O céu ja estava meio claro quando Tomás e eu finalmente nos aproximamos do portão do colégio interno.
O sol ainda estava tímido, e o frescor da manhã começava a dissipar a névoa que pairava sobre o colégio.- A gente está ferrado se alguém nos ver.- murmuro, rindo baixo, enquanto abria o portão com cuidado.
Tomás da risada, mas tem algo na sua expressão que me deixa intrigada. Ele parece mais sério do que o normal, como se estivesse esperando por algo.
- Relaxa, preto e azul. Vai dar tudo certo.
Subimos as escadas silenciosamente, cada degrau nos aproximando do dormitório.
E eu esperando ver luzes acesas, ouvir vozes sussurradas de alunos que, pois ja era pra ter gente acordada essa hora.
Mas o colégio está assustadoramente silencioso. Nenhuma luz acesa, nenhum movimento.- Estranho…- comento, olhando em volta.- Normalmente já tem gente acordada essa hora.
Tomás da de ombros, mas eu percebo um leve sorriso brincando em seus lábios.
- Talvez o povo todo dormiu até mais tarde, quem sabe?
Franzo a testa. Algo não esta certo.
Ou talvez o Tomás está acostumado a fugir que nem se importa mais.Continuamos andando pelos corredores, passando por portas fechadas, o silêncio cada vez mais inquietante.
- É sério, Tomas. Isso está estranho.
Não mano, na moral.
Alguma coisa está errada aqui.Tomás para de andar, me segura pelos ombros e olha fundo nos meus olhos.
- Preto e azul, confia em mim, tá? Só… continua andando.
Suspiro, tentando ignorar o desconforto crescente, e continuo caminhando ao lado dele. Quando chegamos ao corredor principal, o silêncio se torna ainda mais denso.
Esta tão quieto que eu conseguia ouvir minha própria respiração.- Isso é muito esquisito, Tomás.- sussurro, olhando em volta.- Eu não gosto disso. Parece até que estamos sozinhos aqui. Cadê todo mundo?
Antes que ele pudesse responder, ouço um som leve, um clique suave. Olho para frente e vejo que a porta do ginásio, no final do corredor, estava entreaberta. Luzes piscando lá dentro, e um som baixo, quase imperceptível, escapava pela fresta da porta.
- Que diabos…- murmuro, me aproximando da porta, o coração batendo forte no peito. Tomás fica parado atrás de mim, uma expressão estranha no rosto, como se estivesse se segurando para não rir.
Paro diante da porta, a mão hesitando sobre a maçaneta.
Tomás da um passo à frente, finalmente deixando escapar um sorriso.
- Vai em frente, preto e azul. Abre a porta.
- Oxe! Porquê eu? Abre você.- ele da risada e mexe a cabeça pros lados.
Com um suspiro, empurro a porta e entro no ginásio.
O que eu vejo me deixou paralisada.O ginásio inteiro esta decorado com bandeiras, luzes de neon e imagens de skates e rampas. Paredes grafitadas simulando um parque de skate, e uma grande pista de skate improvisada domina o centeo.
Em volta da pista, meus amigos todos espalhados, todos com camisetas estampadas com o meu nome e com o desenho de um skate estilizado.E então, ouçomtodos gritarem ao mesmo tempo
- Surpresa!
O choque foi tanto que eu levo alguns segundos para entender o que esta acontecendo.
Meus amigos corriam na minha direção, rindo e gritando. Mara, Renato, Júnior, Bruna, Milena, Leonardo, Lúcia, até a Patrícia e a Tânia, todos estavam ali, junto com várias outras pessoas também que conheci ao longo do tempo no colégio.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Amor e Odio
Teen FictionNo inicio houve receio, mais uma vez o exagerado do meu pai decidiu me colocar num colégio interno. Como sempre, vitima de preconceito devido a cor da minha pele. Quando finalmente achei que estava no colegio certo, quando finalmente achei que estav...