𝗵𝗼𝗹𝗱 𝗺𝗲, 𝗄𝗈𝗓𝗎𝗆𝖾 𝗄𝖾𝗇𝗆𝖺.

𝗰𝗵𝗮𝗽𝘁𝗲𝗿 09

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Estar sozinha não era o problema, sério. Sempre fora acostumada a estar mas por conta dos compromissos diários não tinha porquê pensar sobre isso de uma maneira profunda e reflexiva então era mais do que fácil ignorar a sensação de abandono patética rondando sua mente todas as manhãs ao acordar e noites ao ir dormir, o que de verdade estava a incomodando agora era estar longe de casa, aquele lugar não era o seu lar e o fato do dono ser despreocupado o suficiente para deixá-la lá sozinha o tempo todo à irritava profundamente, era quase como se ele estivesse à subestimando silenciosamente, sem contar o detalhe chato de ainda não saber nada sobre ele ou sua vida, e estava começando a se cansar disso. Ele não queria abrir a boca e dizer? Ótimo! Iria procurar respostas por si mesma, Kenma achava que seria fácil deixá-la lá dia após dia sem ter uma única noção do porquê de estar? Estava terrivelmente errado, obviamente estava grata por sua ajuda e não queria que ele pensasse o contrário mas fora arrastada para cá, perdeu o único emprego que durou tanto tempo em seu currículo e a única amiga que tinha no trabalho então o mínimo que ele deveria fazer seria explicar a droga do motivo!

O que tinha em mãos agora eram as informações óbvias sobre toda a situação até o momento, Terushima estava atrás de Kenma naquela noite e por pensar que tinham algum tipo de ligação fora até seu apartamento em busca de respostas e localização. Ele deixou claro o seu ódio por seu salvador desde o primeiro segundo em que olhou para ele, gritou para qualquer um ouvir o quão sentiria prazer em matá-lo ali, disse em um certo momento que "não trabalhava mais para ele" e que por isso não lhe devia nada, perguntou quais eram os planos para as "organizações menores" e ainda disse que o Kozume havia voltado a pouco tempo antes de ser tomado por uma onda de testosterona e burrice sem tamanho tentando assim cometer o crime de assassiná-lo. 

Usando apenas essa base limitada de respostas jogadas ao vento você poderia concluir três simples coisas óbvias sobre isso, que Kenma era alguém extremamente odiado e respeitado entre as citadas "organizações" por algum motivo que ainda não fora dito, que Terushima realmente deveria ser um amador por cometer tantas falhas em um curto espaço de tempo e que aquilo que estava vivenciando certamente não era uma linda história de segurança a testemunha! Estava na casa de um criminoso de verdade, isso explicava tudo mas queria tanto se negar a enxergar. Então agora que a "ficha" caiu não deveria se apressar e se pôr à correr!? Era o certo a se fazer mas não conseguiria chegar longe não importa o quão rápida fosse, – o que convenhamos, você não era! – estava no vigésimo terceiro andar de um prédio no centro da cidade e todos lá dentro pareciam ter ligação com o Kozume o que significava que estariam armados e prontos para estourar a cabeça de alguém ingênuo o suficiente para aparecer em suas frentes, então claramente não era uma opção viável. 

Você deixou escapar um longo suspiro cansado, enterrando seu rosto em suas mãos enquanto estava sentada no vasto e incrivelmente macio sofá. Droga, tente pensar! Resmungava consigo mesma mas mesmo após horas não chegou à uma idéia que parecesse boa o suficiente para ser executada, e também havia toda aquela coisa envolta de Kenma que a impedia de ousar se afastar dele, ele salvou sua vida quando ninguém ao menos tentou e se sentia em dívida, e mesmo sendo esse suposto cara "perigoso" e "cruel" ele limpou o chão que havia mandado mais cedo como se não fosse nada demais, era normal entre criminosos serem deixados mandar por uma mulher estúpida nas horas vagas!? Duvidava seriamente disso, o que só deixou mais engraçado lembrar-se da reação de Kuroo ao entrar e avistar a cena toda com tamanha surpresa que pareceu exagero, mas agora meio que fazia todo o sentido. 

— Eita. — Alguém exclamou após as portas de metais se abrirem mais à frente com um som suave repentinamente, ergueu seu rosto em alerta observando o homem de terno dentro do elevador. Ele pareceu tão surpreso quanto por vê-la sentada ali! — ... Desculpa, volto quando estiver no quarto.