A nova realidade

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-Ei, Sunshine, me diz uma coisa: Você parece gostar bastante do tio Scott.

-Sim, mamãe. Ele é muito legal, me levou para tomar sorvete com o Robb, e sempre me disse que você iria acordar e me abraçar. E cuidou de você!

Meus olhos brilharam. Ver minha filha falando daquela maneira, me fazia sentir algo ainda maior por Sebastian.

-Em breve, sairemos todos juntos! Vamos nos divertir um monte!

-Oba! Podemos andar de bicicleta?

-Claro! E depois, assistir vários desenhos e afundar num balde gigante de pipoca!

-Urrul!

Jullie levantou seus bracinhos para cima e eu a enchi de beijos. Sebastian apareceu com seu suco e já sabíamos que era o momento dela ir embora.

-Jullie, se despede da mamãe, o tio vai te levar para casa, mas prometo que amanhã você volta, tudo bem?

-Tudo bem! Eu te amo muito, mamãe!

A pequena me abraçou forte que suas mãozinhas ficaram vermelhas.

-Eu também te amo muito! Se comporte, obedeça ao tio Scott e a vovó.

-Ok, mamãe.

-Eu aviso quando a deixar na Penny, ok?

-Obrigada.

Sebastian chegou perto e pegou em minha mão. Fez carinho nela com seus dedos e eu fiquei levemente corada. Jullie me deu mais um abraço e saiu saltitando ao lado dele. Meus olhos encheram-se.

Scott deixou Jullie na casa de Penny, ela tinha acabado de chegar da Columbia. Convidou- o para entrar, mas ele precisava resolver algumas papeladas na delegacia. Prometeu a ela que outro dia ficava para tomar um café e se dirigiu até seu trabalho. Ficou lá por algumas horas, e foi para casa. Em todo momento, pensava no quanto gostaria de me ver fora daquele hospital. Queria dizer que estava completamente apaixonado e me beijar diversas vezes, mas não queria se aproveitar, pois ainda achava um momento muito vulnerável. Era um homem de princípios e valores, que faria a coisa certa desde o início.

Eu ainda não tinha alta porque minha frequência cardíaca não estava totalmente normalizada. Acabei desenvolvendo uma leve arritmia, e desde a parada cardíaca que tive, a que me fez retornar para o mundo real, meu coração dava umas osciladas. Fora a isso, a coordenação motora estava voltando, a fisio e a hidroterapia me ajudavam muito! Eu já tinha engordado quase 5 quilos desde que acordei do coma e isso me deixava com a autoestima muito melhor. Os cabelos não estavam caindo tanto, e minha pele voltou a ter cor. Aos poucos, a vida que eu conhecia estava me fazendo renascer. Eu estava me preparando para fazer os exercícios da parte da noite, que eram basicamente andar pelos corredores do hospital, quando Alden chegou no quarto. Fingiu bater na porta e abriu um sorriso assim que me viu:

- Você não vai fugir, né?

-Claro que sim, minhas habilidades estão quase 100%!

Falei sorrindo, enquanto ele se aproximava.

-Me acompanha na fuga?

-Óbvio, minha cara.

-Você já deve conhecer as máquinas de doce daqui, é o meu ponto de chegada e partida quase todos os dias, mas como hoje estou com um acompanhante, você merece um docinho.

-Agradecido!

Alden e eu saímos pelo corredor que dava acesso à outra ala do hospital. Como eu já não corria risco, ficamos no andar de recuperação, então era muito mais tranquilo, quase um hotel. Conheci outros pacientes que estavam há vários meses lá, se tratando de outras doenças e comorbidades e era inevitável não fazer algumas amizades. Enquanto caminhávamos devagar, passei por alguns conhecidos e os cumprimentava.

O dia em que reconheci Sebastian ScottOnde histórias criam vida. Descubra agora