Entro no quarto e me tranco, me jogando por cima da cama logo de seguida.
Estou arrasada, quase fui expulsa do colégio.
A diretora falou com os meus pais pelo telefone, eu consegui perceber o quão bravos eles ficaram e tiveram que implorar pra diretora não expulsar pois segundo eles esse é o melhor colégio interno que eles conhecem.
Então no final ganhei uma suspensão de duas semanas, sem skate, sem aula, sem nada.
Terei que ajudar nas tarefas do refeitório no café da manhã, no almoço, no lanche e na janta. E pra piorar, terei que fazer o curativo no pulso do Tomás antes de ele dormir todo santo dia dia ate ele ficar curado.
Tudo isso sendo inocente.
Porquê ninguém acredita em mim, porquê?
Abraço meu travesseiro e choro.Porquê o Tomás fez isso? Porquê ele aprontava comigo? Eu nunca fiz nada de mal pra ele.
Pelo contrário, sempre o admirei, o tratei tão bem, confiei nele, acreditei nele.
Porquê? Eu não entendo.Ouço batidas na porta chamando minha atenção.
- Natinha?
É o Leonardo.
- Renata eu sei que está ai.
- É o quê? Veio me julgar também?
Limpo minhas lágrimas e me levanto.
- Só abre a porta, Natinha. Deixa eu falar com você.
- Eu não quero falar com ninguém.
- Por favor Renata.
Reviro os olhos, dou um suspiro, destranco a porta e abro sendo surpeendida por um abraço seu.
Por alguns segundos eu resisto porem depois eu desabo e choro.- Ta tudo bem, pode chorar o quanto quiser.
Ele coloca minha cabeça em seu peito e faz carinho enquanto caminha devagar pra dentro do quarto me fazendo caminhar também e então fecha a porta.
- Porquê Leo, porquê?- agora meu choro fica um pouco alto surgindo assim soluços.- Eu não fiz nada pra ele, eu juro.
Ele me coloca pra sentar na cama e também se senta.
- Shiu princesa, eu sei que você não fez nada. Pra mim não precisa se explicar, eu sei que você é inocente.
Depois de mais alguns segundos eu consigo me acalmar saindo assim de seu conforto.
Leo ergue sua mão até meu rosto e enxuga algumas gotas de lágrima que ainda permaneciam em meu rosto.
- Eu devia ter escutado você.- baixo meu rosto.
- Isso eu devo concordar. - não falo nada.- Olha, aquele cara não me agrada nada. Tudo bem que a gente era amigo e tal, mas depois que eu te conheci eu percebi que ele era tóxico com você.
- Mas como? Ele nunca tinha me tratado mal, pelo menos não na minha frente.
Ele agora faz carinho em meu rosto.
- Natinha, você estava cega. Eu percebia o quão você ficava triste e pensativa depois que falava com ele, provavelmente porque ele te falava coisas ruins.
Agora que ele falou isso, realmente as coisas que o Tomás falava pra mim, me deixavam triste.
- O que vai ser de mim agora Leo? Nem meus pais acreditaram em mim.
Leonardo da um suspiro e ajeita a franja.
- Olha, os dias daqui pra frente poderão ser um pouco difíceis pra você. Mas não há nada que o tempo não conserte não é mesmo?
Ele passa o indicador rápido no meu nariz e sorri.
- Pode contar comigo pra qualquer coisa, você não está sozinha.- ele se levanta. - Eu tenho que ir.
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Amor e Odio
Teen FictionNo inicio houve receio, mais uma vez o exagerado do meu pai decidiu me colocar num colégio interno. Como sempre, vitima de preconceito devido a cor da minha pele. Quando finalmente achei que estava no colegio certo, quando finalmente achei que estav...