S.O.B

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- Isso é um absurdo! Sério Amber, eu estou errada? No réveillon DESSE ANO ele estava aqui! Eu não estava com o Stanley mais, e nós tivemos um momento! E aí do nada ele me aparece namorando?

-Amiga, não foi do nada, a gente tá praticamente no final do ano, vocês transaram em janeiro...

-NÃO IMPORTA! Quando ele veio da última vez já estava esquisito.... Ele não me procurou, mas eu achei que era por causa do Stanley que estava aqui.

-Cath, você pode escolher o homem que quiser...

-CLARAMENTE QUE NÃO! Há anos eu o escolhi e parece que o universo conspira contra. Nós sempre nos demos tão bem, desde criança! Meus pais conhecem os pais dele, temos fotos juntos dos aniversários, sempre de mãos dadas, minha mãe, a mãe de vocês, sempre falavam que iríamos namorar! Não consigo aceitar, sério! Tentei me convencer quando ele engravidou e casou porque era adolescente né? Você viu o jeito dela? Tão sem-classe! Lolla pelo menos era bonita! Essa April não combina em nada com ele, tá na cara que é carência. Onde já se viu, Sebastian Scott, um investigador, chefe de departamento policial, namorando uma barista? Totalmente sem berço, você acreditou naquela historinha de médicos sem fronteiras? Não duvido nada de que tenha sido filha de maconheiro e inventou que os pais foram "doutores" só pra se sair bem. Já que morreram, quem que vai contestar? Ela é uma perdedora.

Aquilo com certeza havia ultrapassado todos os limites possíveis. Meus punhos estavam cerrados, prontos para dar um soco muito bem dado na cara daquela nojenta! Como ela ousa falar dos meus pais? De mim eu até que aguentava, agora deles?

-Cath, não liga pra isso, ok? Vamos voltar pra lá e suspendemos a bebida. Michelle até já saiu daqui e você nem percebeu.

-Pode ir, eu vou lavar meu rosto e já vou. Isso não vai ficar barato desse jeito. Vou me recompor e aparecer mais gostosa do que antes. Eu já sentei naquele homem. Sento de novo e não vai ser uma bostinha que vai me impedir.

Eu estava parada processando o que eu acabava de escutar. Percebi que Amber havia saído. Catherine estava lavando o rosto, nem notou que parei do lado e estava lavando minhas mãos. Reuni toda a minha calma e falei num tom baixo e firme:

-Porque não disse tudo isso lá na mesa?

A garota levou um susto, mas disfarçou muito bem.

-Como?

-Você ouviu.

-Ficou escutando atrás da porta... É uma stalker? Cada vez você me surpreende mais...

-Por que não me responde, Catherine? Você deve estar cansada de atuar.

-Querida, eu não vou brigar com você dentro de um banheiro.

-E quem disse que é uma briga?

A garota se virou para o espelho, arrumou os cílios, os cabelos, querendo não se importar, passando uma imagem de " tô nem aí". Continuei encarando, ela me olhou de volta.

-O que é então? Vai me beijar?

-Cath, a única arma que você tem é o passado. Isso nunca que poderia ser uma briga. A desvantagem é enorme. Eu te entendo, mas já passou da hora de superar. Vamos aos fatos: Não conseguir namorar sério com Sebastian antes da Lolla, nem depois da separação e nem agora jamais te dá o direito de me culpar. O seu ego está muito abalado por uma BARISTA, sem berço, sem- classe ter desbancado você, a mulher perfeita para ele. Então, quem é a perdedora?

Catherine engoliu seco. Não esperei nem mais um segundo naquele local, virei as costas e saí do banheiro. Uma coisa é ter sororidade, outra é ser pamonha. E eu não servia para a segunda opção. Sentei-me na mesa, Scott automaticamente me abraçou.

-E aí, como foi o tour pela cozinha do Simon?

-Foi incrível, ele e Rud se dariam muito bem, tem as mesmas manias. Tudo muito bem organizado. Gostei bastante.

-Quando pudermos daremos uma passada em Manhattan!

Carmem disse animada.

-Com certeza serão muito bem vindos! Mudando um pouco de assunto, acho que devemos ir. Estou cuidando a hora, e pelo que conheço de Jullie, ela já deve estar deixando Robb maluquinho.

Sugeri logo de uma vez, já que o clima lá dentro havia pesado, a melhor coisa era ir embora.

-Eu ia falar isso agora.

Scott disse já se preparando para levantar.

-Bom, vamos também porque o cabeça da gangue infantil é um dos nossos.

Timothy disse num tom engraçado e com isso nos levantamos. Despedi-me dos rapazes, Michelle e Amber, Catherine não voltou para a mesa e eu sabia o porquê. Falamos com Simon, que prometeu uma visita a nós e assim, partimos rumo a casa dos pais de Sebastian.

O dia em que reconheci Sebastian ScottOnde histórias criam vida. Descubra agora