𝗰𝗵𝗮𝗽𝘁𝗲𝗿 37

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No dia em que Kozume Kenma a conheceu o mundo parecia estar em declínio ao seu redor. Uma forte tempestade estava prevista para chegar naquela tarde de terça-feira e apesar de ter assistido ao noticiário mais cedo e estar muito bem informado sobre isso antes de pegar o vôo de volta para casa, ele não pôde evitar a surpresa ao pousar no aeroporto com as gotas fervorosamente caindo sob sua cabeça ao pisar no estacionamento fechado nos fundos do lugar, se sentindo nada além de patético ao se dar conta de que acabará de molhar seu terno novo, aquela merda de água em seu sapato o faria enlouquecer a cada passo até chegar em seu Porsche preto do outro lado do espaço amplo e grande o qual o esperava, só queria um pouco de paz desde que fazia um tempo longe do país Natal mas, obviamente, estava se tornando difícil aproveitar o reencontro após semanas de distância, arrependido de ter escolhido justamente aquele dia para a viagem quando à mulher que as vendeu deixou claro que teria dias melhores, Kuroo deveria ter sido capaz de lidar com as coisas por mais uma ou duas semanas afinal, Dubai estava quente como o inferno mas ainda preferiria estar lá do que ali agora, com todo aquele aguaceiro no chão de concreto irregular por onde andava com uma carranca pelo barulho engraçado que seus sapatos sociais faziam.

— Irmão! — O companheiro e melhor amigo surgiu de algum lugar à frente, Kuroo Tetsuro, toda água dificultando um pouco sua visão sobre o moreno. Kenma ergueu sua mão com a expressão entediada, encontrando o olhar animado do outro saindo do carro designado à esperar sua chegada, um guarda-chuva vermelho sendo aberto por suas mãos calejadas até parar ao seu lado, todos sorrisos. Kenma limitou-se a acenar com a cabeça em cumprimento, os dedos voando para se esgueirar pelo bolso de sua calça social escura. — Como foi seu vôo? Não pude entrar em contato porque estava resolvendo um assunto com Yaku e Yamamoto no ponto quatro. Precisou me esperar por muito tempo? 

— Não, acabei de chegar. 

— É bom vê-lo de novo, sentiu minha falta? — Com intimidade e necessidade ao toque, Kuroo rodeou o braço por seus ombros estreitos e ligeiramente menores. Kenma enrugou seu nariz para suas ações, foram longos meses longe de algum contato com outra pessoa e ele obviamente apreciou cada instante, não gostava de ser abraçado. — Não faça essa cara, não seja todo emburrado agora que estamos juntos de novo. 

— Certo, vou tentar. — Rolou os olhos felinos nas órbitas, internamente ridicularizando o irmão com uma careta engraçada. Não o odiava de qualquer forma, não admitiria mas sentiu falta do infeliz tagarela durante suas viagens a negócios, era um bando de velhos chatos com charutos e nem um pouco de risada e whisky afinal. — Como estão as coisas por aqui? Kita me mandou uma mensagem avisando que eu deveria voltar o mais rápido possível, porque

— Ainda não sabemos o que está acontecendo também, — Caminharam lado a lado, Kuroo cobrindo-o da chuva com o objeto grande sob suas cabeças dispersas em suas conversas. Kenma acenou, analisando suas palavras e tentando encaixar as peças limitadas que tinha à disposição para entender o que se passava entre as organizações e o que ele precisava fazer a respeito. — Mas os gêmeos Miya estão rondando o cassino à alguns dias, dizendo que é para a sua proteção. 

— Deram algum nome?

— Desculpe, senhor. Não temos mais informações..

— Nada nessa frase me agrada, irmão. 

Entraram no veículo preto com janelas escuras com expressões sérias, o que inferno estava acontecendo em sua ausência? Uma revolta!? Quem seria o idiota a liderar algo desse porte? E, pior, contra seu pessoal e sua organização!? era claramente uma ofensa e faria o desgraçado pagar com sua própria vida quando o encontrasse. O Tetsuro esperou que estivesse confortável nos bancos de trás para então fechar a porta com um baque firme, entrando no banco do passageiro á frente balançando o guarda-chuva agora fechado em suas mãos ao redor de suas pernas, molhando o carpete em seus pés, enquanto Kai acenou pelo retrovisor em sinal de respeito, dando partida pela avenida pouco movimentada por conta da forte chuva que ainda caia sem parar do lado de fora, apenas o barulho das gotas se chocando contra os vidros fumê fechados sendo ouvido por um longo tempo o qual Kenma apreciou, e ambos os homens na frente o matinha para seu agrado. 

𝗵𝗼𝗹𝗱 𝗺𝗲, 𝗄𝗈𝗓𝗎𝗆𝖾 𝗄𝖾𝗇𝗆𝖺.Onde histórias criam vida. Descubra agora