Primeiro pileque

1.5K 192 335
                                    


Bianca passou como um furacão entre os corredores do hospital, não se importando com os diversos olhares curiosos que caíram sobre suas costas. Talvez aquele boato poderia reverberar de uma forma terrível, atrapalhando até o seu trabalho, mas quem ligava para o trabalho quando tinha que recuperar sua esposa?

Bateu com força na sala, entrando logo em seguida mesmo com a falta de autorização. Flayslane estava trabalhando como se nada estivesse acontecendo. Uma grande falsa.

Bianca nunca se sentiu tão traída quanto naquele momento. Sua irmã, alguém que amava incondicionalmente, quem dividiu toda infância e buscou apoio por diversas vezes, tinha lhe dado uma rasteira muito baixa. E tudo se resumia a um cargo idiota naquele hospital.

— Você é uma filha da puta! Que porra você quer de mim, sua desgraçada? Me drogar pra armar pra cima de mim? Você ficou maluca, Flay?

A porta ainda estava aberta, Bianca nem se importou de fechá-la, se os funcionários queriam insumos para a fofoca, então ela daria. Caminhou até a irmã, sentindo a cabeça doer ainda mais, mas não se importou. Queria socar a cara da mulher até fazer ela confessar aquela merda toda aos pés de Rafaella.

— Do que você está falando, Bia?

— Para de ser sonsa! A Rebecca me contou o que você fez.

Flayslane franziu as sobrancelhas tentando entender do que Bianca estava falando. Se levantou de onde estava, dando a volta na mesa para se aproximar da irmã. Se fosse sobre as fofocas que tinha ouvido pelo corredor, Bianca estaria perto de bater em alguém. Flayslane sabia o quanto a irmã amava a esposa idiota dela.

— Eu não faço ideia do que ela falou, então você vai ter que ser mais específica.

— Para de mentir! Porra, Flay! Eu sou tua irmã. A gente cresceu juntas. Como você pode ser tão baixa? Você quer o caralho do cargo? Pois fique pra você, só desfaz essa porra que você fez.

Flayslane ficou em silêncio, absorvendo melhor as palavras da irmã. Não se contendo na emoção, ela se aproximou de Bianca colando o indicador no peito da mulher, o que não agradou nenhum pouco Bianca.

— Tira a mão de mim!

— Você é uma idiota, Bianca! Uma trouxa. Eu não faço ideia do que você está falando, mas se tem a ver com a enfermeira que você comeu ontem, eu não tenho culpa. Quem fez essa merda foi você.

— Você sabe que eu nunca trairia a minha mulher.

— Eu não sei de nada, ninguém conhece alguém assim tão bem. Se você meteu galha naquela vagabunda, que culpa eu tenho? Achei até que demorou.

Bianca segurou a vontade de gritar e quebrar algo no rosto da irmã. Ainda não partiria para a resolução física, mesmo que sua vontade fosse grande.

— Eu fiz um exame toxicológico, quando sair o resultado, vou esfregar ele na sua cara até você confessar.

Flayslane nem se afetou. Sabia que o que tinha usado jamais apareceria em um exame toxicológico comum. Para comprovar que foi drogada, Bianca teria que ser muito mais esperta.

— Vou te falar o que todo mundo pensa de você, irmãzinha, pra ver se você abre a porra dos teus olhos e aproveita essa oportunidade. — as sobrancelhas de Bianca franziram em confusão, sem qualquer ideia do que aquilo significava — Você foi uma grandíssima burra de cair na conversa fiada daquela mulherzinha que você casou. Isso sem contar o filho que ela jogou nos teus braços pra você se virar e criar. Um filho que nem mesmo é seu.

— Cala a boca!
— Agora você está aí, toda mole por conta de uma menininha abusada que te chama de mãe. Ela não é sua filha, Bianca. A Rafaella só te usou pra sair por cima, e deu muito certo, né? Aquela casona que você mandou construir do jeito que ela sempre quis, é uma das provas.

A escolha de Andrade - RabiaOnde histórias criam vida. Descubra agora