Boa leitura!
Vincenzo
Eu sou um bastardo, um infeliz. Que tipo de homem eu sou? Que direito eu acho que tenho de machucar Bianca daquela maneira? Dio! Seus olhos repletos de dor irão me assombrar para resto da minha vida. Eu me arrependi de cada palavra que disse no exato momento em que elas saíram da minha boca, eu apenas queria machuca-la, para talvez assim matar esse sentimento que cresce cada dia mais dentro de mim.
Dirijo como louco para o hospital, meu coração bate frenético. O medo de tê-la perdido sem ter a chance de pedir seu perdão, me deixa desesperado. Eu não posso perde-la, não existe vida para mim sem os olhos azuis de Bianca.
Chego ao hospital com a minha mãe, e meu coração sangra por imaginar o pior. Nenhuma das vezes em que estive nessa sala de espera recebi uma notícia boa, primeiro Kiara, depois meu pai e agora a minha Bianca.
_Onde está a Bianca? _Falo nervoso com o pessoal da recepção. _Bianca Mancini, quero saber agora mesmo notícias dela.
_Vincenzo, o Joseph está logo ali, ele deve ter notícias dela! _A minha mãe me puxa pelo braço e se desculpa com as recepcionistas. _Joseph, viemos o mais rápido que podíamos, como a Bianca está?
_Eles não me trouxeram nenhuma notícia até agora! _O tal Joseph diz perturbado e meu corpo todo fica em alerta.
_Como encontrou ela?
_Eu estava indo para a vila de vocês. Quando passava pela estrada vi um carro parado, achei que talvez fosse um pneu furado e parei para oferecer ajuda, quando me aproximei mais a vi jogada no chão desacorda e cheia de sangue. _Ele puxa os próprios cabelos e me olha com os olhos cheios de lagrimas. _Quando eu a vi, achei que ela estivesse morta!
Suas palavras me tiram o ar e soco a parede com força sentindo o aperto em meu peito mais intenso. Grito, porque tudo em mim se quebra caio de joelhos completamente desesperado.
_Se eu a perder, eu prefiro morrer! _Falo para mim mesmo e sinto os braços da minha mãe envolta de mim. E nesse instante eu percebo que eu a amo. Não sei o exato momento em que isso aconteceu, mas saber eu posso perde-la a qualquer momento me fez tomar conhecimento desse sentimento.
_Vincenzo, a Bianca é uma mulher forte! Ela vai ficar bem. Você precisa ser forte, ela vai precisar de cuidados!
_Eu a amo, de todo o coração, com tudo o eu tenho. E eu disse coisas horríveis para ela. É minha culpa ela estar aqui, eu sou o culpado, eu sou um monstro! _Choro desolado e a minha mãe apenas aperta seus braços envolta de mim.
As horas passam lentas e eu não desprego os olhos das portas que dão acesso a parte interna do hospital.
A minha mãe se afasta quando o celular da Bianca toca e parece ser a irmã dela ligando. Mas, isso pouco me importa, a única coisa que me interessa é a minha ninfa de olhos azuis.
_Família de Bianca Mancini. _Um homem de meia idade vestido com um jaleco branco aparece e nos encara.
_Somos nós, como ela está? _Digo cheio de medo, rezando para que ele traga boas notícias.
_Está fora de perigo agora. Ela teve uma hemorragia interna, que conseguimos conter a tempo, fora isso, ela tem algumas escoriações, duas costelas quebradas e alguns hematomas. Nada que repouso e alguns medicamentos não resolvam.
Solto ao ar que nem sabia que estava segurando. Tudo em mim é puro alivio, o médico diz outras coisas, porem sou incapaz de ouvir. A minha Bianca está viva, ela está bem.
_Filho eu vou até a nossa casa com o Joseph pegar algumas roupas e os documentos da Bianca. O médico disse que você pode ficar no quarto com ela, que a qualquer momento ela deve acordar! _A voz da minha mãe me tira dos meus pensamentos.
_Tudo bem! Eu vou ver ela agora! _Falo ansioso e acompanho uma enfermeira até o quarto onde a mulher que e amo está.
_Pode ficar à vontade, qualquer coisa é só apertar o botão vermelho ao lado da cama! _A enfermeira diz abrindo a porta para mim e apenas confirmo com um aceno de cabeça e entro no quarto.
Olho para aquela cama de hospital onde Bianca descansa e um vendaval de lembranças me atingem. Essa semana fazem onze anos que Kiara morreu, e eu simplesmente me afastei de todos a minha volta, inclusive de Bianca. Mais cedo quando eu entrei no quarto da minha mãe e ouvi elas falando de Kiara, fiquei cego de raiva. Raiva de mim, porque eu sinto que estou traindo a Kiara, raiva por amar desesperadamente Bianca.
Sento-me ao seu lado, e vejo seu rosto cheio de hematomas roxos, e diversos aparelhos ligados a ela. Ela tem uma faixa envolta do seu corpo e seus braços estão cheio de arranhões.
_Quem fez isso com você, amore mio? Quem foi capaz de machuca-la dessa forma? _Tocos seus cabelos enquanto, ela ressona tranquila. _Me perdoa Bianca, me perdoa por todas as coisas que eu disse a você. Dio, se eu não tivesse tratado você daquela forma, isso jamais teria acontecido. Por minha culpa eu quase a perdi. _Como se algo tivesse sido rompido dentro de mim, eu choro, choro como a muito tempo não faço. Minhas lagrimas são de medo, de alivio, de arrependimento. _Eu conheci Kiara ainda quando era criança, nós éramos melhores amigos, inseparáveis. E como já era de esperar essa amizade se tornou amor, quando tínhamos quinze anos, eu a pedi em namoro. Achei que passaria o resto da minha vida com ela. Até que quando ela fez dezoito anos, descobrimos que ela tinha um tipo de câncer raro e que seus dias de vida estavam contados. Eu fiquei louco, procurei pelos melhores médicos do mundo, mas todos me deram a mesma sentença, a mulher que eu amava iria morrer. Há exatamente onze anos, quando ela estava com seus vinte anos de idade ela se foi, deixando um buraco onde um dia foi meu coração. _Conto a minha história e ergo a cabeça vendo um par de olhos azuis a me encarar. _Você acordou! _Falo eufórico e ergo a mão para tocar seu rosto, mas ela se afasta e geme de dor.
_O que eu estou fazendo aqui? Preciso ir embora! _Ela tenta tirar os aparelhos que estão ligados ao seu corpo.
_Ficou louca? Ir embora para onde? Você quase morreu, Bianca! _Seguro seus braços e olho em seus olhos.
_Isso seria um alivio para você não é mesmo? _Ela diz cheia de raiva me encarando de volta e sinto meu peito se apertar._ Aliás, um alivio para todos, um demônio a menos na terra!
_Como pode dizer isso? Alivio? Eu morri mil mortes, todas essas horas esperando por notícias suas. Eu quase enlouqueci com a ideia de ter perdido você. Bianca, não existe vida para mim sem você, eu tinha razões para viver depois que Kiara se foi, mas não há razões para continuar vivo se você se for! Pode me odiar, e com toda razão, eu sou o culpado por você está aí, eu fui um canalha com você. Mas, escute bem, eu a amo, e vou mover o mundo para ter o seu perdão.
Será que Vincenzo descobriu que a ama tarde demais? Quem aqui está torcendo por esse casal?
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Alessa -Série irmãos Valente (Livro 1)
RomanceQuatro irmãos que foram obrigados a viverem separados para se manterem a salvo. Apesar de distante eles são capazes de tudo para protegerem uns aos outros. Os irmãos Valente fazem de tudo um pelo o outro. Os irmãos Valente não tem medo. Um por todos...