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-Eu tinha me esquecido o quanto você pode ser estúpido, Sebastian!

Respirei fundo, mas o pulmão parecia ter colado nas costas.

-Ser sincero agora é ser estúpido. Se eu omito algo irrelevante, você acha ruim, se eu sou sincero, você acha ruim também. Se decide, porra!

-Vai embora.

-Como se precisasse pedir. Não faço questão nenhuma de estar aqui no momento.

O rapaz saiu sem cerimônia alguma. Coloquei meu cabelo para trás e comecei a chorar. Ele tinha razão. Ele não era Thomas. Mas aquele cara era o meu gatilho. Eu ficava completamente agressiva quando lembrava dele, ainda mais naquele momento de discussão. Fiquei chateada com a mentira de Scott e nem parei para analisar que eu tinha feito algo semelhante antes, justamente quando meu ex apareceu no apartamento. Não tive uma boa noite de sono. Mais uma vez sonhei algo confuso. Parecia flashes de situações estranhas. Eu via uma luz branca muito forte, silhueta de pessoas indo e vindo em minha direção. Elas tocavam meu corpo, pareciam analisa-lo, examiná-lo. E eu ficava imóvel. Tentava levantar e não conseguia. Acordei assustada. Olhei no celular e eram 4 da manhã. Não havia mensagem de Scott. Voltei a deitar. Tentei dormir novamente, sem sucesso. Achei melhor então usar esse tempo para estudar. Logo o sol raiou e eu estava me preparando para ir à Columbia. Assisti diversas aulas, uma delas era com Alden. Eu havia avisado a ele e Penny que viajaria no feriado com uma "amiga' pois não estava confortável ainda em contar sobre meu namoro com Sebastian. Namoro esse que viveu seu primeiro desentendimento. Foquei nos estudos, me faziam pensar com clareza sobre as coisas. Pedi a noite de folga na Heaven's, achei melhor descansar. Estava em casa, tomando um café quente quando o celular vibrou. O olhei atônita, querendo que fosse mensagem de Sebastian, mas era Bonnie.

"Gatinha, está no seu apê? Posso passar aí? Tenho novidades e estou com saudades!"

Respondi a convidando para vir até mim, seria bom conversar sobre outra coisa. Em poucos minutos ela bate à porta, com pistaches e cervejas.

-Teremos uma noite de garotas?

Falei sorrindo. Ela sorriu de volta.

-Merecemos! Nunca tiramos folga juntas! Acho digna uma comemoração.

-Concordo! Quero saber das novidades!

Sentamos no chão da sala, abrimos as cervejas. Bonnie viu os livros amontoados e abertos no outro canto.

-Não sei como você dá conta....

-Nem eu. Mas me conta logo!

-Eu e Frank...

-Até que enfim rolou!

-Sim!!!!!! Amiga, ele é incrível. Agora eu posso competir com você, também tenho um cara legal!

Bonnie sorriu tomando um gole da cerveja e eu concordei com um sorriso amarelo.

-Fico feliz! Você merece uma pessoa tão incrível quanto você.

-Amiga, sentiu isso também? É um formigamento de ver a pessoa, de ver que está acontecendo, que estão juntos e a sintonia é intensa. Parece que tudo se encaixa!

-É.... é uma sensação ótima, aproveita.

Tentei disfarçar, mas Bonnie era perspicaz.

-Opa, opa, opa. Aconteceu alguma coisa?

-Não vamos falar disso, eu quero saber de você.

-Não senhora. O que houve?

-Tivemos um desentendimento. Era pra ter sido nada demais, só que tomou uma proporção maior. Mas tá tudo bem, não precisamos focar nisso.

O dia em que reconheci Sebastian ScottOnde histórias criam vida. Descubra agora