J∆DE (+18)

SORVETE DE BAUNILHA COM COBERTURA DE MORANGO

Levi estava me enlouquecendo.

Infiltrou-se nos meus sonhos, nas minhas memórias e nos meus segredos.

Ele era como o protagonista de um filme para maiores. Tudo o que ele fazia era provocante e ele, com certeza, não tinha escrúpulo algum.

Ele era infantil, presunçoso e intimidador.

Mas havia uma única coisa que fazia nossa convivência valer a pena ou melhor, alguém.

— Bruce.

O aroma do vinho inundou o ambiente quando ele, calmamente levantou-se da cama com a garrafa em mão e caminhou até a sacada.

Tudo em Bruce Mackenzie era misterioso. Os seus passos, a maneira como ele falava, o seu toque preciso e a o olhar gelado.

Havia existido outras anteriormente, mas nenhuma delas pode sentir tão fundo quanto eu. Porque antes do dinheiro, antes do status e do peso de estar sob seu domínio, eu conseguia ser honesta.

Bruce acordava uma fera adormecida dentro de mim. Ele era como um professor é eu sua eterna aprendiz.

Ele era uma experiência única na minha vida.

— O que você está olhando? — Eu perguntei baixo em sintonia com a brisa que entrava pela janela aberta.

Sentada na cama eu tinha a visão das suas costas nuas e tatuadas. Era uma enorme figura de um dragão chinês forte e ameaçador como todo o legado Mackenzie. Aquilo, certamente, era um dos rastros deixados por sua ex mulher.

Pensar nela me assustava.

Eu não sabia ao certo qual era a sua real influência sobre Bruce e principalmente sobre Levi.

— Jade, venha até aqui. — Ele disse simplesmente sem olhar na minha direção. Pelo contrário, a sua atenção estava voltada para o desconhecido, o mundo lá fora.

Eu me levantei e fui de encontro ao seu corpo. Bruce bebeu um gole do vinho e em seguida envolveu o braço pela minha cintura.

Eu segurei firmemente o bastão metálico da grade de proteção e olhei para baixo. Conseguia ter a visão da água azul da piscina e das luzes submersas lá embaixo, dos coqueiros balançando com a brisa gelada e ouvir o som da corrente de ar que anunciava uma chuva naquela madrugada silenciosa.

— É muito alto. — Eu sussurrei, encolhendo o corpo inevitavelmente.

— Você tem medo? — Bruce perguntou quase em uma afirmação.

— Acho que sim... Mas é lindo.

— Eu sei. Fico olhando lá para baixo quando não consigo dormir.

— O que te tira o sono?

— O fato de não poder confiar em ninguém.

Olhei para ele finalmente.

Bruce tinha os olhos fixos em mim.

Ele era um homem esplendoroso.

O cabelo loiro possuía ondas definidas que, naquele momento, caíam sobre seus olhos muito azuis. O seu rosto parecia ter sido esculpido por um deus Viking. Bruce era alto e possuía um porte atlético muito forte, mas cada músculo do seu corpo era proporcional a sua estrutura.

Naquele momento ele usava apenas uma calça moletom escura. Todas as tatuagens amostras e a certeza de que ele poderia me possuir quando quisesse.

Pus minha mão em seu rosto e o encarei profundamente.

— Você pode confiar em mim.

Bruce apertou a mandíbula.