A investigação

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Consegui descansar um pouco. Logo após o café deitei-me na cama e o cansaço me consumiu. Sebastian por diversas vezes ia até o quarto, como se quisesse compensar o fato de não ter me protegido na noite anterior. Deixaria que eu dormisse um pouco mais, mas recebeu uma ligação da delegacia e precisavam colher nossos depoimentos o mais rápido possível. Acordou-me com um beijo suave no rosto, enquanto eu levantava e me vestia, ficou no telefone com outro investigador. Nos encaminhamos para o departamento. Ao chegar, Scott cumprimento um homem mais velho, cabelos grisalhos, alto e magro.

-April, este é Nathan Cole, um antigo amigo meu, investigador da Polícia de Los Angeles. Ele vai nos ajudar.

Estendi a mão e o homem a apertou gentilmente.

-Vamos iniciar? Ouvirei vocês dois e começamos a dar seguimento no processo.

Entramos para a sala de interrogatório e ficamos por várias horas. Repeti a rotina de ontem diversas vezes na minha mente e as falava pausadamente. Até que pontos específicos começaram a ter mais atenção.

-Srta Pearl, vi que descreveu muito bem a equipe com quem trabalha, menos uma pessoa. Quem é o rapaz novo no estabelecimento?

-Alex. Entrou como ajudante do pessoal da cozinha há poucos dias, mas é meio que um faz-tudo.

-Certo, e ele é a pessoa que você não tem contato por conta do pouco tempo de trabalho?

-Sim.

-Ok. Algo fora do comum aconteceu por esses dias? Porque claramente foi alguém dentro do clube que teve acesso às suas coisas.

-Sempre entram e saem muitas pessoas, mas no vestiário, somente quem trabalha que tem acesso.

-Tente se lembrar de algo que possa ter acontecido. Os comprimidos foram colocados no dia da denúncia, pelos exames que fizemos, se ficassem por mais tempo começariam a ter um leve aspecto diferente. E claro, a senhorita perceberia, pois o tamanho era considerável.

-Não me recordo de nada fora do normal.

-Esse tal de Alex teve contato com você no dia?

-Sim...mas foi rápido. Ele acabou derrubando uma bandeja com vários copos, fui ajudá-lo. Ele teve uma crise nervosa e foi para dentro do depósito.

-Ele foi ao depósito sozinho?

-Sim, eu fiquei limpando tudo, ele me ajudou com o esfregão.

-O depósito fica perto do armário dos funcionários?

-Sim. Acha que pode ter sido ele?

-Eu desconfio de acontecimentos fora da rotina. E ele se encaixa nisso. De qualquer forma, seu ex-marido não fez tudo sozinho. Vou intimar todos que trabalham no clube essa semana.

-Ok.

-Vá tomar um café, uma água, um suco... agora conversarei com seu namorado. Provavelmente ficaremos o dia todo aqui. Sugiro que dê uma descansada. Depoimentos assim tendem a ser exaustivos.

-Obrigada.

Levantei-me. O investigador fez o mesmo e abriu a porta da sala. Encontrei com Sebastian. Segurou meus braços quase me abraçando.

-Tudo bem?

-Sim, só fiquei cansada. Vou tomar algo.

-Se quiser ir pra casa, já avisei meus colegas. Irão com você, estarão à paisana. E não me olhe assim, você sabe que é necessário.

-Ficarei por aqui, nada de segurança particular.

-Vamos demorar.

-Eu sei. Vou aproveitar e ligar pra Alden, saber como estão.

O dia em que reconheci Sebastian ScottOnde histórias criam vida. Descubra agora