O caso isolado da Bianca

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feliz natal adiantado, meus bebês 
espero que o dia de vocês seja incrível e delicioso para anestesiar o que esse capítulo entrega
beijão, até mais 



Colocando os pares de brincos observando o reflexo no espelho, Rafaella repensava todos os dias que sucederam aquele maldito jantar. Tentou com todas as forças e usou de todos os seus artifícios para negar aquilo à Bianca e a Lua, mas quando as duas se juntavam, Rafaella não tinha como lutar sozinha.

Mas tirando o fato de que teria que dividir uma noite ao lado de Marcelo, Rafaella havia conseguido algo que queria. Bianca iria se livrar daquela maldita moto barulhenta. E isso era a única coisa boa daquele jantar que Lua pediu às mães.

Rafaella tentou compreender o que tinha acontecido naquele pequeno período que fez a filha mudar de ideia sobre o seu pai, mas era tão esquisito aquela mudança repentina que a mulher desistiu de tentar entender. Deu uma única chance à Lua. Um jantar com o homem e nada além disso. Claro que a garota só tinha conseguido convencer a mãe com a ajuda de uma doutora muito propensa a aceitar os pedidos dos filhos.

Bianca era uma piada na maioria das vezes.

Quando terminou de se arrumar, já alguns minutos atrasada, Rafaella voltou ao quarto encontrando Bianca tirando um cochilo na cama. Por alguns segundos ficou com pena da esposa. Naquele dia a mulher tinha iniciado os trabalhos no hospital ainda muito cedo. Bianca parecia muito cansada e Rafaella sabia que nas últimas semanas o trabalho estava exigindo muito dela.

Mesmo desejando deixar a esposa descansando, Rafaella se aproximou com cautela da morena que ressonava pesado abraçada ao travesseiro. Sentou-se no colchão, tocando o rosto de Bianca com delicadeza, mas a mulher mal se mexeu. Não era do feitio da médica dormir pesado, mas levando em consideração o trabalho Rafaella entendia que Bianca estava mais cansada do que nunca.

— Amor, já estamos atrasadas. — Disse Rafaella balançando de leve o ombro da morena. — Bia, acorda.

Ganhou em resposta um resmungo rouco de Bianca que só se mexeu para se virar para o lado oposto a Rafaella. A mulher mais alta riu, não se aguentando na vontade de agarrar a esposa. Abraçou Bianca, depositando beijos pela bochecha da morena até ver os olhos pesados se abrirem e piscarem diversas vezes.

— Já está na hora? — Perguntou Bianca com a voz arrastada de cansaço. — Por favor, diga que não.

— A gente está atrasada, amor. Levanta.

Bianca resmungou, mas fez o que a esposa pediu. Já estava pronta há muito tempo, era sempre assim. Rafaella se perdia se arrumando, e Bianca tirava um cochilo enquanto aguardava a esposa ficar pronta. Daquela vez o sono estava mais forte do que nunca.

— Vou ter que tomar um energético, estou pregada de sono. — Disse Bianca se alongando ao pé da cama.

— A gente poderia cancelar. — Rafaella comentou como quem não queria nada, deixando os olhos verdes caírem nas próprias mãos. — Eu poderia te fazer uma massagem gostosa. Depois um cafuné... Olha, acho que você está tomando uma decisão errada, amor.

— Você está tentando jogar baixo comigo, sua safada. — Acusou a morena rindo da falsa inocência de Rafaella. — A gente prometeu pra Lua.

Rafaella sabia que era verdade e por isso não insistiu. Conferiu a bolsa se tinha tudo que precisava e saiu do quarto acompanhada da esposa. Como no dia em que foram à casa de Marcelo, não levariam Anthony naquela palhaçada e nisso Bianca concordava. Enquanto não tivessem uma relação amigável com Marcelo não iriam introduzir Anthony naquela história.

A escolha de Andrade - RabiaOnde histórias criam vida. Descubra agora