-Eu preciso muito vomitar!
Foram as últimas coisas que falei antes de correr para o banheiro. Sebastian me acompanhou. Entrou junto comigo, segurou meus cabelos com uma mão só, a outra me segurava na cintura enquanto eu estava debruçada na privada. Que situação horrorosa.
-O que posso fazer pra você melhorar? Me desculpe por aquilo. Eu não imaginei que aquele idiota falaria esse tipo de coisa.
-Não foi culpa dele.
Falei me levantando enquanto limpava minha boca. Lavei o rosto, me virei pra ele, que tinha uma expressão de tristeza nos olhos.
-Quando eu fico nervosa às vezes me dá ânsia. Mas já passou, não precisa se preocupar.
-Vamos embora.
-De jeito nenhum. Já estou melhor.
E esbocei um sorriso. Scott então me abraçou forte.
-Estou te conhecendo a tempo suficiente pra saber que não está.
Respirei fundo. Fiquei ali curtindo seu abraço. Fechei meus olhos e senti as lágrimas escorrerem. Ele acariciava meu cabelo. Beijou minha cabeça e fechou os olhos. Notei que seus batimentos ainda estavam acelerados.
-Vão dar falta da gente. Precisamos voltar.
Falei num fio de voz.
-Eu não me importo. Se quiser, saímos daqui fugidos por aquele vitrô quebrado, ou pela tubulação de ar. Já averiguei o perímetro.
Eu sorri pequeno.
-Eu te amo. O que faz por mim não vi ninguém fazer.
Seus olhos sorriram. Sua boca acompanhou. Segurou meu rosto com as duas mãos, olhou-me fixamente.
-Eu também te amo. Já faz um tempo que percebi isso.
Sorrimos. Eu já estava prevendo o que iria acontecer e num fôlego falei:
-Não vou te beijar, nem vem!
-O quê? Acabamos de nos declarar num banheiro! Temos que selar o momento.
-De jeito nenhum, eu vomitei!
-Não tem problema, azedinha, vem cá!
-Nãaaaao!
Estávamos rindo enquanto eu me desvencilhava do beijo e ele me segurava ainda mais perto de si. A porta do banheiro abriu de uma só vez e vi Bonnie ficar branca.
-Meu Deus, desculpem!
-Não Bo, tudo bem, estávamos saindo. Eu derrubei uma garrafa no chão e bebida espirrou em mim, entrei aqui para me limpar.
-Tá bom, casal.
Bonnie falou divertidamente.
-Acho melhor voltarmos. Fomos pegos dando um amasso no banheiro do seu trabalho.
Scott disse em tom divertido.
-Só não reporto aos meus superiores porque se eu pudesse, eu estaria fazendo o mesmo, mas quem eu quero não me quer.
Bonnie falou com uma entonação divertida. Sebastian e eu rimos e nos adiantamos para fora. Ele retornou para a roda dos amigos, com um pouco menos de animação. Deu uma disfarçada, assim como eu. Terminei de limpar a sujeira que eu tinha feito e tratei de atender o máximo de pedidos que eu podia. Comecei a sentir umas pontadas estranhas na cabeça. Com toda a certeza do mundo era por conta do nervoso de mais cedo. A hora foi passando, os amigos de Sebastian começaram a ir embora. Eram educados, sempre me esperavam estar por perto para se despedir. E assim o clube foi esvaziando, até ficarem pouquíssimas pessoas. Dos amigos de Scott, apenas Frank ficou, e nesse momento, Bonnie aproveitou e o chamou para conversar. Voltei para o bar cheia de copos que fui pegando das mesas vazias.
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O dia em que reconheci Sebastian Scott
RomanceApril Pearl é a protagonista, uma garota de 28 anos que resolveu voltar para NY depois de um casamento fracassado no Canadá. Ao voltar, encontra vários desafios, sendo um deles continuar seu curso na Columbia, que passou por mudanças , voltar a faze...