𝗵𝗼𝗹𝗱 𝗺𝗲, 𝗄𝗈𝗓𝗎𝗆𝖾 𝗄𝖾𝗇𝗆𝖺.

𝗰𝗵𝗮𝗽𝘁𝗲𝗿 21

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Gradualmente Kenma deixou de rir com seus lábios finos e suaves se transformando em uma linha reta impassível e indecifrável, encarando seu rosto com nada além de uma genuína curiosidade e palpável admiração silenciosa. Sorria brilhantemente como resposta às suas ações despreocupadas porque não conseguia controlar a si mesma para ser diferente disto! Simplesmente adorava ser idolatrada por ele e suas íris amareladas e felinas intensas. Se desse uma chance e fechasse seus olhos agora ainda conseguiria sentir os dedos do homem deslizando gentilmente por suas costas por toda a noite tranquila e pacata em que estiverem inconscientemente entrelaçados um com o outro, era um ato tão inocentemente íntimo, era tão suavemente impactante por que nunca havia feito apenas isso com alguém antes, conseguiria sentir o cheiro de seu perfume impregnado em suas roupas de marca.. Um pouco mais a fundo e certamente sentiria o momento em que sua boca deslizou por sua pele nua e exposta na noite passada, por sua barriga, seu pescoço, deixando nada além de um rastro de calor imensurável por onde passava, por onde tocava, calor esse que nunca experimentou sentir antes.

O Kozume pareceu estranhamente fascinado com algo em seu rosto, não duvidava que ele conseguisse visualizar cada um de seus pensamentos por seus olhos estupidamente transparentes como se estivesse assistindo a um programa de televisão ao vivo e em cores. Reprimiu seus lábios escondendo o rubor em suas bochechas com a força de vontade de não ceder a ele e todos seus pequenos encantos, ele era definitivamente bonito mas quantos homens bonitos você conheceu em sua vida!? Era só isso, certo? Não poderia ser algo mais.. Não por ele. Seria de uma covardia imensa se apaixonar por Kenma, seria cruel consigo mesma e tão fodidamente doloroso. O outro se inclinou para mais perto, lambeu sua boca ao observá-lo estender a mão em sua direção, os dedos esguios e bronzeados estavam quentes quando entraram em contato com sua pele, no rosto, segurando-a gentil e docemente, o olhar vidrado em seus lábios úmidos como se não houvesse nada além dele para se admirar, para se desejar. 

— É humilhante está tão sedento pelo toque de uma mulher. — Ele murmurou suavemente, um sorriso em sua boca fina e orbes cintilantes com sinceridade. Suspirou com frustração no segundo em que sentiu o dedo alheio gentilmente massagear sua pele quente, tinha algo em seu toque que fazia-a querer chorar. Kenma afastou a mão quando encarou seu rosto e sua expressão dolorosa, pareceu não saber o que fazer, como se não esperasse uma reação como esta. — O que houve? Estou te ofendendo de alguma forma?

— .. Não, como poderia quando só sabe me dar elogios? Estou bem.. — Pare! Pare agora! Está me fazendo sentir algo. Piscou suas íris para espantar a sensação de desespero, de desamparo e qualquer outra frustração ansiosa que quis escapar por suas lágrimas, engoliu seu choro tão rápido quanto ele ameaçou emergir e conseguiu sorrir amplamente para ele. Por ele, porque ele parecia gostar desse ato tão simples e cotidiano como ninguém. — Deveria parar de dizer seus pensamentos em voz alta, sabia? 

— Eu sei o que você está pensando a maior parte do tempo, — Ele começou a dizer, a voz distante como se ele ainda quisesse saber o que você pensava agora pouco mas não conseguisse de forma alguma entender o significado. Sentiu orgulho por esconder tão bem ao menos uma vez, por não deixá-lo ver através de sua parede. — .. Pensei que quisesse saber o mesmo.

— É um cara realmente sincero, Kenma. 

— Só com você. 

Ergueu suas íris outra vez, olhando de um olho para o outro estranhamente sem fôlego. Me beije, Kenma. Não diria seus anseios em voz alta mas tinha certeza de que ele soube no instante em que o mesmo sorriu antes de morder o lábio inferior dolorosamente lento, quase como uma provocação vinda diretamente do inferno para fazê-la implorar por mais, implorar por ele, não iria entretanto, nunca imploraria por nada em sua vida mas por um segundo cogitou pedir o ato em seu ouvido com a voz manhosa, sentir aquela pele macia contra seu rosto outra vez seria como um desejo realizado de qualquer forma.