Amor e Odio

Capítulo 33

Sinto meu coração batendo acelerado enquanto me posiciono no início da rampa. A competição de skate do colégio chegou e eu estou prestes a enfrentar o melhor skatista da escola, Nicolas.

Por um momento penso no Tomás, e lembro que não falo com ele desde aquele dia.
Não sei o que aconteceu, ele simplesmente não me atende e nem olha mais pra mim quando nos cruzamos.
Nunca mais recebi seus bilhetes ou presentes, será que ele desistiu de mim mesmo?

O barulho da multidão ecoa em meus ouvidos me tirando dos devaneios.

Encaro a enorme rampa, a ansiedade crescendo dentro de mim. Eu treinei muito para chegar até aqui, mas a pressão de competir contra o campeão do colégio é avassaladora.

O Ricardo levanta a bandeira, dando o sinal de início.
Inspiro fundo e começo a acelerar, ganhando velocidade à medida que me aproximava da primeira rampa.

Meu corpo se movimenta com agilidade e precisão, executando as manobras que eu havia ensaiado à exaustão.
O público vibra a cada salto e giro que eu completo com perfeição, me deixando mais nervosa porém confiante.

Quando finalmente chego ao topo da última rampa, sinto uma pontada de medo. É agora ou nunca.
Tomo coragem e me lanço no ar, realizando uma ousada manobra que me faz girar três vezes antes de aterrissar suavemente.

A multidão explode em aplausos ensurdecedores.
Eu não conseguia acreditar que havia conseguido.

Então, ouço o Ricardo falar pelo microfone.:

- Nicolas tendo feito um total de 102 pontos, tenho o prazer de anunciar a nova campeã de skate do colégio, com 125 pontos... Reeeeeenataa!

Deixo caiu meu skate e coloco minhas mãos cobrindo minha boca, enquanto lágrimas de alegria escorrem.

Não consego conter a alegria. Finalmente, todo o meu esforço havia valido a pena.
Depois de meses treinando duro e ouvindo que nunca ganharia dele, finalmente consegui provar o contrário me tornando a melhor skatista da escola.

Corro em direção a galera que me  envolve em um abraço coletivo.

- Parabéns migaaa!- Mara fala enquanto lágrimas de felicidade continuam escorrendo pelo meu rosto.

Em um único movimento eles me carregam e me jogam pelo ar, repetindo isso umas três vezes e então me pousam no chão.

- Ai moreninha.- Nicolas fala se aproximando de mim.- Eu nunca duvidei, meus parabéns.- ele estende sua mão e eu aperto a mesma.

- Obrigada! Você foi muito bem.- falo.

- A Tânia vai fazer uma festa hoje as 20h, espero te ver la.- ele fala dando as costas e se vai.

Por um momento penso ter visto o Tomás, sim era ele mesmo.

- Tomás!- ele me olha mas continua caminhando.

Me afasto da multidão e caminho em passos apressados até ele segurando seu braço.

- Tomas!- ele se vira.- Por quê... por quê não fala mais comigo?

Tomás solta seu braço de leve, e vejo sua expressão de indignação e eu fico sem entender.

- É sério isso?- ele da uma risada breve porem sarcástica.- Você jogou fora todos os presentes que eu te dei, me bloqueou e ainda vem perguntar o porquê de eu ter parado de tentar?

Desvio o olhar por um momento, mas volto a encarar seus olhos podendo notar o quão magoado está.

- Olha er.. sobre os presentes eu...quê? Espera, você disse que eu te bloqueei? Mas eu achei que você que tinha me bloqueado.