pode ter morrido. Essa demora dos médicos tem de significar algo positivo.

_Ela não vai morrer. Ela não pode me deixar sozinha! Ela é tudo que a gente tem. _Finalmente ela deixa as lagrimas rolarem livremente, ela soca uma parede com toda a força e eu apenas a puxo para um abraço.

_Você não está só. Tem a mim, eu vou cuidar de tudo, Tina! _Aperto ela me meus braços e sinto seu corpo tremer.

Como eu vou lidar com a dor delas e a minha? Eu não posso ser forte como a Alessa. Eu não vou conseguir sem ela.

Olho para a porta da recepção e vejo Donatella entrando. Seus olhos cruzando com os meus e ela corre para os meus braços, e eu abraço com força.

_Ela vai sobreviver não é, Vince? _Donna me diz suplicante e beijo a cabeça das duas, incapaz de dizer qualquer coisa. _Não é, Vince? Ela não vai deixar a gente. Promete para mim? Eu não posso perder ela, ela é a única mãe que eu conheci.

_Ela vai sair dessa. Eu sinto muito, foi minha culpa. A bala era para me acertar e ela entrou na frente. A culpa é minha! _Confesso entre lagrimas e as duas se afastam me encarando.

_Ela levou um tiro por você? _Martina diz em sussurro. _Droga, Alessa!

_Vince, não é sua culpa. A Alessa é assim, ela dá a vida pelas pessoas que ela ama! _Donatella me abraça apertado.

_Ela disse que você era o ponto fraco dela. _Martina me olha triste. _Ela vai voltar para gente, ela sabe que nenhum de nós três vai aguentar sem ela. _Ela me abraça apertado.

_Eu não posso viver sem ela. Ela me pediu para cuidar de vocês, mas se ela não resistir... _ Não consigo terminar a minha frase, meu corpo se contorce em dor, só de imaginar essa possibilidade.

_Família de Bianca Mancini _O médico surge com um olhar preocupado e visivelmente cansado.

_Somos nós! _Tomo a frente olhando para ele e sinto meu coração disparar. _Doutor, ela está bem?

_Precisamos fazer uma cirurgia de emergência, a bala se alojou muito próximo ao coração, quase perdemos a paciente por duas vezes. Foi uma cirurgia muito delicada, as próximas horas serão crucias para avaliarmos o caso, o que posso dizer é que no momento ela se encontra fora de risco.

_Não interessa o quanto de dinheiro vocês precisem para mantê-la viva, se precisar ir para um hospital maior, qualquer coisa doutor. Faça! _Martina diz seria. _Se ela precisar de um coração novo, arranque o meu, mas não deixa a minha irmã morrer!

_Estamos usando todos os recursos, senhorita! Sua irmã é uma moça muito forte. _Ele sorri para tranquiliza-la.

_Dinheiro não é um problema, doutor! _Eu encaro ele que acena com a cabeça e fala mais alguns detalhes sobre o caso dela e se retira.

_Vince, a gente paga tudo para vocês está bem? Nós damos um jeito! _Donna diz me olhando e sempre me assusta e admira o amor que essas três tem uma pelas as outras.

_A gente não quer o seu dinheiro. Eu sei, o que a Alessa pretendia fazer com você antes de se apaixonar, mas ela fez pela gente. _Martina me diz encarando. _Você também faria de tudo por alguém que você ama, não é?

Suas palavras me fazem voltar a mais de dez anos trás e toda a luta de Kiara. Como eu estava disposto a fazer de tudo para ela se curar. Eu entendo, Alessa.

_Eu não me importo com o dinheiro, daria todo ele, para tê-la aqui. Não tem dinheiro que pague a vida dela ou que pague a de vocês. Eu admito que me sinto traído por todas as mentiras, mas quem sou eu para julgar? Eu só a quero aqui comigo.

_Vince, a gente não é como você, entende? Não temos ninguém, a gente não sabe o que é ter um pai que nos ama ou uma família para recorrer. A Alessa fez o que ela podia com que ela tinha em mãos. _Donatella tenta justificar as atitudes da irmã e vejo com elas se culpam por todos os sacrifícios que a irmã mais velha teve de fazer.

_Vocês não tinham família. Agora tem, tem a mim. Eu amos as duas como minhas irmãs ou minhas filhas. Vocês têm em mim um porto seguro. Vocês tem família, a minha família é de vocês. _Falo firme olhando para as duas. _Eu amo a irmã de vocês, não me importo com o que ela fez, aquela mulher levou um tiro por mim, eu não sou digno de alguém tão forte e de coração tão bom. Não muda nada, o amor que achei sentir por Bianca, nem chega aos pés do que eu sinto por Alessa nesse instante. 



Mais alguém apaixonado pelo  Vince? O que acharam do capitulo de hoje? 

Me desculpem pela demora! Dia corrido, trabalho, cursinho... 

Quem quer maratona de Alessa, comenta EU 

Comentem muito e votem! 

Beijos! 

Alessa -Série irmãos Valente  (Livro 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora