Nick - Capítulo 6 - E funcionou?

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O resto da tarde foi ótimo, assistimos aos filmes, comemos pipoca e conversamos bastante tentando evitar um pouco o que aconteceu com Luana. Na hora de ir embora tivemos que passar na escola para pegar a bicicleta do Leo.

- Perdeu uma tarde inteira de leitura. – Comentou ele.

- Tudo bem, valeu muito a pena.

Ele me respondeu com um sorriso. Chegamos ao estacionamento da escola e ele soltou a bicicleta.

- Já vou indo, está ficando tarde. – Falou ele, subindo na bicicleta. – Onde está a sua?

- Eu vim andando. Tava precisando esfriar a cabeça pra não explodir com você.

- E funcionou? – Perguntou ele.

- Não na caminhada... – Respondi.

Ele riu da insinuação.

- Tchau, Nick.

- Tchau, Leo.

Ele se foi e eu iniciei minha caminhada até em casa. Após alguns minutos andando, reparei uma pessoa sentada na calçada chorando muito. Não gosto de ver ninguém mal, e tinha a impressão de que a conhecia de algum lugar. Olhando melhor, percebi quem era. Me sentei ao seu lado na calçada sem aviso prévio e ela se assustou.

- O que faz aqui? – Perguntou ela.

- Eu te pergunto o mesmo, o que faz aqui?

- Eu moro aqui. – Respondeu ela, com os olhos vermelhos.

- Nessa casa aqui? – Perguntei apontando para a casa atrás de nós.

- Sim... e você? O que faz aqui?

- Estava caminhando, te vi aqui e resolvi dar um oi. Oi!

- Oi! - ela respondeu sorrindo.

- Sou o Nick. – Estendi minha mão para ela.

- Sou Olivia. – Ela apertou minha mão.

- Que merda o que aconteceu, hem!

- Você já sabe? – Ela perguntou espantada.

- Não gosto de me meter nesses assuntos, já me ferrei muito por conta disso, então fico quieto. E também não acho que sou capaz de julgar ninguém.

- Você fala igual ao Leo. – Ela comentou.

Eu soltei um sorriso, essa comparação era muito estranha. Imagina que loucura, pensar que alguém tão foda como ele poderia ter algo em comum comigo.

- Leo é um cara bacana.

- O conhece? – Ela perguntou surpresa.

- Somos amigos.

Ela esboçou um olhar de segundas intenções.

- O que foi? – Perguntei.

- Nada... – Ela deu um sorriso malicioso.

- Tudo bem... eu só vim até aqui porque não gosto de ver pessoas tristes. Você sabe, né?! Sou o palhaço da turma.

Ela riu disso, mas logo voltou à tristeza olhando para a rua.

- To vendo que as coisas não estão tão bem assim. – Comentei. – Quer falar algo?

Ela olhou pra mim com surpresa.

- Eu sei como é, parece que o mundo todo está desmoronando a sua volta e você não sabe o que fazer em seguida, olha para o lado e não encontra ninguém que pareça se importar com você. Isso faz você se sufocar com as palavras por ter tanto a dizer, mas ninguém para ouvir.

Do Meu ao Seu InteriorOnde histórias criam vida. Descubra agora