Capítulo 22

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Entro no quarto direto pro banheiro.
Ainda tenho que aturar o Tomás.
Tiro minhas roupas e entro no box, sentindo a água fria escorrendo sobre meu corpo enquanto tento espantar os pensamentos ruins.

Depois de mais alguns minutos decido sair.
Enxugo meu corpo e vou até o closet e visto meu pijama.
Pego no kit de pronto socorro que a enfermeira me entregou mais cedo, depois de ter me explicado como fazer o curativo.

POV Tomás

Enxugo meu cabelo enquanto saio do banheiro, visto um samba canção  e calço um chinelo quando então ouço batidas em minha porta.

Deixo a toalha por da cama e vou até a porta dando de cara com a Renata assim que abro.

Abro um sorriso enquanto me contenho pra não dar risada.

- Achei que vinha nunca, já tava pensando em ir na diretoria.

Me afasto dando passagem pra ela, e ela mesma fecha a porta.

Me sento na cama e ela faz o mesmo, só que na poltrona e deixa o kit de pronto socorro por cima da cama.
Devagar ela vai tirando a atadura, e assim que termina coloca numa sacola plástica.
Depois pega um pouco de algodão, coloca iodo e passa devagar e com cuidado no meu machucado.

Olho pra ela e vejo o quão concentrada está enquanto limpa.
Renata é tão...

Ela faz a mesma coisa mais uma vez, e então coloca o algodão no mesmo saco plástico que a atadura removida.

Renata mexe no kit de novo e tira a atadura e devagar vai enfaixando no meu pulso.

- Sabe preto e azul.- decido quebrar o gelo.- Mesmo depois do que você fez, eu não te odeio.

Ela agora olha pra mim e consigo ver raiva em seus olhos.
Me seguro pra não rir, é tão engraçado.

- Eu não te fiz nada, você que se machucou sozinho.

Ela continua enfaixando devagar e com cuidado.

Agora dou uma risada curta.

- Não é isso que as pessoas acham, elas acham que você espetou a tesoura em meu braço.

- Você é um doente, um maluco. E isso não vai ficar assim.

Ela larga meu braço e se levanta.
Me levanto também e grudo-a contra a parede.

Aperto seu cabelo e aproximo meu rosto de sua orelha.

- A culpa é sua, você não quis culpar o Júnior. Agora está pagando. - sussuro em seu ouvido.

Dou uma cheirada em seu pescoço e devagarinho levo minha boca até a sua ficando apensas por alguns milímetros de distância.
Ela não fala nada, apenas permanece imóvel.

Agora me afasto dela e dou risada, risada bem alta e vejo ela ficar sem entender.

- Achou que eu ia beijar você?

Renata baixa seu olhar demonstrando vergonha.

- Por Deus Renata.- dou risada.- Eu não acredito nisso, agora começo a acreditar na história do seu amiguinho Leonardo.

Ela pega no kit e sai voando no quarto.

POV Renata

Raiva!
Raiva de mim por ser tão boba.

Fecho q porta do meu quarto com tudo e deixo o kit no chão.

Porquê? Porquê eu continuo gostando dele mesmo depois de tudo?
Que ódio!
Me jogo na cama e abraço o travesseiro sentindo agora lágrimas escorrendo.
Lágrima de ódio, raiva, tristeza, vergonha, amor.
Raiva que eu realmente achei que ele ia me beijar.
Onde eu estava com a cabeça?

Amor e OdioOnde histórias criam vida. Descubra agora