A patroa, dona do camarote

2.6K 208 272
                                    


— Para com isso, Bia!

Bianca nem deu ouvidos à mulher que, mesmo pedindo pelo fim de suas carícias, desejava intimamente outra coisa. Queria que Bianca continuasse ali mesmo, no meio da sala se fosse o caso, mas parar de fato, não.

— Não paro. Você não quer que eu pare.

— Quem disse?

Rafaella estava somente provocando, claro que estava. Mas para sua dignidade, provocar até um certo ponto era aceitável, o que não foi o caso. Obstinada pela pergunta da esposa, Bianca deslizou uma das mãos por dentro da calça da outra, provando o óbvio, Rafaella já estava molhada.

— Eu não estou dizendo nada, você mesmo quem está provando as coisas pra mim.

Rafaella se viu sem saída. Aceitando as consequências deliciosas que teria caso cedesse mais cedo para a morena, puxou Bianca pela nuca beijando com paixão a boca da esposa. Tinha tanto tempo que não se beijavam. Estava cansada de estar longe de Bianca, longe dos seus toques e dos seus beijos. Beijos como aquele que estava dando, tão cheio de amor e paixão, que incendiava seu corpo como um cigarro jogado entre o capim seco em uma rodovia.

Estava em chamas. Bianca também estava da mesma forma.

Foi por agir puramente em instinto que a mulher ignorou os preceitos básicos de gentileza, e empurrou Rafaella no sofá, não dando tempo para que ela raciocinasse alguma coisa antes de ter os lábios famintos sobre os seus. Foi recebida positivamente.

Se encaixou entre as pernas da esposa, buscando explorar o corpo com as mãos ávidas pelo toque e pelo calor natural dela. Até mesmo se esqueceu que estava na sala de casa, no auge da manhã de um dia útil. Iria aproveitar aquelas horas ao lado de Rafaella matando as saudades que sentia.

Tesão não faltava de sua parte, aparentemente de Rafaella também não.

— Amor...

Bianca não deu ouvidos ao chamado da outra, pois se concentrava em beijar o colo despido entre os botões abertos da camisa social que Rafaella usava. Sua boca precisava estar colada no corpo dela, era uma necessidade latente, quase tão importante para sua sobrevivência quanto o ar que respirava.

Rafaella chamou outras vezes, mas não obteve resposta. Estava quase se deixando levar pelos beijos molhados e as mãos bobas que desciam perigosamente para o meio das suas pernas.

— Bianca!

— Mas que merda! O que foi, amor?

Rafaella riu da indignação da morena, e do seu biquinho tão fofo quanto o conjunto da obra. Seu riso não foi bem aceito, porque Bianca imaginou que a mulher estivesse rindo pelo motivo errado.

Desde quando era engraçada nas preliminares?

— Esse sofá é horrível pra isso, vamos pro quarto.

— Eu não sei se consigo evitar de te comer no meio do corredor enquanto a gente tenta chegar nele.

Algo muito sensível foi tocado com aquelas palavras de Bianca. Sendo sincera consigo mesma, a mulher adorava testar novos ambientes como nas vezes que tentou convencer Bianca a transar no cinema. Não aconteceu, aparentemente Bianca era menos aventureira que Rafaella.

— Você consegue. Lembra-se, a mente controla o corpo.

A mulher se levantou depois de empurrar o corpo da esposa de cima do seu. Sabia que a queda não a machucaria e que era por um bem maior. Aquele sofá não daria conta do que tinha em mente. Se despiu, ainda na sala, deixando apenas a calcinha cobrindo o pouco que podia.

A escolha de Andrade - RabiaOnde histórias criam vida. Descubra agora