Estávamos chegando no carro, eu fui me adiantando para a porta do passageiro, quando Scott me lembra:
-Esqueceu que hoje você é a motorista?
-Nossa, verdade!
-Mesmo se não soubesse dirigir, teria que guiar, porque eu estou pisando fofo já tem mais de meia hora.
-Nem pense em roncar do meu lado, hein. Preciso do meu copiloto para que a gente chegue na casa dos seus pais, se depender pelo meu senso de orientação, vamos parar na fronteira.
Sebastian riu enquanto entrou no carro. Regulei o banco, espelho, coloquei o cinto e ele me olhava sorrindo.
-Que sorte a minha. Me apaixonei e consegui a garota.
Meu rosto deu uma leve corada.
-É a bebida agindo.
-Então eu estou num estado lastimável de alcoolismo desde o dia que você apareceu.
Eu sorri e ele acariciou meu rosto, se esticou e me deu um beijo calmo nos lábios. Dei a partida e seguimos. Durante o caminho, aproveitei que ele estava totalmente com a guarda baixa e mencionei sobre Cath.
-Vocês só namoraram na adolescência?
-Porque a pergunta?
-Estou curiosa. Afinal de contas, o comportamento dela hoje...
-Foi horrível. E de verdade, não sei por que ela ficou dessa forma.
-Eu sei.
-Como assim?
-Ela é apaixonada por você, Sebastian. Não é possível que não percebeu. E o mais estranho é que ela nutriu esse sentimento por anos, sendo que vocês tiveram um namoro rápido quando eram mais jovens.
Sim, é isso mesmo que você está pensando. Eu queria arrancar uma confissão dele. Não teria o porquê dele mentir, não é?
-Ela nunca me falou nada.
-Depois da adolescência, vocês não ficaram mais juntos?
-Não.
Apertei o volante. Eu sabia que era mentira. Mas por qual motivo ele esconderia?
-Então ela é uma lunática?
-Não... talvez eu tenha sido ingênuo, em não perceber os sinais.
-Ok....
Eu iria continuar o assunto, mas bem nessa hora oportuna, o celular de Scott começou a tocar. Era Jullie, com uma voz um pouco chorosa, com saudade do pai e perguntando se voltaríamos logo. Continuei dirigindo, com um certo aperto no peito. Automaticamente me lembrei das mentiras que Thomas contava. Apenas respirei fundo, a vontade de chorar queria me invadir.
Chegamos na casa de seus pais. Timothy e Carmen também, pegaram os filhos, conversaram um pouco com os pais de Sebastian e foram para casa. Fiquei um tempo com as crianças, Abby aproveitou que chegamos e foi tomar um banho. Scott fez o mesmo, antes de um beijo estatelado na mãe, que após verbalizar algo para seu filho, veio em minha direção.
-Se divertiram?
-Ah, sim.... conheci os amigos de infância de Scott. São muito queridos.
Menos Catherine, que estava engasgada ainda na minha garganta o fato de Sebastian não ter me contado sobre os dois.
-Ele veio dirigindo?
-Não. Ele tomou umas cervejas a mais, então eu peguei o carro.
-Graças a Deus, Sebastian é muito fraco com bebida... Ele tem costume de beber muito em N.Y?
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O dia em que reconheci Sebastian Scott
RomanceApril Pearl é a protagonista, uma garota de 28 anos que resolveu voltar para NY depois de um casamento fracassado no Canadá. Ao voltar, encontra vários desafios, sendo um deles continuar seu curso na Columbia, que passou por mudanças , voltar a faze...