Boa leitura!
Vincenzo
Acordo na manhã seguinte e olho para o lado, vendo Bianca dormindo serena. Os cabelos estão um pouco jogados em seu rosto, ela parece um anjo de tão linda. Me levanto animado, como há muito tempo não me sinto. Ligo para a minha casa e aviso a minha mãe que eu vou viajar para Veneza com a Bianca, vamos velejar e peço para ela mandar preparar tudo por lá. Quando eu era criança ia sempre com meu pai, Veneza fica a poucas horas daqui, então sempre que podíamos íamos passar os finais de semana na nossa casa lá.
Depois de fazer a minha higiene, sigo para a cozinha, afim de preparar nosso café da manhã. Pelo o que eu já observei, Bianca tem muito apetite pela manhã, então faço de tudo um pouco, desço rapidamente até a padaria em frente ao meu prédio comprando algumas coisas.
_Bom dia! _Digo entrando na cozinha a vendo sentada a mesa tomando um copo de suco. _Fui comprar uns pães frescos. _Aviso arrumando tudo na mesa enquanto, ela apenas me observa. _O que foi?
_Nada! _Ela fala sorridente sem tirar os olhos de mim. _Não sabia que cozinhava...
_Morei por dez anos sozinho, aprendi algumas coisas. Não sou um Chef, mas me viro bem com facas e panelas e você? _Me sento ao seu lado e toco levemente nossos lábios.
_Eu cozinho muito bem, só que é comida mais caseira, não sei fazer nada muito elaborado!
_Ótimo, vamos passar o final de semana em Veneza, você quer velejar, certo? Podemos cozinhar ou sair para comer lá. _Conto os meus planos enquanto mastigo um pão com geleia.
_Vamos? Isso é um convite ou você está apenas me comunicando um fato? _Seu tom é divertido e ela tem um sorriso nos lábios.
Pude notar como seus olhos estão mais brilhantes hoje. Na noite passada, ela me perguntou sobre as minhas cicatrizes, no entanto, quando a questionei sobre as cicatrizes que ela tem, sua resposta foi curta e grossa, seguida de um silencio e depois vieram as lagrimas. Senti um aperto no peito por vê-la tão frágil, meu desejo era esmagar quem causou isso a ela.
_Estou te comunicando, já que você já aceitou velejar comigo, uns dias atrás.
_Eu sei. Mas, não estava esperando por isso, depois da nossa noite! _Ela mastiga um pão com geleia, calmamente sem me olhar.
_Eu sou um homem de palavra, Bianca. As coisas que eu te disse ontem permanecem as mesmas, porém, eu havia dito a você que a levaria para velejar esse fim de semana.
_Tem razão. Precisamos ir até a vila para eu fazer a mala. _Ela se levanta recolhendo a louça suja e começa a lavar.
Meus olhos percorrem todo o seu corpo, ela veste apenas a minha camisa e seus cabelos estão presos, seus pés estão descalços e isso faz ela ficar absurdamente sexy.
_Vincenzo, vai guardando as coisas. _Seu tom é de ordem e eu apenas me levanto obedecendo.
Arrumamos toda a cozinha e depois o quarto. Vestimos as roupas do dia anterior por não termos peças extras aqui. Passamos rapidamente na vila, faço uma mala pequena, vamos passar apenas dois dias.
Seguimos de carro para Veneza. Os primeiros minutos de viagem se fazem em um silencio agradável. Observo Bianca, brevemente, e penso em como ela é diferente de Kiara. A começar pela aparência, Kiara, era loira e de olhos castanhos, tinha um jeito tímido, sempre corava quando eu a elogiava. Tudo nela gritava fragilidade, ela era magra e baixinha, uma menina que se tornaria uma mulher linda.
Bianca é o oposto dela. Seus cabelos negros e olhos azuis contrastam com a pele clara. Ela é alta, e tudo nela gritar força. Bianca é decidida, dona de si é como uma força da natureza. É uma mulher forte e intrigante.
Eu conseguia ler Kiara apenas olhando em seus olhos, algo que não sou capaz de fazer com Bianca, olhar em seus olhos é como encarar a imensidão do mar e não fazer a mínima ideia do que se pode encontrar caso mergulhe nessas aguas.
Uma é como tempestade e a outra era como a calmaria.
_Vou colocar uma música! _A voz de Bianca me traz de volta e vejo ela mexer no radio colocando em uma rádio qualquer. _Como foi servir no exército?
_Foi uma válvula de escape. Nunca foi meu sonho servir ao exército ou ser um agente da Interpol. Essa oportunidade apareceu quando eu precisava fugir de mim mesmo, então, eu apenas fui. _Eu não gosto muito de falar sobre isso com ninguém. Só que com ela, é diferente. Um sinal de alerta apita no meu cérebro. Bianca não é como todas as outras, e eu não quero ficar tão perto dela para descobrir quão diferente ela é para mim, contudo, tem algo que me atrai para ela, como um imã.
_As vezes não temos outra opção senão fugir!
_Tem razão. Embora, uma hora somos obrigados a enfrentar os nossos demônios, fugir não muda o fato de que eles sempre estarão lá esperando por nós.
_É, uma hora ou outras eles voltam, e você tem outra escolha se não enfrentar e vencer. Mesmo que isso custe caro! _Suas palavras não parecem ser direcionadas para mim, é como se ela falasse para si mesmo.
_Quais são os seus demônios, Bianca? _Ela me olha e seus olhos não me contam nada, ela sabe esconder muito bem seus sentimentos.
_Quais são os seus, Vincenzo? _Ela rebate a minha pergunta me deixando sem palavras. _Tem coisas que são melhores se mantidas em segredo.
_Segredos nunca são bons. Eles podem destruir tudo. Mas, compreendo que não queira falar sobre você. Também, não quero falar sobre, pelo menos não essa parte de mim.
Falar sobre Kiara, é muito dolorido. A ferida ainda está aberta e confesso que vivo auto sabotando sua cicatrização. Não quero esquece-la, não quero deixar de ama-la. Eu tenho 30 anos e basicamente a minha vida toda eu amei Kiara, mesmo depois de sua partida. Não estou disposto a abrir mão desse amor, a dar o espaço que sempre foi dela, dentro do meu coração, para mulher e correr o risco de perdê-la também. Quando falam de amor, não te falam como dói a dor da perda de quem se ama.
O que acharam do capitulo de hoje? São tantos segredos entre esses dois.
Essa autora aqui ama muitos vocês e por essa razão tenho QUATRO LIVROS postados aqui. Um livro já está completo e os outros estão sendo postados, serão capítulos todos os dias! Adicionem a biblioteca de vocês.
Beijos e até sábado.
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Alessa -Série irmãos Valente (Livro 1)
RomanceQuatro irmãos que foram obrigados a viverem separados para se manterem a salvo. Apesar de distante eles são capazes de tudo para protegerem uns aos outros. Os irmãos Valente fazem de tudo um pelo o outro. Os irmãos Valente não tem medo. Um por todos...