PUSSY INDIANA

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Levi Mackenzie

Haviam muitas coisas perigosas naquela cidade que iam além de drogas e mulheres gananciosas, todavia a junção das duas coisas em uma única festa fez-se necessária naquela noite.

Irla segurou em meu ombro e jogou a cabeça para trás quando aspirou a primeira carreira de cocaína na pia de mármore.

Ela tornou a olhar para mim, sorrindo.

— Minha vez.

Peguei a nota de cem dólares enrolada entre seus dedos e repeti o ritual. O meu nariz queimou de primeira, mas quando a neve derreteu tudo ficou calmo. Amava a sensação. Amava a vida quando desafiava a morte.

Irla mantinha o seu olhar fixo em mim.

Noah deu um grande gole na garrafa de vodca antes de me entregar. Aquele era o banheiro de uma boate suja com pessoas de procedência duvidosa. Havíamos saído só nós três como nos velhos tempos da escola.

Eu segurei a garrafa e a virei na boca sem pensar duas vezes. Noah e Irla se entreolharam assustados.

— Levi, vai com calma.

— Irla, eu só saio dessa festa muito bêbado e com uma garota estúpida o suficiente para transar comigo. — E lhe entreguei a garrafa. Irla segurou, desconfiada.

— Problemas em casa? — Noah franziu as sobrancelhas.

A batida da música era abafada, mas forte o suficiente para fazer as gotículas de água na superfície do espelho vibrar.

— Como sempre... — Murmurei, acendendo um cigarro. — Mas não quero falar sobre isso.

— Bruce Mackenzie arranjou uma namorada nova. — Irla explicou a Noah. Eu revirei os meus olhos 

— Cala a boca!

— Isso justifica essa mão enfaixada. — Ele apontou para mim e fez que não com a cabeça como se me repreendesse.

Talvez Noah e Irla se importassem só um pouco demais comigo. O que os diferenciava dos caras da banda era justamente aquela preocupação excessiva. Passar o tempo com Liam e Isaac era mais fácil no fim das contas. Eles não me bombardeavam com perguntas que eu não poderia responder.

— Cala a boca você também! — Passei por eles, e Irla levantou as mãos em sinal de rendição. Nesse instante duas garotas passaram pela porta rindo, porém pararam de sorrir quando olharam para mim.

— Que porra é essa? Este é o banheiro feminino! — Uma delas gritou com a voz estupidamente aguda.

— Vai se foder, vadia! — Irla disse, logo atrás.

Longe dos pais a indiana educada e elegante se transformava em uma garota rebelde, principalmente sob influência de drogas. Eu, particularmente, gostava muito mais daquela versão sombria.

Noah era o único de nós três que tinha uma vida normal. Ele era inteligente e não se envolvia em problemas com tanta frequência. Entretanto, estava sempre lá para corrigir as minhas merdas.

— Quem você pensa que é, porra? — A segunda garota gritou. Essa era mais atraente e menos entojada.

— Meu nome é Irla Rajesh, então é melhor você ficar na sua.

As duas garotas se entreolharam por um momento, em seguida riram alto.

— Acharam engraçado? — Irla cruzou os braços. Noah segurou seu ombro com uma mão pronto para defendê-la. — Por que não me contam a piada para eu rir também?

J∆DE (+18)Onde histórias criam vida. Descubra agora