𝗰𝗵𝗮𝗽𝘁𝗲𝗿 15

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Kuroo era o que carregava mais sacolas ali, e se sentiu mal por estar rindo dele no caminho do carro devidamente trancado até entrarem no elevador gélido e iluminado. Ele revirava os olhos toda vez que a via tentando – inutilmente – fingir que não estava achando engraçado no modo como ele andava com duas caixas embaixo dos braços abertos mas no segundo em que ele entrou no cubículo ao seu lado, tornando todo o espaço já limitado ainda menor deixando-a encolhida no canto como uma sombra borrada, e tentou apertar o botão 23 sem deixar nada cair ao seus pés não aguentou mais um único instante e gargalhou tão alto que sentiu que tudo tremeu dentro de si. Se baixou sem conseguir evitar ao mesmo tempo em que ele se inclinou para frente e apertou o número com o próprio nariz pontuado e proporcional, o que só tornou tudo ainda melhor!. 

— Para de rir, porra! — Ele exigiu mas não é como se fosse um interruptor, era uma ação incontrolável e mesmo que tentasse, o que não fez de verdade, não conseguia parar. Ele bufou ao lado mas se abaixou ao seu redor com uma risada suave, ficando a sua altura enquanto deixou as coisas no chão organizadamente. — Idiota. 

— Desculpa- — Riu mais um pouco, uma mão em sua barriga enquanto inconscientemente se inclinava para deitar a cabeça no ombro do homem. Ele pareceu surpreso por sua ação, mas estava preocupada em tentar respirar para notar. — Juro que vou parar! Deus, você andava parecendo um pinguim! 

— Para quem não queria nem ir, está se divertindo bastante né!? 

— Sim! Me processe! 

Ele cedeu em uma risada suave e baixa, não era tão marcante quanto Kenma mas mostrou que ele não estava detestando tudo aquilo de verdade ainda que tentasse lhe convencer do contrário por orgulho, o encarou de baixo com um sorriso amplo e realmente tranquilo, ele não deveria ser tão bom para ter por perto! Assim ele tornava tudo tão simples e despreocupado quando na realidade as coisas não eram e muito menos deveriam ser, mas talvez está era a forma de Kuroo fazê-la esquecer de seus temores. Ele não era idiota, tinha certeza disso, sabia que não estava blefando no dia anterior quando disse que não ficaria lá sozinha, quando pediu para ir com eles onde quer que fossem porque estava cansada de estar na própria companhia. Não queria e por conta disso o Kozume saiu sozinho pela primeira vez desde que chegara e duvidava que era apenas uma simples coincidência, o moreno havia feito isso de propósito para fazê-la companhia ou estava apenas imaginando? Esperava que não.

— Obrigada por hoje, Kuroo. — Ditou mesmo assim, não precisava de uma confirmação. Sendo intencional ou não, ele fez o seu dia o melhor de todos em tanto tempo que poderia chorar. Ele não disse nada mas a encarou de soslaio com um leve sorriso de lado, pequeno e aparentemente satisfeito consigo mesmo. Sorriu ainda mais — Você é ótimo quando não está com raiva.

— Bom saber. 

— Estou falando sério! — Insistiu, seus braços envolta do antebraço do mesmo ao balançá-lo para afirmar sua fala. Ele riu com um negar de cabeça, o número de dois dígitos brilhando logo acima de suas cabeças. — Obrigada.

— De nada, gatinha arisca. — Ele sorriu com o olhar doce, gentilmente depositando uma das mãos sobre as suas entrelaçadas em seu braço. As sobrancelhas franzidas e você não precisava de mais nada para saber que aquele sorriso era de verdade. — Agora vamos levar isso para dentro, ok?. 

— Ok, pinguim

As portas se abriram e com um sorriso entrou no apartamento com algumas sacolas em seus braços, pronta para levar toda a sua compra até Kenma para assistir sua reação de surpresa e talvez rir de sua cara com deboche mas parou no segundo em que pisou para fora do elevador. A luz da sala estava desligada e estranhou com o olhar estreito, colocando os pacotes ao chão delicadamente aos redor de seus pés enquanto olhou por cima do ombro para o moreno atrás questionando-o em silêncio, ele não pareceu saber o que estava acontecendo também ao soltar tudo de qualquer jeito no piso, agilmente pescando a arma em suas costas por baixo do terno fino, apontando o cano com as duas mãos firmes para o cômodo com os braços estendidos à frente do corpo em defensiva, observando os arredores com experiência. Ele não precisou olhar em sua direção uma segunda vez quando simplesmente pulou para ficar em suas costas, o coração acelerado e toda a alegria esvaiu de seu corpo e face, voltando ao terror e impotência quase que imediatamente, e então pensou no Kozume e onde ele estava agora.

𝗵𝗼𝗹𝗱 𝗺𝗲, 𝗄𝗈𝗓𝗎𝗆𝖾 𝗄𝖾𝗇𝗆𝖺.Onde histórias criam vida. Descubra agora