Saí acompanhada dos oficiais. Eu estava nervosa porque claramente aquilo era uma armação. Mesmo que eu fosse inocente, isso já havia acontecido antes. Fui levada para um departamento especializado de narcóticos, não era a delegacia onde Sebastian trabalhava.
-Meu Deus isso não pode estar acontecendo de novo!
Eu verbalizava baixo a caminho do departamento. Assim que cheguei, fomos direto para uma sala de interrogatório. Minhas mãos estavam trêmulas e suavam. Um investigador de sobrenome Stone entrou.
-Srta April Pearl. Achamos comprimidos de Oxicodona em seus pertences. Preciso que se explique. Tem direito a um advogado.
-Eu vou precisar de um? Isso é um engano total, eu nunca vi esses comprimidos! Por favor, precisam acreditar em mim! Eu fui incriminada!
-Vimos que já tem um registro no sistema, Srta.
-Foi ele! Thomas Bones! Eu tenho uma ordem de restrição contra esse desgraçado!
-Sabemos dessa ordem, Srta. Contudo, cabe concordar que, ele não apareceu próximo a você desde que essa ordem foi acionada. Correto?
-Correto. Mas ele já fez isso antes! Como não pode chegar perto de mim, esse desgraçado usou o mesmo golpe de anos atrás!
-Checamos que houveram algumas violações da Srta contra esse tal rapaz. Existem boletins de ocorrência de alguns anos, por perturbação ao sossego público, lesão corporal grave. O que está acontecendo que não está nos contando?
-Eu.... eu tenho direito a uma ligação, certo?
-Sim. Oficial Thompson, acompanhe- a.
Meu coração batia tão rápido que eu não conseguia raciocinar direito. Sorte que eu tinha o telefone de Scott decorado. Disquei. A espera estava me sufocando. Chamou diversas vezes até cair na caixa.
-Merda! Posso tentar mais uma vez? Não está atendendo. É o telefone do meu namorado, ele é investigador, preciso de ajuda, por favor.
-Só mais uma tentativa, Srta.
As lágrimas começaram a rolar em meu rosto. Disquei o número novamente. Nada. Caiu na caixa postal novamente.
-Meu Deus o que vou fazer....
-Preciso que me acompanhe de volta.
-Isso é uma tortura. Não pode estar acontecendo de novo...
Voltei chorando até à sala de interrogatório. Fecharam a porta e fiquei sozinha lá dentro. Apoiei a cabeça em meus punhos. Comecei a sentir um leve formigamento nos lábios. Não sei quanto tempo fiquei ali. De repente a porta se abriu e o delegado Stone adentrou.
-Srta Pearl, iremos fazer exames toxicológicos. Por gentileza, precisamos de amostras de sangue, urina, mucosa oral e suas digitais.
-Tá certo, mas no que isso vai me ajudar?
-Está sob investigação. Tem algum advogado, srta?
-Não...
-Então acionaremos a defensoria. Creio que em breve algum estará disponível.
-E enquanto isso eu fico aqui? Eu preciso falar com alguém.
-Já teve direito ao seu telefonema. Ou você pode cooperar conosco e dizer a verdade.
-Mas eu estou falando a verdade!
O delegado sentou-se à minha frente.
-Eu trabalho com isso há muitos anos, sei o perfil. Não vai adiantar você chorar, chamar pai, mãe, vovô ou namorado. As penas para o porte simples variam de uma multa de menos de 100 dólares ou alguns dias de detenção para milhares de dólares e vários anos na prisão estadual pelo mesmo crime. E você já é reincidente. Aqui não está parecendo um simples porte de drogas, mas sim a intenção de distribuir. E isso te dá muitos anos, porém, os promotores oferecem tratamento diferenciado para os réus que colaboram com as investigações.
VOCÊ ESTÁ LENDO
O dia em que reconheci Sebastian Scott
RomanceApril Pearl é a protagonista, uma garota de 28 anos que resolveu voltar para NY depois de um casamento fracassado no Canadá. Ao voltar, encontra vários desafios, sendo um deles continuar seu curso na Columbia, que passou por mudanças , voltar a faze...