Nick - Capítulo 12 - Foi mal. É que eu estou muito sobrecarregado

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 O domingo foi tranquilo. Eu voltei ao sítio mais uma noite, para mais um luau, na tentativa de animar Olivia, mas a segunda-feira chegou e com ela, alguns problemas. Eu havia chegado cedo para recepcionar a Olivia e o Leo, mas, pelo jeito, não fui só eu. A Luana e o Natan já estavam no estacionamento, esperando-os, também. E já estavam discutindo entre si.

Pensei em ligar para o Leo e avisá-lo para entrarem pelo outro lado, mas já era tarde, ele tinha acabado de surgir na entrada, de bicicleta, com a Olivia pedalando logo atrás, em outra bicicleta azul com uma cestinha na frente. A face dela ao ver Luana e Natan a esperando foi a mais difícil de decifrar que eu já vira, mas a de Leo era óbvia, ele me encarou com cara de quem pede socorro. Eu me aproximei para tentar dar apoio e peguei a discussão no auge.

- ...para a minha casa. - Falou Luana.

- Mas, é meu filho, então ela vai para a minha.... - Falou Natan, antes de ser cortado.

- Eu não irei para a casa de nenhum dos dois, ficarei na casa do Leo enquanto eles me aceitarem. - Decretou Olivia, por fim. - Agora, se me dão licença, eu tenho aula.

Ela passou pelos dois e foi sozinha para dentro da escola, irritada. Natan xingou alguns palavrões e também saiu, esbarrando em mim de propósito, com toda sua força.

- O que aconteceu com o tempo para si própria e esquecer Olivia? - Perguntou Leo, enquanto acorrentava as bicicletas na mesma corrente.

- Não posso abandoná-la nessa situação. - Respondeu Luana. - Posso marcar de ir um dia na sua casa?

- Vai me visitar ou visitar a ela? - Perguntou ele com o deboche de sempre.

Luana não respondeu, apenas o encarou.

- Converso com você quando chegar na sala. - Falou Leo, por fim.

Ela xingou alguns palavrões e também se foi.

- Acho que as boas vindas que eu pretendi dar aos dois foi por água abaixo. - Falei.

- As coisas estão difíceis. - Disse ele, se levantando e olhando para mim com um grande sorriso no rosto. - Mas é sempre bom te ver.

Respondi com outro sorriso e fomos juntos à biblioteca.

- Agora vamos ler "A maldição do Titã"? - Perguntou Leo.

- Depois de tudo que aconteceu, acho que merecemos uma pausa para ler. - Respondi. - Como estão as coisas na sua casa?

- Obrigado! - Eu abri a porta da biblioteca e fiz um gesto para ele entrar - Meus pais estão levando bem, Olivia ajuda minha mãe em casa e eu fiquei apenas com o trabalho de ajudar meu pai.

- Isso é bom, então, reduziu o seu trabalho. - Falei.

Pegamos o livro na estante e fomos em direção à mesa da bibliotecária.

- Sim, - Respondeu ele. - está tudo bem. Olivia me faz companhia nas minhas séries e filmes, com ela lá eu me sinto menos estranho.

- Olá, meninos. - Saudou a Senhora Lin, do balcão.

- Bom dia. - Respondeu Leo.

- Olá! - Respondi, também. - Como assim, menos estranho? - Voltei ao assunto.

Leo revirava a mochila, pegando o outro livro para entregar à bibliotecária.

- É que, às vezes, eu me sinto desligado do mundo real. Passando o tempo todo preso no sítio assistindo algum filme ou série, ou com a cara enfiada em um livro. Achei! - Falou ele, tirando o livro da mochila e entregando-o - A única coisa que me mantinha unido ao "mundo real" era Luana, e mais tarde você. Com Olivia em casa parece que estou sempre em contato com o mundo real.

Do Meu ao Seu InteriorOnde histórias criam vida. Descubra agora