Amor e Odio

Capítulo 35

Felizmente o colégio não fica muito longe da casa da Tânia.
Provavelmente uns 10min andando, mas como fui correndo devo ter chegando em 5 min.

Subo as escadas em direção ao dormindo feminino e em um minuto já estavam em meu quarto.
Tranco a porta e me jogo na cama finalmente desabando.
Choro, choro até não poder mais.
Primeiro a Mara, depois o Leo e agora o Tomás com essa tal de Patrícia?
Porquê?

Confesso que achei que Tomás realmente sentia algo por mim.
Mas estava enganada, ele está só zoando comigo, como sempre fez.

POV Tomás

Depois de mais alguns minutos procurando na festa, decido ir pro colégio.

Subo correndo até o dormitório feminino.
Assim que chego no seu quarto, bato na porta.

Por favor Renata, esteja aqui.

- Quem é?- sua voz sai trêmula denunciando seu estado de choro.

Me sinto aliviado.

- Renata, abre a porta, por favor! Precisamos conversar.

- Vai embora, Tomás! Eu não quero falar com você.

Dou um suspiro, aguardo alguns segundos e bato novamente, com mais insistência.

- Renata, por favor! Eu sei que errei, mas precisamos resolver isso.

Ouço passod vindo de outro lado, por um momento achei que ela fosse abrir.

- Você já fez o suficiente, Tomás. Pra mim ja deu.

Sinto meu coração apertar e com isso encosto minha testa na porta.

- Eu sei que te machuquei, porém foi tudo um mal entendido...por favor, me deixa explicar...

- Explicar o quê? Que só decidiu dizer que me amava depois de me fazer sofrer? Depois de me humilhar na frente de todo mundo, com aquelas fotos? Depois de eu quase ter morrido?

Meu mundo cai assim que escuto isso.
Eu nunca vou me perdoar por ter feito tais coisas com ela, nunca.
Me arrependo do fundo do meu coração, queria poder voltar no tempo e consertar.

- Olha,Renata...- dou um suspiro profundo antes de prosseguir.- Eu cresci sem atenção. Meus pais nunca estavam presentes. E sempre que tentava falar com eles, me atiravam com coisas materiais, mas nunca tive o que realmente importava: amor e atenção.

- E fazer com que uma pessoa inocente pague pela sua falta de afeto é o certo?

- Eu sei que não. Eu sei que fui um idiota, mas eu estava com medo. Medo de que você roubasse meu espaço, minha popularidade... Eu era inseguro e carente, Renata.

Ela fica em silêncio.
Eu sei, a conversa está toda fora de contexto e sei o quão está difícil pra ela entender, pois nem eu sei exatamente como explicar.

- Eu só queria que alguém me notasse, que alguém realmente se importasse. E aí você apareceu... E quando... quando você ficou internada eu percebi que... na verdade tinha medo de te perder, de perder o pouco que eu tinha de você.

Outra vez ela fica em silêncio, e então decido continuar.

- E foi ai que decidi deixar meu ego de lado e focar nos meus sentimentos, correr a trás de quem me faz feliz.

- Eu...- finalmente ouço sua voz.- Eu não sei, Tomás. Você me machucou tanto.

,- Eu sei disso, preto e azul. Mas eu mudei, quero ser alguém melhor. Por você, por nós. Me dá uma chance, só uma chance de te provar isso.