Ela sabe da gente

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me pediram e eu não poderia deixar de atender esse pedido, trazendo o que muito de vocês estavam loucos para ver acontecer
espero que gostem, e até um futuro próximo <3



Era exatamente às sete da manhã quando Bianca terminou de amarrar o cadarço do tênis esportivo e desceu as escadas com a guia de Álvaro. O hábito adquirido há poucas semanas era motivo de muita surpresa da família Kalimann Andrade. Para Rafaella, ver a esposa empenhada em ter uma vida mais saudável era reconfortante, afinal Bianca nunca foi muito cuidadosa com a própria saúde. As corridas pela manhã também ajudava a entreter o caçula da família que ainda perdurava em destruir os objetos de Rafaella.

Às nove, Bianca estava de volta. Cheia de vitalidade, suada e com um sorriso no rosto. Soltou Álvaro da guia e acompanhou com os olhos o cão saltitar pelo gramado até achar um local adequado para deitar.

Ainda sorria quando voltou para casa, fazendo uma pausa na cozinha. Queria fazer o café daquele domingo. Rafaella ainda dormia pesadamente. Na madrugada anterior maratonou horas de uma série que tinha achado no catálogo de um dos streaming que Bianca odiava pagar. Imaginando que estava sozinha pelo horário, a médica abriu a geladeira em busca dos ingredientes para uma vitamina e assim que fechou a porta pulou ao ver Lua encostada no balcão de mármore.

— Porra, garota! — esbravejou com o coração acelerado. Um susto daqueles uma hora mataria Bianca. — Isso são horas de me assustar?

— Desculpa... — pediu a adolescente sem um pingo de arrependimento. Pelo contrário. Havia um brilho de divertimento nos olhos da garota. — Tá animada, né?

— Estou. Desde que comecei a me exercitar tudo mudou. — com um sorriso aberto, Bianca pegou tudo que precisava e colocou sobre o balcão da cozinha. — Estou mais disposta, não tive mais insônia, perdi peso.

O sexo está uma maravilha. Pensou a médica guardando o outro fato para si. Não precisava traumatizar ainda mais a mais jovem. Já tinha feito o suficiente em algumas noites.

— Nós vimos toda a mudança, doutora. Até achamos que era fogo de palha, que não ia durar muito. Mas olha só você. Toda linda na lycra, correndo por aí como um Golden.

— Me chamar de cachorra não me ofende, garota. — um sorrisinho de canto ostentava os lábios de Bianca. Lua também riu. Gostava daquela implicância com a mãe.

— Eu sei que não. Desde que o Álvaro chegou, tudo nessa casa mudou.

— Não foram tantas mudanças assim. — rebateu Bianca com uma colher na mão e o pote de café na outra.

— Foram sim. Você só se importa com o cachorro. É Álvaro pra cá, Álvaro pra lá. Eu te chamo pra correr desde que comecei no vôlei e você nunca aceitou!

Novamente Bianca sorriu. Dessa vez, achava graça da postura da filha ao sentir ciúmes do cachorro da família. Quem tinha tido a ideia de adotar um bichinho fora justamente Lua. Bianca somente abraçou o capeta uma vez que estava no inferno.

— Desculpa, filha. Você está certa.

— Claro que estou!

— Quer chá? Estarei fazendo o café pra sua mãe agora, se quiser já uso um pouco da água para o seu chá.

Lua negou com um aceno, resolvendo ajudar a mãe com os preparativos do café. Se encarregou de cortar as frutas que a mãe gostava. Começou com os morangos, observando Bianca terminar de passar o café. Naquele momento, sentiu que tinha que contar o que estava adiando há dias.

Não fora planejado perder sua virgindade há duas semanas atrás. Pelo contrário. Lua planejou sua primeira transa na Itália, depois de um dia cansativo de passeio. Imaginou o quarto na meia luz, pétalas de rosa e algumas velas. Tinha comprado uma lingerie para aquela situação, mas assim como a mãe tinha pegado o resfriado, Gisele também tinha ficado doente.

A escolha de Andrade - RabiaOnde histórias criam vida. Descubra agora