A terapia

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aaaa como eu não me aguento e sou ansiosa por natureza, venho aqui para compartilhar com vcs esse novo projeto que estou fazendo com muito carinho

espero que se apaixonem como eu por esses personagens e perdoem a falta de habilidade da autora com capas provisórias, até o final rs


(...)


— E como vai o sexo?

Encarando a mulher sentada há uma curta distância, Bianca franziu as grossas sobrancelhas engolindo o constrangimento que era falar sobre a vida sexual com uma terceira pessoa. Enquanto processava a resposta de uma pergunta tão simples, Rafaella revirou os olhos sem paciência desacreditada na falta de fala da esposa.

Assumindo a frente do questionamento, Rafaella encarou a mulher do outro lado que mantinha seu semblante calmo, afinal aquele não era o primeiro casal que atendia no dia, muito menos em toda sua carreira.

— Três semanas. Não transamos há três semanas.

Arregalando os olhos assustada com a resposta da mulher, Bianca se virou para a esposa que nem se deu o trabalho de a encarar de volta. Rafaella estava empenhada em expor tudo que queria à terapeuta.

— Não! Isso é impossível.

— Ah! Acredite, Bianca, é muito mais que possível.

O tom levemente debochado e o movimento rítmico da perna de Rafaella deixava um sinal claro sobre seu desconforto em relação ao assunto. Discretamente, a terapeuta escreveu sobre no bloco de notas em sua mão.

— Você está me dizendo que a gente não fode... Digo, não fazemos sexo há três semanas?

Voltando os olhos para a esposa sentada ao seu lado, Rafaella encarou Bianca num fuzilamento gratuito. A mulher não conseguia entender como a esposa não se deu conta dos dias em que não se tocaram. Era inacreditável.

— Sim, Bianca, é exatamente isso que eu estou dizendo.

— Você está enganada, não faz tanto tempo assim.

Negando diversas vezes com a cabeça, Bianca estava crente no erro da mulher, mas a negativa veemente da morena não intimidou Rafaella. A loira olhou nos castanhos arqueando uma das sobrancelhas perfeitamente desenhadas, pronta para fazer Bianca se calar.

— A última vez que transamos foi depois do jantar na casa do seu pai, há exatamente três semanas.

Desacreditada na informação passada pela esposa, Bianca se calou enquanto forçava a memória para achar um momento mais próximo e assim refutar Rafaella, mas para a infelicidade da morena, não achou. Não era possível que fizesse tanto tempo assim.

— Bom, você ao menos poderia ter me avisado.

Dando de ombros e se sentindo encurralada, Bianca se encolheu no sofá olhando para um ponto qualquer. Qualquer coisa poderia ser melhor que aquilo. Além de ter dezenas de problemas para resolver, ainda tinha que expor o casamento a uma mulher qualquer. Bianca odiava a ideia de fazer terapia, odiava profundamente.

— Eu avisei tantas vezes, Bianca, você não ouse falar que eu não avisei. Só que você, doutora Andrade, nunca tem tempo, não é?

— Eu tenho tempo agora, se não tivesse me arrastado pra esse lugar poderíamos estar transando.

Segurando a língua para não xingar a própria esposa, Rafaella fechou os olhos respirando profundamente enquanto tentava não surtar com Bianca ali mesmo. Enquanto via a cena se desenrolar com os próprios olhos, a terapeuta fez mais uma anotação no bloco de notas cheio delas. Aparentemente o casal Kalimann-Andrade seria mais um dos casos excitantes de ajudar.

A escolha de Andrade - RabiaOnde histórias criam vida. Descubra agora