Capítulo 13

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Os dias tem sido chatos pra mim.
Sozinha em todos os cantos, sem ninguém. A vida de solitária não tem sido nada fácil, essa má fama tem acabado comigo. Dói ouvir besteiras a cerca de mim por todos cantos da escola, os olhares de desprezo me machucam por dentro.
Onde foi que eu errei? Como foi que terminei assim? Como?

Quase ninguém fala comigo ou se aproxima de mim, apenas o Guilherme e o Tomás falam comigo de vez enquando.
Tem a Mara também, ela é a digamos que minha única amiga agora. Ela é quem tem passado a maior parte do tempo comigo, mesmo sabendo que isso também pode afeta la ela não desiste de mim.

A gente treina junta todo o final de semana, ela falou que vai evoluir junto comigo na área de skate e que vai estar lá comigo quando eu for a estrela da escola.

Às vezes dou risada quando ela começa a falar isso, "estrela da escola". Tem alguma piada melhor que essa?
No fundo sei que ela só fala isso pra me animar e me fazer perceber que não preciso de uma equipa pra brilhar.
Pois é, ainda não superei o que fizeram comigo e acho que nunca vou superar. Mas a vida que segue ne.

Já passa 3 meses desde que aquilo acontece e faz um mês que às férias terminaram.
Muita coisa mudou, os melhores tem cometido menos, a Eliana foi transferida pra outra escola e os outros da equipa estão dispersos por ai.
Agora a equipa líder da escola é a "the cruiser", bom pelo menos era esse o nome né. Agora é nada mais nada menos que "unidos para sempre", nome ridículo. A equipa que eu criei, eu que fiz ela brilhar no início, foi tudo graças a mim e hoje ela brilha sem mim, não faço mais parte dela. Assumir isso me quebra por dentro.
Mas eles não são tão bons quanto eu, e eu juro que vou pisotear cada um daquela equipa. Eu serei a melhor dessa escola, eu vou superar o Nicolas a se vou.

— Buh!

Mara fala na tentativa de me assustar mas foi um fracasso.

— Tá muito pensativa.— Mara se senta  na minha frente e deixa sua comida por cima da mesa.— Não acha que tá muito cedo pra isso?

Mastigo lentamente o pão pensando no que responder pra ela.

— Acordei desse jeito.

Mara franze o cenho e cruza os braços.

— E eu posso saber no que a senhora tanto pensa?

Ela continua com o cenho franzido e os braços cruzados aguardando por uma resposta.

— Nada de mais, só na competição de amanhã.

— Aham!— Ela da uma mordida no pão e depois que termina de mastigar fala.— Falando nisso a gente vai fazer trapaça.

Engasgo com o suco.
Como assim trapaça?
A Mara piorou de vez?

— Quê?

Como ela consegue dizer isso tão tranquilamente?

— Trapaça ue, a gente vai trapacear. Ou você pensa que a gente vai ganhar deles assim, na sorte?

— Na sorte não, mas é pra isso que a gente tem treinado todo dia não?

Mara da uma risada e então segura uma de minhas mãos.

— Amiga, você é muito boa isso eu admito e ganharia de todos naquela equipa num piscar de olhos . Mas por Deus Natinha não seja bobinha pelo menos uma vez, não percebe que aquela equipezinha de quinta vive trapaceando?

Fico alguns segundos em silêncio tentando processar o que ela acaba de dizer.
É que não faz sentido, eu criei aquela equipa e sei que eles jamais fariam trapaça. A Bruna está lá, ela não permitiria nunca.

— Escuta aqui Mara, eu posso até ser "bobinha, boba, bobona"  como preferir. Mas noiada sou não, a equipa que eu criei jamais faria trapaça, entende? Jamais.

Amor e OdioOnde histórias criam vida. Descubra agora