𝗰𝗵𝗮𝗽𝘁𝗲𝗿 12

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Sua cabeça bateu na parede de trás do elevador quando o seu corpo deslizou pelo piso liso de encontro a mesma em um baque silencioso, arfou com a dor por um instante, o coração batendo forte pela adrenalina e os olhos vidrados nas portas enquanto apertou os braços ao redor do loiro acima com os nós dos dedos se tornando brancos pela força e tensão em seus músculos. Estava extremamente surpresa com as próprias ações e o quanto fora rápida no momento do perigo, suas pernas ainda tremiam em pequenos espasmos de pânico mas nunca se sentiu tão viva! Você não tinha idéia do que estava fazendo até que o fez, sequer hesitou ou pensou por um único instante antes de simplesmente puxá-lo para dentro com suas próprias mãos, era a coisa certa a se fazer!, E simplesmente saber que Kenma não chegou a ser atingido graças a sua intervenção era como um alívio em seu peito acelerado, fora útil e necessária, e o filho da mãe poderia resmungar e dizer o que quisesse era um fato que salvou a vida dele e não iria se desculpar por isso! Afinal, ele também salvou a sua.

Após menos de um minuto as portas se abriram outra vez, prendeu a respiração audível ao pensar que teria um novo vislumbre do homem com rosto ensanguentado apontando o objeto em seu rosto mas à sala de estar branca e iluminada estava a vista e de repente era como voltar para casa após um árduo dia de trabalho duro, nunca se sentiu tão feliz por ver um sofá na vida! Kenma suavemente deu dois tapinhas em suas mãos entrelaçadas em seu pescoço, alertando-a que queria ficar de pé e reprimiu seus lábios com tamanha vergonha que a atingiu, a coisa toda estava mais real agora que ele se ergueu diante de si e isso era um pouco estranho. O observou abotoando os dois costumeiros botões em seu pulso em um movimento elegante e covardemente charmoso, ele se curvou apenas para pescar o revólver no chão antes de o prender no cós da calça em suas costas, lhe oferecendo a mão ao terminar. 

Se encolheu em seu moletom mas aceitou com um aperto firme, suspirando ao caminhar para fora do cubículo gelado com ele guiando-a até poder se sentar confortavelmente na ponta do estofado branco, estava receosa de lhe perguntar porque estava sendo tão estranhamente "atencioso" e apenas permaneceu em silêncio quando ele se sentou na mesa de centro com os braços apoiados em seu joelhos cobertos pela calça social, esperou a reprovação e reclamações então, talvez ele finalmente a mandaria embora! Não soube o que dizer para amenizar sua culpa entretanto, havia deixado o moreno para trás mas se recusou a pensar que ele estivesse qualquer coisa além de perfeitamente bem, ele era um profissional, certo? Ele ficaria bem, voltaria inteiro para lhe fazer pagar por suas ações, com certeza.

— Como se sente? Se machucou em algum lugar? — Ele perguntou, diferente de qualquer coisa que tinha previsto. Sua voz estava baixa, e agora que poderia olhar para o seu rosto com alguma clareza ao redor, pôde ver o quão machucado estava, de novo, nos mesmo lugares onde anteriormente cobriu com os band aid. Ele inclinou a cabeça quando não disse nada por muito tempo, parecendo sorrir de lado com alguma provocação na ponta da língua. — Será que um gato comeu a sua língua afiada?

— Estou bem. — Você respondeu em um fio de voz amarga, a calma e tranquilidade dele parente sua intromissão estava deixando-a nervosa, era como se o companheiro dele não estivesse lá por sua causa. — Não vai dizer nada!? O Kuroo ficou lá embaixo sozinho! Não vai gritar? Me trancar!?

— Você não tem mais doze anos porra, eu não tenho que dizer nada sobre como toma suas decisões. — Ele deu de ombros sutilmente, passando a mão em seus cabelos logo em seguida, molhando a boca com sua língua vermelha. —.. Sabia o que estava fazendo quando saiu, certo?.

Apertou as mãos em seu colo com um palavrão preso em sua garganta seca, as palavras dele não faziam jus à situação toda. A imagem do moreno rindo ao seu redor era tudo o que conseguia ver agora, e se pegava pensando na idéia de correr através de Kenma e descer lá para ajudá-lo nem que fosse como isca, você provavelmente seria a última pessoa que ele gostaria de ver agora mas se estivesse vivo pouco importava sua simpatia ou generosidade. 

𝗵𝗼𝗹𝗱 𝗺𝗲, 𝗄𝗈𝗓𝗎𝗆𝖾 𝗄𝖾𝗇𝗆𝖺.Onde histórias criam vida. Descubra agora