O dia em que reconheci Sebastian Scott- Parte 2

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-Depois da minha expulsão da Columbia, eu resolvi que iria embora daqui, mas não falei com ninguém, olhei horário de ônibus e iria pela manhã. Fui até a casa de Sebastian, acabei ficando por lá, mas era de madrugada quando falei que precisava ir pra casa. Ele quis me levar e no caminho começamos a discutir e batemos de frente a um poste. Eu não me lembro direito mais das coisas, saí do carro e acordei aqui.

Demorei incontáveis minutos para escrever. Assim que terminei, sentia minha mão e braço, trêmulos. Minha tia pegou o papel e leu rapidamente.

-Entendi querida.

Penny entregou a prancheta para Alden, que leu com atenção. Sua expressão era de dúvida.

-Eu fiquei....coma?

-É... mais ou menos, mas agora acordou, e está bem!

Alden falou chegando perto de mim. Sorri e pedi a prancheta de volta, queria escrever mais.

-Não vai poder me reprovar por falta, ein!

Assim que ele leu, sua expressão mudou completamente.

-C..como é?

-As aulas.....você....meu professor.

Penny e Alden estavam sem saber o que falar. Ela disfarçou, mas Alden estava estarrecido.

-Uh, claro...não irei te reprovar... Vou deixar vocês, preciso tomar um ar rapidinho, sabem que não consigo ficar em ambientes fechados. Eu já volto.

O rapaz girou nos calcanhares e saiu passando a mão pelo rosto. Chegou até a recepção, onde encontrou com Sebastian.

-Vamos lá fora?

Os dois saíram do hospital. Alden respirava profundamente.

-O que foi? Ela está bem?

Sebastian voltou a ficar nervoso.

-Sim...ela está.... mas eu acho que...

-Pelo amor de Deus, Alden! Fale logo!

-Ela me contou sobre eu não a reprovar por falta!

-Como é?

-Exatamente! Como ela sabe que sou professor na Columbia?

Sebastian estava transtornado.

-Ela me reconheceu. Me chamou pelo nome.

-Contou agora a mim e minha mãe sobre um acidente de carro voltando de sua casa e aí acordou no hospital.

-Alden, não estou entendendo.... isso foi um sonho? Deve ser normal sonhar quando está em coma.

-Sim, deve ser....mas como ela sabe que eu sou professor da Columbia?

-Você contou, conversamos no quarto, não se lem....

Sebastian colocou as mãos na cabeça. Ele e Alden chegaram na mesma conclusão ao mesmo tempo.

-Scott! Ela estava escutando!

Os dois voltaram correndo para dentro do hospital. No corredor avistaram o médico, e uma enxurrada de perguntas foram feitas.

-Rapazes, se acalmem. Vamos conversar mais tarde, estamos indo agora fazer a ressonância dela. Saindo o resultado eu os chamo novamente. Eu entendo que o momento seja de emoção, mas precisamos ter cuidado, ainda não sabemos como o cérebro dela está. Vão comer alguma coisa, principalmente você, Scott. Está aqui conosco há quase 6 meses, enfim pode descansar e respirar aliviado. Estou indo vê-la, em breve os chamo.

O médico desapareceu pelo corredor. Sebastian passou as mãos pelos cabelos, ainda incrédulo com toda a situação. Ficaram na recepção andando de um lado para outro. Penny chegou com o casaco enrolado nos braços.

O dia em que reconheci Sebastian ScottOnde histórias criam vida. Descubra agora