𝗵𝗼𝗹𝗱 𝗺𝗲, 𝗄𝗈𝗓𝗎𝗆𝖾 𝗄𝖾𝗇𝗆𝖺.

𝗰𝗵𝗮𝗽𝘁𝗲𝗿 03

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O relógio em sua cabeceira marcava três horas em ponto, e não suportando a idéia de acordar outra vez com o sol adentrando pela janela banhando seu rosto em calor decidiu se levantar um momento antes para deixar as cortinas devidamente fechadas e o ambiente parcialmente escuro, e como em todas as noites anteriores a está você olhará para a fechadura da porta na cozinha para ter a certeza de que estava trancada e assim sabendo estar em segurança caminhou distraidamente de volta ao cômodo quente para tomar o espaço vazio em seu colchão flexível, coberta até o pescoço com um leve suspirar exausto estava pronta para se entregar ao mais profundo dos sonos, claramente merecido após tanto trabalho duro. 

Ou era o que você imaginava, quando o ponteiro do relógio sobre a cômoda fez mais um tic tac algo tocou em sua garganta, afiado e gélido, não precisava ser um gênio para saber que aquilo se tratava de uma faca mas ficou em negação pelos segundos que se passaram, isso é só um sonho, supôs mantendo suas pálpebras apertadas, tremendo as íris por baixo delas em medo não ousando respirar, não pode ser real! Mas à mão forçou e não havia para onde correr, dedos se enrolaram em seu cabelo e com um puxão que a fez soluçar fora jogada ao chão ao lado da cama de forma brutal e dolorosa, balançou as suas pernas sem parar tentando desesperadamente escapar daquela situação assustadora, sequer entendia o que estava acontecendo ao que as lágrimas começaram a rolar por suas bochechas com a dor em seu corpo, ergueu suas unhas para o pulso que estava a agarrando no couro cabeludo com a intenção de o arranhar o suficiente para que ele a soltasse mas o homem, – você notou pelo som de sua risada macia e perturbadora – não estava disposto a deixá-la ir ainda, não ele definitivamente queria algo mais. 

— M-me solta! — Resmungou com todos os membros do corpo tentando se soltar do homem armado. Ele xingou para todo o seu barulho desnecessário e a empurrou com as costas contra chão, sentando sob sua cintura apontando a faca para o seu globo ocular direito e você se focou nela com a respiração instável e os braços e pernas imóveis. — E-eu não tenho dinheiro! Pode levar tudo, só me deixa ir embora! Por favor.. 

— Cala a boca caralho, você choraminga demais! — Ele respondeu com sua voz profunda e ríspida, estava claro que você não deveria tentar argumentar com esse cara, barganha seria perda de tempo! O que ofereceria? Sua vida? Ele já a tinha em mãos!. — Isso, quietinha, não gosto de vadias barulhentas. 

Reprimiu os lábios, duvidava que se abrisse sua boca agora cuspiria em sua cara coberta e ele certamente não ficaria satisfeito, então fez a única coisa que pensou ser útil para se manter a salvo por mais algum tempo, ficou em silêncio e imóvel. Deu uma boa olhada no corpo acima do seu, a raiva irradiando em suas orbes e o coração acelerado em adrenalina embaixo da camada de roupas de dormir mas precisava de pelo menos um minuto para analisar seu agressor, era um homem alto e corpulento, o rosto coberto por uma máscara preta de malha que deixava apenas os seus olhos afiados e sem brilho e sua boca carnuda a vista. Ele já fez isso outras vezes, você sabia, ele teve muito cuidado ao entrar em sua casa sem que o notasse, um desastrado inexperiente não teria conseguido tal feito com tamanha perfeição, não chegou a ouvir a tranca sendo forçada a abrir nenhuma vez, não ouviu os sons de seus passos pelo quarto e muito menos viu sua silhueta até o momento que era tarde demais, ele veio preparado e tinha um objetivo bom o suficiente para se arriscar, você só não tinha idéia de qual era, nunca se envolveu com ninguém e sequer havia algo arriscado em sua vida comum e extremamente normal. 

— Onde está o Kozume!? — Ele perguntou, a lâmina era tudo o que você conseguia focar agora, acabaria perdendo seu olho e não conseguia pensar em maneiras de evitar isso. — FALA LOGO CARALHO!! Cada a porra do Kenma? Me responda enquanto estou educado!