Então é Natal!

28 9 32
                                    

O dia amanheceu e tínhamos várias coisas para fazer em família. Decidimos levar as crianças para o cinema. Almoçamos por lá e na volta Sebastian me deixou no clube. Hoje abriríamos a tarde, teria confraternização de uma empresa, então o horário seria fechado para os funcionários. Ele seguiu com as crianças para sua casa enquanto entrei rapidamente e já fui ajudando o pessoal a organizar as mesas. Meu domingo seria de muito trabalho. Eu estava ajudando Bonnie com os preparativos, correndo para lá e para cá. Ao longe, uma figura conhecida me observava.

-Sim, ela está aqui.

A moça ruiva falava ao telefone, seus olhos estavam fixos ao que acontecia dentro do clube.

-Até quando eu tenho que fazer isso, ein?

Rebecca bufou impaciente.

-Até quando eu pedir para que você caia fora. Eu não desisto fácil e não vai ser um policial desgraçado que vai me deixar para trás. Consiga logo os horários dela.

Thomas desligou o telefone sem cerimônia. Rebecca respirou fundo.

-Que inferno.... não vejo a hora disso acabar.

A garota disse baixo a si mesma e se adiantou para um grupo de pessoas com quem fez amizade. A ideia era de se infiltrar sem que eu a percebesse, e com isso conseguir meus horários. Eu trabalhando, jamais estaria a imaginar que ela e Thomas estavam tramando algo.

Os dias passaram de forma muito rápida. Entramos na semana do Natal e os preparativos estavam a todo vapor. O clima em NY era de chuva e temperaturas despencando. O espírito natalino era muito presente nas ruas da cidade. As lojas tocam músicas temáticas, as fachadas dos prédios se iluminavam, eventos especiais começaram a ser realizados, é uma época muito gostosa. Mesmo que eu tomasse um banho por sair desavisada, sem guarda-cuva de casa, eu gostava pela nostalgia que me causava. Ainda mais em Manhattan, onde vinha ventos por todos os lados, a sensação era ainda de mais frio. A rotina na faculdade estava caótica, mas eu consegui lidar. Para falar bem a verdade, meus conhecimentos nas matérias pareciam estar cada vez mais afiados. Tirava o chapéu para minha inteligência e esforço. Eu me sentia capaz, orgulhosa por enfim ter conseguido um equilíbrio entre minha vida pessoal, estudantil e profissional.

Terminei de pentear os cabelos, coloquei meus brincos, passei um batom cor de cereja. Escolhi uma blusa de manga comprida com alguns brilhos. Calças jeans e bota eram a pedida, um sobretudo pesado, um cachecol e estava pronta. Tia Penny já havia me mandado mensagens, demorei um pouco para chegar pois preparei uns doces de sobremesa. Fiz o famoso Chocolate bark, que é chocolate branco com nozes, e o desse ano eu fiz uma parte com balinhas, por causa das crianças. E na outra, coloquei pistaches, pois eram os preferidos de Sebastian. Escutei a buzina e me adiantei. Peguei a sobremesa, minha bolsa e os presentes. Ao descer, vi o carro de Alden parado com o pisca-alerta ligado. Ele abriu a portado veículo, e assim que sentei foi me ajudando a colocar as sacolas no banco de trás.

-Nossa, o cheiro disso ai tá muito bom!

Ele fez menção de colocar o dedo no doce, que estava com plástico filme por cima e eu dei um tapa em sua mão.

-Aquiete-se! Está mais ansioso que as crianças!

Ele fez uma careta.

-Esteban está doido para te ver, vamos logo, ele me deu apenas 15 minutos!

Fechei a porta sorrindo e assim fomos até a casa de tia Penny. Ao chegar, vi as luzes decoradas, a caixa de correios com vários alcaçuzes de mentira. As janelas estavam bem iluminadas, a árvore de frente de sua casa toda cheia de luzinhas de Natal. Esse ano ela tinha se superado. Descemos do carro e assim que entramos Esteban veio correndo me receber.

O dia em que reconheci Sebastian ScottOnde histórias criam vida. Descubra agora