J∆DE (+18)

C0C4ÍN@ NA ESCRIVANINHA

Ps: desculpa se alguns capítulos o título fica codificado, mas tenho medo do wtp ou algum fdp denunciar a obra. Porém eu salvo tudo, então mesmo se algo acontecer, eu terei comigo. Aproveitem o capítulo!

Jade Stoorn

Eu era um troféu.

Bruce me exibia orgulhosamente.

O fato de eu ser bela e jovem inflava o seu ego. Não, Bruce definitivamente não era um velho caquético, porém ele pensava exatamente como tal.

Eu sabia qual o papel que eu deveria vestir enquanto estivesse naquele jantar... Mas eu sequer lembrava a última vez que saímos apenas nós dois como nos velhos tempos. Todos os encontros agora eram com sócios e estrangeiros. Bruce me dava um vestido curto e alguma joia, então eu o acompanhava naquelas transações milionárias como uma vadia.

Era essa a vida que eu tinha escolhido, afinal.

A música do cassino me entorpecia. Eu tinha perdido as contas de quantos drinks engoli a seco.

Bruce estava concentrado. Olhar estreito, mandíbula travada. Apostando todas as suas fichas em uma partida de pôquer. Era como um gângster em Vegas.

Sentado à mesa redonda com mais quatro acionistas, ele bebia Jack e fumava charuto. A fumaça densa ofuscava a luz amarelada. Era um clima caótico, digna de filme de ação.

Eu estava em pé atrás dele. Suas cartas eram boas. Eu não entendia por que ele não havia as descartado ainda. Era como se estivesse deixando o melhor para o fim.

Eu não era a única presença feminina ali. Além de mim, mais duas mulheres, uma morena e uma asiática que acompanhava o acionista chinês. Ela que traduzia as palavras, muito embora Bruce fosse fluente em mandarim.

Por um momento eu me perguntei como seria se Levi estivesse ali, não eu. Bruce parecia não se importar nenhum pouco com o fato do filho estar sem dar notícias há exatos sete dias.

Alguns minutos depois, Bruce ganhou a partida de poker com a sua melhor jogada, surpreendendo a todos, exceto a mim.

— Você tem uma garota bonita e muita sorte. — Um dos seus amigos esboçou um sorriso malicioso, olhando para mim como se eu fosse um pedaço de carne.

— Ela é a minha sorte. — Bruce respondeu, segurando a minha cintura e me puxando para cima do seu colo. Agora, sentada nele, eu conseguia ver seu rosto nitidamente.

Bruce afastou a minha franja da frente dos olhos e sorriu. Era como se eu fosse a coisa mais bela que ele já tocou. Mas era exatamente isso que me machucava, eu era uma "coisa", uma espécie de objeto. Bruce jamais me reconheceria como verdadeiramente uma pessoa.

Eu ainda era a sua boneca de porcelana frágil e amaldiçoada.

Houve um breve momento em silêncio antes da compra de mais fichas. Aquele jogo nunca teria fim.

— Preciso ir ao toalete. — Eu disse simplesmente, me levantando e saindo da sala VIP do cassino. Lá fora, passando por dois seguranças, havia um corredor extenso. E a verdade é que eu não precisava sair da sala para ir ao banheiro, porque havia um lá dentro. O fato é que eu estava simplesmente indo embora.

Os meus saltos ecoavam na cerâmica a medida em que uma perna ultrapassava a outra. Eu estava me sentindo humilhada de mil formas diferentes. Bruce definitivamente não era o mesmo por quem eu me apaixonei. Ele não se importava com os meus sentimentos, me exibia como se estivesse disposto a alugar o meu corpo para um completo desconhecido e me tratava como se estivesse me pagando por hora. Aquela merda realmente era difícil de engolir.