Boa leitura!
Vincenzo
Que mulher é essa? Parece uma pantera, me olhando com aqueles olhos azuis como se quisesse voar no meu pescoço.
No instante em eu ela me chamou de Vince, eu me lembrei o porquê não poderia ficar com ela. Essa mulher de cabelos escuros e boca atrevida mexe comigo, de uma maneira que não consigo me controlar perto dela.
Ela me desafia, provoca, instiga. Me deixa maluco. Como agora, que estou aqui na sala da minha casa esperando ela chegar. Estava no escritório quando a vi entrando em seu carro e saindo, para não sei onde e já se passam das dez da noite e ela ainda não chegou. Será que está com outro homem? Se for, eu sou capaz de matar o desgraçado que a tocar.
Penso em ligar para ela, mas o que eu diria? Afinal, ela não me deve qualquer satisfação. Mas, por outro lado ela não conhece a cidade, pode estar perdida, precisando de ajuda. Sou tirado dos meus pensamentos com o toque do meu celular.
_Alô? _Atendo mesmo sem reconhecer o número.
_Vincenzo? _A voz da Bianca soa irritadiça. _Pode me dizer como eu faço para voltar para a Vila Salvatore a essa hora?
_Onde está seu carro? _Pergunto e a ouço bufar do outro lado da linha. _Me diz onde está que vou te buscar!
_Não precisa. Me passa o número de algum taxista que você conheça! _Nem fodendo que vou deixar ela vir sozinha com um homem a essa hora da noite.
_Eu irei busca-la, Bianca! _Falo firme, deixando claro que ela não tem outras opções. Pego as chaves do meu carro e saio rumo a garagem. _Onde você está? _Ela me diz sua localização cheia de má vontade e desliga.
Entro no meu carro e dou partida seguindo para cidade. É uma viagem relativamente curta, cerca de meia hora mais ou menos. A noite está muito agradável, o céu está limpo nos presenteando com uma imensidão de estrelas. A lua surge cheia, em todo o seu esplendor.
Chego a praça onde Bianca disse estar, e olho ao redor procurando por ela, o lugar ainda está movimentado, casais andam de mãos dadas, pais olham seus filhos a brincar. Vejo a sentada ao redor de uma fonte e caminho até ela.
_Bianca? _Chamo-a e ela olha na minha direção se levantando. _Demorei muito?
_Não. Nem era necessário que você viesse! _Quanta ingratidão.
_Se quiser posso ir embora! _Falo cruzando os braços olhando em seus olhos, ela revira os olhos e nega com a cabeça.
_Me desculpa! Eu estou um pouco estressada! _Ela diz me olhando e dá um sorriso. _Obrigada por ter vindo. Eu fiquei com medo de entrar em um taxi qualquer essa hora da noite, a estrada para a Vila fica deserta essa hora!
_Onde está seu carro? Quebrou?
_Eu tive que me desfazer dele! _Ela diz simplesmente e eu a encaro confuso.
_Por que? Vamos caminhar um pouco, ainda está cedo, e assim você pode me contar o que houve com seu carro.
_Não acho que isso seja da sua conta! _Ela diz irritada e se põe a andar e eu a sigo, caminhando ao seu lado.
_Talvez seja algo em que eu possa ajuda-la! _Falo olhando para ela que me olha por instantes e volta a encarar o horizonte.
_Um amigo precisava de ajuda. Apenas isso! _Ela diz simplesmente e eu compreendo tudo, ela vendeu o carro para ajudar esse tal amigo, e eu já não gosto dele.
_Amigo? Ou um namorado? _Falo irritado e nem sei o porquê. Maldição, eu não posso estar com ciúmes de uma mulher que conheço a menos de um mês.
_Amigo. Um irmão, eu diria! _Ela me olha irritada. _Acha que eu estaria aos beijos com você, se tivesse um namorado? _Ela diz ofendida e com toda razão.
_Me desculpa! _Falo sincero e vejo ela suspirar e se sentar.
Olho ao meu redor e estamos andando na Ponte Pietra, esse lugar é dos pontos turísticos de Verona. A ponte é feita de pedra é uma das pontes mais antigas da cidade, se não for a mais antiga. É uma ponte compostas por arcos que fica sobre o Rio de Adige. Bianca encara a agua e eu me sento ao seu lado.
_A lua está linda hoje! _Ela diz fitando o céu e depois em olha. _Não jure pela Lua, que é inconstante e muda todos os meses em sua órbita circular, a menos que o seu amor seja igualmente instável. _Ela cita Romeu e Julieta me olhando nos olhos.
_Pelo o que devo jurar então? _Eu respondo usando a parte que eu me lembro desse diálogo.
_Não jures por nada, ou jure se assim quiser, por ti mesmo que é o objeto do meu desejo. _Ela diz sem desviar os olhos do meu. Suas palavras mexem profundamente comigo, eu corto nosso contato encarando o rio que passa debaixo de nós seguindo seu curso sem se importar com os obstáculos.
_Acho melhor nos irmos. _Me coloco em pé e lhe ofereço a minha mão para ajudá-la se levantar.
_Obrigada! _Seu olhar sobre mim é intenso, ela se levanta segurando a minha mão e eu sinto toda a eletricidade que seu toque me causa.
Fazemos o caminho até meu carro em silencio, cada um imerso em seus próprios pensamentos. Abro a porta do carro para ela entrar e dou meia volta sentando atrás do volante.
_Quando precisar de um carro, pode pegar um dos meus que estão na garagem, é só falar com a Nona que ela lhe dará a chave! _Quebro o silencio depois de um tempo que estamos no carro.
_Obrigada, se eu precisar eu pego sim! _Ela sorrir me olhando e depois olha para estrada.
_De onde veio Bianca?
_Eu morava em Roma, mas, nasci em Nápoles. Me mudei de lá quando tinha 21 anos! _Ela diz olhando para estrada. _Era uma boa vida lá, quando a minha mãe ainda estava viva. Adora ir até porto com meus irmãos, para ver os navios partindo. Sempre dizia que quando crescesse iria ser capitã de um navio. Era uma vida bem simples, difícil até. Mas, eu era feliz. _Ela diz presa em suas próprias lembranças e depois me encara. _Falei demais! _Ela sorrir constrangida.
_O que te impede de seguir esse sonho? _Brinco a encarando brevemente e volto a olhar para estrada escura, cujo as únicas luzes são as do carro e da lua.
_O que me impede? São tantas coisas! _Ela suspira e queria descobrir cada uma dessas coisas.
Eu poderia realizar esse sonho dela, levar ela para velejar. Fiz isso tantas vezes com meu pai. Me lembro de Kiara, não gostar desses passeios por que ela enjoava muito.
_Esse final de semana, eu vou leva-la para velejar! _Falo sorrindo animado e olho para ela que me encara confusa. Ela abre a boca para recusar. _Eu não aceito não como resposta, Bianca. _Falo estacionando na garagem de casa e saio do carro com ela.
_Tudo bem! _Ela diz sorrindo e caminha até mim. _Obrigada pela carona e pelo futuro passeio! _Ela fica na ponta dos pés e me beija o rosto, depois caminha para dentro da minha casa, me deixando parado na garagem sentindo queimar o lugar onde ela me beijou.
Não se esqueçam de comentar. Eles citando Romeu e Julieta e a minha parte preferida.
Comentem e votem.
Amanhã tem capitulo de Meu Advogado Miller.
Até quarta.
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Alessa -Série irmãos Valente (Livro 1)
RomanceQuatro irmãos que foram obrigados a viverem separados para se manterem a salvo. Apesar de distante eles são capazes de tudo para protegerem uns aos outros. Os irmãos Valente fazem de tudo um pelo o outro. Os irmãos Valente não tem medo. Um por todos...