DJAVÚ

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Jade Stoorn

Um longo período em silêncio foi estabelecido, mas ele finalmente havia sido quebrado.

Aconteceu.

Levi entrou por aquela porta sabendo o limite que estava ultrapassando.

Ele gritou, furioso:

— O QUE VOCÊ FEZ?

Eu apenas ergui a ponta do nariz e franzi as sobrancelhas.

Então ele esbravejou novamente, mas desta vez mais perto.

— O que porra você fez!?

Há dois passos de distância.

Ele virou de lado, ameaçou sair, olhou para baixo e sorriu amargamente. Finalmente havia percebido. Então ele levantou o olhar na altura do meu silenciosamente. Toda a gritaria se dissipou. Novamente o silêncio foi estabelecido.

— Nada —, eu disse quase em um sussurro. Ele conseguiu ouvir minha voz? — E tudo.

— Jade. — Ele me amaldiçoou.

Dois passos de distância jamais seriam suficientes para nos separar.

24 horas antes...

Bruce estava sempre ocupado. Eu me perguntava se sua vida tinha mais valor que a sua conta bancária. Ele era frio, porém ainda assim o meu corpo implorava pelo o seu toque quente.

Indiferente ele se esquivou. Era como se tivesse me bloqueado. Eu ergui uma das sobrancelhas e virei um pouco o rosto para encarar seus olhos sem que a minha própria sombra intervisse.

— O que foi? — Eu perguntei, confusa.

Bruce Mackenzie jogou a cabeça para trás e suspirou pesadamente.

— Não consigo fazer isso.

Aquela voz rouca era de profundo cansaço.

— Tudo bem — eu respondi, rolando para o outro lado da cama. Encarei a porta fixamente, em seguida senti o meu ombro sendo puxado para trás.

— Eu estou quebrado hoje, Jade. — Bruce disse com os olhos fechados. Estava deitado ao meu lado, mas parecia ter ficado no escritório. Era como se apenas seu corpo estivesse naquela cama, não ele em si.

— Você é quebrado. — Eu murmurei, novamente me deitando de costas para ele. Ele era como um fantasma. Não estava em lugar algum além da minha mente. — Boa noite, Bruce.

Novamente ele puxou meu ombro me fazendo deitar de barriga pra cima.

— Eu não vou estar aqui neste fim de semana. — Ele comunicou como se eu ainda não soubesse.

— Você nunca está. — Eu respondi com ar de indiferença. Ele me encarou por dois segundos e então sorriu como se achasse graça. — O que foi?

— Você parece o meu filho falando assim.

— Por que será? — Então ele imediatamente parou de sorrir.

— O que quer dizer? — A sua voz não aumentou nem sequer um porcento, mas o seu timbre estava mais forte. Eu tinha tocado na sua ferida já que não conseguia tocar no seu corpo.

J∆DE (+18)Onde histórias criam vida. Descubra agora