𝗰𝗵𝗮𝗽𝘁𝗲𝗿 22

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Seus olhos ainda estavam bem abertos em seu rosto avermelhado, o coração lentamente começando a acelerar suas batidas como se precisasse daqueles segundos para entender o que acabara de acontecer consigo. Não entendia as reações do próprio corpo perante a situação duvidosa, aquilo não poderia ser considerado um beijo! Nada além de um toque suave e ganancioso, tão suave que por um segundo cogitou ter imaginado a coisa toda em sua cabeça como uma forma de lidar com as necessidades dos próprios hormônios mas, havia o calor em sua boca que não deixava-a mentir sobre realidade miserável a qual estava, e ao tocar seus dedos na mesma não pôde evitar sorrir muito discretamente, o filho da puta realmente fez isso assim? Sem um aviso prévio? E nem ao menos terminou o que começou!? Desgraçado arrogante, eram malditos colegiais? 

Balançou a cabeça um instante mais tarde, haviam coisas mais importantes para se lidar no momento. E a porta sendo aberta no escritório no fim do corredor deixou isso muito claro, o moreno apareceu logo em seguida após passos estranhamente silenciosos sobre o piso de assoalho claro, ignorou-o ao correr até seu notebook jogado embaixo da mesa de centro, o pobre computador esteve esquecido no chão desde sua noite aventurosa com um Kenma explorador e curioso tocador de moças, não que estivesse pensando sobre o calor de sua boca sobre sua barriga descoberta, imagina. O homem parado na entrada dos quartos franziu o cenho para suas ações apressadas, provavelmente se perguntando porque diabos estava com tanta pressa mas a verdade é que seu rosto ainda estava quente, seu coração ainda batia como um motor de fórmula um e ainda se sentia humilhada por ter se deixado nessa situação patética, não queria lidar com prováveis piadas agora.

— Vou esperar por dez minutos! — Kuroo gritou quando passou correndo por ele, batendo a porta atrás de si como uma lunática desesperada e fugitiva. Ouviu-o rir do outro lado.

Então era isso, como se sua vida não fosse uma merda desde sempre você simplesmente decidiu por vontade própria entrar para uma gangue de criminosos mal encarados? Riu para si mesma com o pensamento, e talvez fosse porque ainda não esteve em ação por qualquer coisa, talvez porque ainda parecia uma situação longe de ser uma realidade mas, agora, não repudiava a ideia de segurar uma arma de fogo com suas próprias mãos. Não queria matar ninguém, não queria sangue inocente manchando seus doces sonhos de um futuro promissor longe de uma cela com grades de ferro porém, como uma mulher adulta e futura "criminosa" sabia que isso era bobo e infantil de se esperar, era óbvio que em algum momento teria que fazer uma coisa da qual nunca fora preparada, da qual não importava o tempo que gastasse treinando ainda não estaria pronta para executar mas, não havia como voltar atrás agora, certo? Estavam atrás de sua cabeça, estavam atrás de Kenma.. Só conseguia repetir que seu salvador estava em perigo tanto quanto você quando cogitava dar para trás.

Incrível como eu mesma fodo com a minha própria mente! Resmungou internamente com um revirar de olhos, não estava fazendo isso por ninguém além de si mesma, afinal, e se recusava a deitar e esperar a morte outra vez, se recusava a chorar e implorar para um homem covarde não matá-la de novo. Iria fazer isso não importa o quê, e teria uma vida feliz em uma praia distante como imaginou naquela manhã, com certeza

Nunca treinou qualquer tipo de luta mas já fizera academia por dois meses então, como uma pessoa minimamente inteligente e esperta tinha total conhecimento de que um moletom e uma calça jeans nunca seriam apropriados para movimentar os músculos do corpo em qualquer ocasião, logo, precisava de roupas de ginástica ou algo perto disso para começar o maldito treinamento por "horas" durante todos os dias. Só de lembrar-se que realmente seria assim, quis se jogar na cama e fingir que nada aconteceu pelas próximas vinte e quatro horas mas Kuroo já estava batendo em sua porta antes de sequer virar seu rosto para admirar seu colchão macio e perfumado, xingou ao mandar ele esperar e o mesmo apenas gritou outro xingamento pior como resposta, resmungando no corredor enquanto continuava atrás da porta para espera-la, riu suavemente. 

𝗵𝗼𝗹𝗱 𝗺𝗲, 𝗄𝗈𝗓𝗎𝗆𝖾 𝗄𝖾𝗇𝗆𝖺.Onde histórias criam vida. Descubra agora