Mega hair

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espero que vcs me amem muito ai no fundo do seus corações para não derrubarem minha conta nem me caçarem na rua, também amo vcs, e é isso, até qualquer dia


Bianca ainda sentia a ardência no rosto quando Rafaella saiu. Agora seu peito também queimava, e ia além de onde a aliança tinha atingido. Enquanto tentava colocar os pensamentos em ordem, a mulher buscou o vestido que lhe pertencia, se vestindo com uma rapidez invejável. A cabeça explodia em dor. O corpo também. Parecia que alguém tinha quebrado um pedaço de pau nas suas costas.

— Não sei quem é você, mas eu tenho certeza que a gente não transou. Então, me explica o que está acontecendo, por favor.

— Doutora Bianca, digo, Bia, a gente transou sim. E não jogue a culpa em mim, eu sei que você é casada, mas quem insistiu pra acontecer foi você.

Bianca riu, mas se arrependeu logo em seguida ao sentir uma pontada forte na cabeça. Buscou a aliança no chão, colocando-a em um dos dedos que coubesse perfeitamente.

— Para de mentir, garota. Eu jamais trairia minha esposa.

— Trairia sim, e traiu comigo. O meu corpo está todo marcado. Não imaginei que você fosse tão... Selvagem.

— Cadê as minhas coisas? Meu celular, carteira, chave do carro.

Tentando forçar a mente para se lembrar da noite anterior, Bianca andou pelo quarto à procura dos seus objetos pessoais. Não acreditava em nenhuma palavra da mulher que ainda usava apenas uma toalha para se cobrir. Jamais trairia sua esposa. Nunca teve tesão em nenhuma outra mulher se não a sua.

— Você não pode dirigir assim.

— Eu não terminei com você, ok? Sei que alguém tá armando pra mim, e você vai me dizer quem é, mas não agora.

— Bianca, foi você quem deu em cima de mim no jantar. Foi você quem começou.

Mas a morena não se lembrava de nada. Era tudo tão confuso, tão distante que só se recordava de voltar no quarto e beijar Rafaella antes de sair. Além daquilo, mais nada. Tudo era um vazio sem qualquer informação.

— Para de mentir! Cadê a minha aliança?

— Não faço ideia, você tirou ontem e eu não vi onde colocou.

— Isso foi antes ou depois de você me dopar e me jogar nessa cama?

A mulher sem nome revirou os olhos buscando as próprias roupas espalhadas pelo chão.

— Eu posso buscar minha calcinha no seu carro? É que a gente começou tudo por lá.

Bianca quis se jogar da janela. Só não se jogou porque tinha que ir atrás de Rafaella que naquela altura queria ver o diabo, mas não ela.

— Isso não terminou! Depois me resolvo com você.

— Vou aguardar ansiosamente.

E saindo do quarto sem olhar para trás, Bianca correu pela escada de emergência, com os sapatos nas mãos, e sem saber onde seu carro estaria. Torceu para que ele estivesse no estacionamento daquele hotel desconhecido, e para sua sorte ele estava. Não foi difícil achar a BMW branca no meio de tantos carros de luxo. Uma diária naquele hotel devia ser mais de dez consultas que ela fazia.

No assoalho do carro tinha uma calcinha que deveria ser da mulher que estava no quarto. Foi então que Bianca sentiu o corpo gelar. Seria mesmo possível trair sua mulher? Não.

Alguém tinha drogado ela e feito tudo aquilo, mas quem? Marcelo para desestruturar sua família? Era uma possibilidade.

Enquanto arrancava com o carro da vaga, Bianca pegou o celular vendo as mensagens de Rafaella nele. Aquilo cortou seu coração. Discou o número de Marcela, a única pessoa que podia dar uma luz naquele momento que estava passando.

A escolha de Andrade - RabiaOnde histórias criam vida. Descubra agora