O dia em que reconheci Sebastian Scott

É tão doce saber que você me ama

Algumas semanas se passaram. A rotina na faculdade ia ficando mais puxada. Eu conseguia ver Sebastian nos finais de semana. Às vezes ele aparecia no clube com Frank, tomavam algumas cervejas, no meu intervalo saíamos pra comer algo ali perto. Como ele havia voltado para a delegacia, eram muitas coisas para resolver. Nós estávamos em um relacionamento, mas não tínhamos estabelecido isso para os demais. Não havia ainda um pedido de namoro oficial. Eu percebia que Sebastian queria falar sobre, mas ficava receoso. Ele não queria estragar o que estávamos tendo. Descobriu que era meu aniversário, mas não me avisou. Até porque eu não falei com ninguém. Ele não falou nada relacionado durante o dia inteiro e eu obviamente também não, porque havia anos que não gostava de comemorar. Era um sábado, eu não queria minha folga, mas Rud foi irredutível. Fiz ele me prometer que não falaria com ninguém lá do clube porque aniversário para mim era uma data qualquer, sem importância. Ficou emburrado, mas assim o fez. Aproveitei para colocar as matérias em dia, Alden era extremamente rigoroso na matéria, além dos outros professores. O cansaço foi batendo, resolvi tomar um banho pra tentar dar uma relaxada. Levantei-me e resolvi usar a banheira. Havia ganho uns sais de banho de tia Penny dias atrás e achei interessante usá-los. Assim que encheu, me despi e entrei. Que sensação maravilhosa. Peguei o celular e mandei mensagem para Scott. Combinamos que ele viria para meu apartamento depois do expediente. Faltava pouco tempo para ele sair. Na verdade, ele saiu mais cedo, estava falando comigo durante o caminho. Chegou em meu apartamento, subiu, e como tinha as chaves, entrou. (sim, ele tinha uma cópia, já que eu vivia perdendo a minha). Percebi a movimentação na sala.

-Sebastian? Saiu mais cedo?

Gritei do banheiro.

-Surpresa. Trouxe biscoitos.

-Ótimo! Você não vai acreditar no que eu fiz!

Scott deixou o pacote no balcão da cozinha e foi se aproximando do corredor.

-Onde você está?

-Entra aqui, a porta tá aberta.

Ele afastou a porta do banheiro, e sorriu. Seus olhos brilharam e engoliu seco.

-Surpresa.

-Acho que eu poderia ficar aqui te olhando pra sempre.

-Então me olha mais de perto.

Sebastian entendeu o recado. Já foi arrancando os sapatos, desabotoando a calça e todo o resto. Entrou comigo na banheira despejando boa parte da água pra fora.

-Droga, isso não acontece nos filmes.

Comecei a rir e imediatamente o abracei. Ele já enlaçou minha cintura e com desejo começou a me beijar. Suas mãos não paravam, viajavam pela minha cintura, até parar. Seus dedos eram firmes e delicados. Minha respiração já estava ficando pesada, seus beijos intensificavam ao ponto de me deixar sem ar e quando ele percebia, parava e me olhava. Puxei seu corpo contra o meu e agora ele estava por cima. Confesso que foi um pouco complicado administrar a água e o tanto que eu escorregava, mas Sebastian era maior do que eu, e muito mais forte. E mais uma vez estávamos conectados, sentindo o calor, o gosto, e a vontade um do outro.

-Me senti um malabarista.

Sua voz quase não saiu, falou encostado na banheira, comigo em seu peito. De olhos fechados, sua respiração estava voltando ao normal. Eu só consegui esboçar um sorriso.

-Eu estou sem ar pra falar.

Ele olhou pra mim. Me deu um beijo calmo na boca.

-Sabe que eu adoro? Seus olhos mudam de cor.