A tentativa da legitimação do drama

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ué rapaz, olha eu aqui de novo rsrsrs, o último da madrugada viu, só pra mimar vcs um pouquinho

espero que gostem, bbs



Rafaella ficou o caminho todo em silêncio ouvindo Bianca e os filhos conversarem animadamente sobre coisas que ela não conseguiu prestar atenção e entender.

A loira estava exausta, tanto fisicamente quanto emocionalmente. O dia tinha sido puxado e mesmo que não quisesse admitir, a tentativa de fazer terapia tinha fracassado. Bianca era cabeça dura demais para aceitar que precisavam de ajuda, e mesmo levando a esposa junto consigo se a mulher não desejasse fazer de forma verdadeira e dedicada, as horas gastas em sessão não as levaria a lugar algum, Rafaella precisava concordar com aquilo.

Ao chegarem em casa, ainda sob a conversa animada dos filhos, Rafaella decidiu tomar um banho e se deitar pois começava a sentir uma dor de cabeça incomoda. Queria ficar um tempo com os filhos, estava morrendo de saudade, mas precisava daquele momento a sós consigo mesma, antes de ter um surto verdadeiro.

— Mamãe, você quer a massagem?

Sorrindo pela oferta do caçula, Rafaella agachou para ficar à altura do menino depositando um beijo na testa coberta pela franja do cabelo.

— Obrigada, querido, mas a mamãe tá com muita dor de cabeça, quem sabe amanhã?

— Tá bom, mamãe. Boa noite, eu te amo.

— Eu também te amo, amor.

Deixando mais um beijo na testa do menino, Rafaella se levantou abraçando a filha mais velha e beijando sua testa. Se despediu subindo às escadas logo em seguida.

Assim que viu a mãe chegar ao segundo andar, Lua retirou a mochila das costas e pegou o irmão no colo. Aqueles sinais claros da mãe só reforçava a ideia da adolescente de que devia fazer algo de útil para ajudar a conciliação do casal, e conhecendo o irmão como conhecia, sabia que ele tentaria convencer uma das duas a assistir filmes infantil até pegar no sono. Rafaella já tinha subido, sobrava Bianca então, mas Lua estava confiante no seu plano.

— Vai atrás da mamãe, ela quer que você vá atrás dela.

— Ela quer? Eu acho que não, filha, você não viu como ela estava irritada no carro.

Retirando os saltos suspirando em alívio ao ter os pés livres daquele inferno, Bianca caminhou pela casa rumo a cozinha, louca para beber uma cerveja, mas se contentando com uma água. No dia seguinte teria um plantão de 24 horas e sabia que não poderia beber na noite anterior ao plantão.

— Para de babaquice, Bianca Andrade! Eu e o Tony vamos assistir Frozen enquanto vocês se resolvem. Aproveita a noite de folga que eu vou cobrar depois.

— Lua! Olha como você fala comigo, garota!

— Desculpa, mamãe, mas é sério. Vai logo!

Com a boca cheia d'água encarando o olhar incisivo da filha, idêntico ao da esposa inclusive, Bianca engoliu em seco aceitando o conselho da adolescente.

Talvez Rafaella queria conversar sobre aquela noite, colocarem as cartas na mesa e chegarem a um acordo bom para ambas. Quem sabe até não tiravam o atraso de três semanas? Apesar de que tinha que trabalhar no dia seguinte, logo não daria para tirar aquele atraso. Mas uma conversa também era uma boa escolha.

Se aproximando dos filhos, deixando um beijo em cada um deles, Bianca subiu os degraus da escada indo atrás da esposa estressada. Abriu a porta do quarto, o encontrando vazio e sem sinal de onde Rafaella poderia estar, mas ao aguçar os sentidos, Bianca ouviu a água caindo no chão de dentro do chuveiro. Então Rafaella estava mesmo tomando banho.

A escolha de Andrade - RabiaOnde histórias criam vida. Descubra agora